Vida moderna...ahã

Me surpreende o poder do facebook sobre a vida das pessoas e a forma como o utilizam. Recentemente mudei meu status de relacionamento e percebi como isso é levado a sério pelas pessoas, me parece mais sério do que apresentar alguém ao vivo e a cores para seus amigos, uma insanidade da vida moderna.
Outra insanidade me parece é terminar um relacionamento através de sua mudança de status. Me perguntei recentemente qual a idade mental de uma pessoa que depois de uma briga com o namorado altera seus status para solteira. O que aconteceu com a boa e velha conversa? Será esta a forma de comunicação entre os mais jovenzinhos?
Pareceu que estou falando como a minha avó, mas não é nada disso. Eu só tenho trinta e cinco anos, só.
Mas parece que  o mundo dos "jovenzinhos" está bem distante do meu.
Eu adoro estar com as pessoas fisicamente, gosto de conversar com o ser todo, seus gestos, suas expressões faciais, seu olhar, seu tom de voz. Talvez por isso tenha dificuldade com messenger, parece que ali falta alguma coisa na conversa...
É isso, eu sou do contato, do afeto, da aproximação, sou de tudo que é de verdade. Me alegra encontrar os iguais, os parecidos e os que gostam de um pouco mais de conexão, a física, a sutil, além da virtual.





Eu sou da geração da máquina de escrever e dos cadernos de perguntas aos amigos. Talvez por isso ainda me surpreenda tanto a vida virtual, a tecnologia e algumas coisas da vida atual moderna, rápida, líquida.
O blog para mim é como se fosse meu caderno de anotações interiores, apesar da possibilidade de lerem, para mim é como se estivesse escrevendo para mim mesma, para que não esqueça do que passei, pensei, aprendi.
Aqui também encontrei pessoas que me fazem bem a alma, que compartilham de um pensar que vai além do óbvio, que vai além da normalidade da vida cotidiana de se "ser" alguém no mundo, aquele ser da ilusão mundana.
Então não é que sou contra o facebook, twitter, vida virtual em geral, somente me preocupa que esta vida virtual seja mais importante do que a vida real, de carne e osso, de contato, de sentir.
Nenhum aplicativo, ferramenta ou rede social substitui um sorriso, um abraço e uma conversa de olhos nos olhos.
E a contradição nisso tudo é que agora namoro a distância e tenho que conviver com a ausência deste contato físico; Não esta sendo fácil, mas também não tão difícil.
O que posso concluir é que na impossibilidade do contato físico, o contato virtual quebra um galho, não resolve, não substitui, mas aquieta, acalma a ansiedade de se estar junto.
Tenho aprendido muitas coisas e desaprendido umas tantas também.

Com sabor de fruta mordida

Depois de um dia estressante de trabalho, uma voz e um sorriso inundam meu coração de tranquilidade.
Agora que pude comprovar, eu vim aqui dar meu testemunho.
O amor é paz, não é tormenta.
Meu coração revolto se acalma ao som daquela voz como um mar numa tarde de brisa de verão. É instantâneo!
Eu só queria poder encostar a cabeça naquele colo todos os dias...
A saudade virou minha companheira, minha cúmplice, dançamos juntas esta melodia e também sorrimos juntas todas as noites.

Encontrar alguém que te toque e seja tocado por você na mesma intensidade e ao mesmo tempo é um dos maiores privilégios que a vida pode nos conceder. 
E, se isso acontecer com você, desejo que tenha olhos de ver, ouvidos de ouvir e coração de sentir, pois a certeza de querer o que se tem é ouro!

Agora só falta ganhar na loteria para ficar perfeito! ;-P

Sempre fui inconformada mesmo!

Somos ensinados a aceitar as prisões do mundo como se fossem algo natural. Nos deixamos levar pelo aprisionamento da alma em troca de uma cela de ouro.
Desde criança ouvimos de nossos pais que para sermos alguém precisamos ter, ter e ter. Ter um diploma, ter um bom emprego, ter uma família, ter dinheiro, ter sucesso, ter reconhecimento.
Em que momento os pais param para ensinar a seus filhos que a unica coisa que deveríamos ter é a liberdade de alma?
Vejo pessoas aprisionadas pelo seu ego, pela hipocrisia, pelo medo de não ser aceito, pelo receio de ser reprovado, pela necessidade de ter um grupo, pela frustração de não ter uma família. É tanto sofrimento que não existe tempo nem disposição para encontrar o que, dentro de cada um, nasce sem esforço, sem treinamento, sem condicionamento - a felicidade de simplesmente ser o que se é.
Estou intolerante com a falta de brilho no rosto das pessoas, andando para lá e para cá como se fossem robôs programados para o sucesso, completamente despreparados para qualquer frustração e prontos para auto destruição no menor sinal de fracasso.
Me aborrece ver o quanto as pessoas vendem sua alma em troca de um afago de status e aprovação dentro do seu grupo.
Pessoas que um dia puderam enxergar a luz da vida, se deixam corromper o caráter e a pureza em troca de prazeres do ego. Rasgam elogios manipuladores em troca do conforto de não se acreditar e não se mover para nada.
A inércia, a preguiça, o conformismo, a falta de paixão, o sorriso amarelo, o abraço forçado, a palavra certa para engrandecer o ego e a vaidade alheia, tudo isso me causa uma falta de fé nesta humanidade.
Me pergunto onde foram parar os idealizadores, as mentes libertas, os corações livres da vaidade insana!
Só os encontro vivos na arte!

