E eu como estou



Desde a ida aos sitios arqueológicos eu nao estou bem, lá é muito alto e uma poeira horrivel, a paisagem vale a pena, mas eu fiquei mal no dia seguinte, minha bronquite começou a dar sinais.
Na ultima parte eu subi me arrastando, fui a ultima do grupo a chegar, maior falta de ar, cansaço e dor no peito, fui subindo devagar.
Isso me fez pensar muitas coisas, que talvez um dia eu escreva aqui, por enquanto está em formataçao.
O pior mesmo foi em Machu Picchu, no auge da crise, no final é aquilo, você com você mesmo, uma superaçao sem dúvidas.
Em um momento que eu achei que fosse morrer porque me deu uma dor forte no peito e eu nao conseguia me mexer, o ar estava sumindo. Pensei comigo, morrer em Machu Picchu nao, ainda nem conheci a cidade. Neste momento um anjo apareceu, uma brasileira que sendo asmatica reconheceu na hora meu mal estar, ela me mandou aspirar duas bombinhas que ela carrega com ela, me disse que eu estava palida e tremendo, que era para eu parar um pouco e descansar. Ela disse que a gente se acostuma com a falta de ar e isso pode causar uma parada respiratória, desmaio sem que a gente perceba.
Depois das bombinhas eu segui feliz, mas piorei de novo jà em CUsco no dia seguinte.
Jurei pra mim mesma que cigarro nunca mais, eu jà tinha pensado em parar, mas este mal estar foi a gota d´agua. Chega.
A Luciana tem me ensinado muitas coisas, ela é uma pessoa por demais interessante e amiga, temos nos dado muito bem.
Ela me relatou uma caracteristica minha de forma muito especial.
" Você caminha sob uma linha de equilibrio, quando alguma coisa a desalinha, habilmente você procura uma forma da linha se normalizar, seja com uma brincadeira, uma citaçao, ou outra coisa, mas é visível quando alguma coisa desalinha seu equilibrio, ao mesmo tempo que você procura o rumo, se anima deste efeito, ou do que o causou."
E é assim mesmo, contraditório, mas humano. Eu sou controlada, mas adoro quando alguma coisa me surpreende, me tira da linha do equilíbrio. Obviamente, eu acabo voltando pra ela, mas aquela sensaçao de surpresa segue comigo e me instiga a outras sensaçoes.
Eu nao sou tao racional quanto gosto de parecer, mas tenho uma praticidade que pode ser confundida muitas vezes com frieza, embora esteja longe, muito longe disso.
Poucos podem me ver como realmente sou, poucos eleitos, mas que valem muito a pena.
Ainda bem que antes de sair pra esta viagem fiz muitas coisas para ficar tranquila com meus sentimentos, com meu coraçao que esta tranquilo. Ainda estou a me perguntar sobre um sentimento que ainda nao consegui definir por falta de referencia, é muito novo, nao achei nome para isso, mas sinto que é um privilégio tê-lo aqui em meu coraçao.
É provavel que nao consiga nomear, definir, entao sentir é o que deve bastar, espero.
Ainda estou aprendendo com isso, talvez nao seja preciso esta realizaçao, apenas o aprendizado, quem sabe?
Estou com saudades da minha casa, do meu chuveiro, do arroz com feijao da Verinha, do franguinho da minha mae. Viajar é bom demais, até para sentir o quanto as coisas mais simples sao tao importantes em nossas vidas.
Saudade de uma cócega, uma palavra que diz muitas coisas, saudade, saudade, saudade.
Por hoje é só, mas tenho um turbilhao de coisas querendo sair aqui de dentro, um vulcao cuspindo as larvas aos poucos.

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