"Quando desistimos da nossa singularidade para descansar no comportamento de grupo, aí está a origem do mal. O grupo, para mim, é o mal."Contardo Calligaris


“O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons.” (Martin Luther King)
  “Para o triunfo do mal só é preciso que os bons homens não façam nada”. (Edmund Burke)
 “Quando perdemos o direito de ser diferentes, perdemos o privilégio de ser livres”. (Oscar Wilde)
 “A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre.” (Charles Evans Hughes)

Já que a vida é passageira, se aprofunde!

Hoje eu ouvi uma história de alguém que passou a vida achando que tudo é passageiro e que fez disso a sua bandeira e muleta. Não se envolvia profundamente com nada porque acreditava que tudo era momentâneo.
Como todas as coisas que nos cercam, a dualidade acontece dentro de nós.
Eu também acredito que as coisas passam, mas isso, ao contrário do que aconteceu com o locutor da história que ouvi, me sustenta a motivação de me aprofundar em tudo que me toca. Se é passageiro quero sorver em cada gole toda a infinitude que a experiência seja capaz de me dar.
Estar no lugar certo na hora certa é a mesma coisa que estar no lugar errado na hora errada, certo e errado é aquilo que o mundo determinou para sorte e azar, ganho e perda, felicidade e tristeza. No final, é apenas o lugar que a gente deveria estar.
Ficamos o tempo todo pensando no que queremos fazer quando o dinheiro vier, quando tivermos tranquilos, quando estivermos descansados, quando encontrarmos o amor, quando estivermos em férias, quando tivermos filhos, quando cansarmos da vida de solteiro, uqndo nos aposentarmos, quando, quando, quando...
Não nos damos conta que este "quando" pode simplesmente não chegar. 
E ai, meu amigo, qual terá sido o seu legado?
Imagina quantas coisas que você deixa de fazer para ser ou fazer alguém  feliz por razões tão banais como preguiça, cansaço, procrastinação, lapso, ou ainda, por achar que ainda não se está pronto, que amanhã poderá estar melhor. Amanhã é uma ilusão tão grande! E prontos nunca estamos!
O que eu estou dizendo é que não é sair desesperadamente achando que vai morrer em cinco minutos, é parar para avaliar a importância de cada coisa, é estar consciente de que naquele momento você está fazendo o seu melhor.
Quantas vezes nos deixamos levar pela preguiça e quando damos conta, o dia acabou. O problema está justamente neste ponto, se dar conta quando não há mais nada a fazer, o dia acabou, não há como voltar no tempo e refazer tudo, se foi, não volta.
A diferença toda está em fazer conscientemente, mesmo que seja gastar todo o dia com preguiça.
O que é importante para você? O que te faz feliz? O que faz seu dia ter valido a pena?
Se você descobrisse que vai morrer em pouco tempo, o que teria orgulho de ter feito e do que teria pesar por não ter feito?
Eu acredito na eternidade da alma, acredito em múltiplas vidas, acredito que existe uma força divina, uma energia universal que funciona independente dos nosso desejos. E acredito que a única coisa que permanece após a nossa morte é o nosso legado energético, aquilo que trocamos invisivelmente com as pessoas que cruzam o nosso caminho, seja por 3 minutos ou 30 anos.
Pelas razões misteriosas da lei universal da sincronicidade, esta semana estou tendo a oportunidade de refletir sobre este assunto, (felizmente) através das experiências de outras pessoas.
Desde domingo, quando estive o dia inteiro em velório e enterro da mãe de uma amiga, eu ando a refletir e atrair estas experiências para perto de mim. 
Esta postagem vai parecer mais um daqueles e-mails que recebemos toda semana dizendo, seja feliz, diga eu te amo, diga menos não (ah este me lembra a embalagem do sache de açúcar da União) mas não é só isso. Não é sair por ai dizendo eu te amo para todo mundo. É um pouco mais, é ter gestos amorosos quando assim for possível, gestos enérgicos quando assim for necessário, gestos generosos sempre que a vida te der a oportunidade. É não perder as oportunidades!
É espalhar alguma coisa benéfica por onde passar. E benéfica para mim não significa somente sorrisos. As vezes pode ser que uma lágrima seja mais positiva do que um sorriso.
Ser consciente e verdadeiro, é disso que estou falando.
Eu não costumo me arrepender das coisas, procuro estar atenta, apesar de nem sempre conseguir. Recentemente eu deixei de estar por dois dias com alguém muito especial (especial mesmo) e ele me disse que eu deveria pensar melhor porque talvez me arrependesse depois. Eu não fui.  Pois bem, eu pensei muito, não me arrependi,  porque foi consciente, naquele momento eu simplesmente não pude dar aquele passo, seria forçar uma barra com a minha natureza, me violentar e isso está totalmente fora de questão. Eu não me forço a nada por ninguém.Eu busco a fluidez das coisas.
Naquele momento eu não pude ir e me perdoo por isso. Se eu morresse hoje, isso não tiraria a minha paz. Consegue perceber a diferença do não fazer consciente?
Então, é isso.
Qual é o seu legado?

Desperta!


 As coisas tem vida própria... tudo é questão de despertar a sua alma.


 Gabriel García Márquez,  'Cem anos de Solidão'


Ética, moralidade e filosofia

Mário Sérgio Cortella no Programa do Jô 

A ética é o conjunto de valores e princípios que utilizamos para responder a três grandes questões da vida: Quero? Devo? Posso?
Tem coisas que eu quero, mas não devo. Tem coisas que eu devo, mas não posso. Tem coisas que eu posso, mas não quero.
Você tem paz de espírito quando aquilo que você quer é o que você pode e é o que você deve.
Definimos a ética através do modular, exemplar, princípios da sociedade (religiosos ou não), normatizações, são coisas introjetadas, a ética vai se construindo com estes fatores.

Reflexões sobre o amor

Depois de algumas decepções amorosas, alguns de nós, talvez os mais orgulhosos, nos damos por vencidos na luta pela sobrevivência amorosa.
Eu já me enganei tantas vezes, me iludi, sofri, chorei, tive que me levantar depois de chegar ao fundo do poço, que na ânsia de não errar mais, coloquei o amor em algum lugar mais próximo da mente que do coração. Me iludi novamente achando que poderia controlar meus sentimentos, me coloquei num lugar onde pudesse controlar meus impulsos emocionais, sem me dar conta do quanto havia me fechado.
Hoje eu ouvi que amor quando aparece te faz deixar de dar importância aos pequenos problemas, e pensei, mesmo aqueles que são como fantasmas aterrorizantes.
Racionalizar sentimentos não tem nada a ver com lucidez, tem a ver com medo, medo de perder o controle, medo de sofrer, medo de se iludir, de não ver a verdade.
"Amar é ver a verdade, é ver o si em si mesmo, é não se iludir."
E o que é a ilusão final?
A mim parece que é colocar uma cortina de fumaça para não ver suas carências, traumas, condicionamentos, decepções e colorir qualquer coisa com a sua cor favorita para se apaixonar.
O amor não precisa de cores, ele já é colorido por si só. Você não precisa fazer nada quanto a sua aparição, ele por si só já é a certeza. Qualquer coisa que você faça parece simplesmente enfeitar o pavão, como se ele precisasse de mais beleza, sendo já tão perfeito.
Uma vez me disseram que amor, quando aparece, dispensa a razão e uma certeza inevitável derruba qualquer manifestação contrária.
Eu estou vivendo está certeza inevitável e posso dizer que a força contrária me foi arrancada com todas as suas raízes.  Tentei encontrar formas para fugir desse sentimento que me tomava e fui arremessada para longe da minha razão sem qualquer chance.
Ao me dar por vencida, eu conheci uma pessoa que existia de dentro de mim, a qual nunca havia antes sido apresentada. Uma pessoa mais suave, mais feliz, romântica, sem defesas, frágil, mas cheia de uma força que a faz capaz de qualquer coisa para viver o amor em toda sua plenitude.
Procurei tanta explicação e o que encontrei foi esta certeza, esta verdade. A minha essência reconheceu a essência deste homem instantaneamente, muito antes da minha mente se dar conta e poder se defender.
Estou vivendo a história de amor mais pura e essencial de toda a minha vida.
Sempre achei que para amar alguém era essencial que se conhecesse primeiro, ponderasse as qualidades e defeitos, achasse o ponto de conexão. Eu fui surpreendida pelo estabelecimento da conexão espontânea, sem ponderamentos, um reconhecimento inesperado e injustificado, sem precedentes, sem necessidade. Uma força natural, simples, poderosa, inevitável.
Estar em sua presença me acendeu a alma, me aqueceu o coração, me encheu de uma paz nunca antes vivida, porque a leveza do amor é repleta de paz, verdade e certeza.