O que eu aprendi em 2016

Eu comecei 2016 achando que tinha aprendido muito em 2015, com o silêncio, com a solitude, com o companheirismo e a amizade entre homem e mulher sem o sexo a alterar os sentimentos...
Em 2016 eu me abri para experimentar quem sobrou disso tudo.
Estive numa jornada de sensações, de descoberta de mim mesma, de deixar vir sem julgar-me e deixei... Tive experiências maravilhosas, algumas frustrações e novas revelações sobre a mulher que estou construindo.
Assumi minhas porções enrustidas (algumas), banquei as consequências ao me revelar, ao me declarar, ao me expor.
Desafio maior é se expor, já nos julgamos o bastante, não precisamos do julgamento dos outros a nos oprimir, ao me expor coloquei minha vulnerabilidade a frente de todo o resto de mim.
O julgamento dos outros é fardo que dispenso inteiramente, mas não permito que esta possibilidade me corrompa.
Descobri que meu desejo é só um cavalo selvagem querendo um montador destemido, que com respeito e delicadeza, saiba conduzir.
Mais uma vez minha intuição me provou ser a minha melhor conselheira;
As pessoas tem medo da verdade e para se sentirem seguras, a encobertam. Para isso fazem coisas infantis, bobas e desrespeitosas, na tentativa vã e ilusória de ter o controle das situações.
A verdade sempre se apresenta, mais cedo ou menos tarde, ela se revela. Qualquer coisa diferente disso é pura fantasia.
Pessoas fracas mentem;
Eu admiro os destemidos, os determinados e os inseguros assumidos, porque acredito que assumir as incertezas e as fragilidades seja um ato de imensa coragem.
Covardes são sempre covardes e a mentira normalmente é o seu escudo.
Eu ainda fico inconformada com pessoas que mentem, que fazem fofoca e que semeiam intrigas...
Ainda não consigo digerir bem gente manipuladora e sinto de longe o menor sinal da tentativa me me manipular...
Você pode ver além do alcance todas as possibilidades de autodesenvolvimento e crescimento de alguém, mas enquanto essa própria pessoa não as ver, todas as potencialidades não significam nada. Não tente convencer uma lagarta de que um dia ela será uma linda borboleta...
Ninguém convence ninguém. Então se uma pessoa acha que não merece ter o melhor, não merece ser feliz, não merece desfrutar do lado bom da vida, nada irá convencê-lo.
A humanidade presente em meu ser é capaz de atos generosos e abnegados, mas também é capaz de ferir e de ser egoísta. Cada dia é um dia.
O maior amor do mundo e nem a mágoa mais profunda é imune à impermanência, o tempo suaviza tudo, resistente é o alimento que usamos para tudo se manter...
Intimidade é a confiança declarada, nos tornamos íntimos de quem confiamos.
A mesma pessoa que me conta os segredos mais íntimos, pode não querer dividir comigo os detalhes da sua vida, uma coisa nada tem a ver com a outra e as suas razões são as suas razões...
Os espaços diminuem dentro de um abraço de coração aberto, da mesma forma, a distância aumenta vertiginosamente quando o coração se fecha, mesmo que fisicamente ela seja insignificante.
Carência mais apego são ingredientes perfeitos para a desilusão, receita infalível para algumas noites de olhos inundados.
Estar na presença de professores sábios e generosos é alimento para a minha alma;
Deixar de fazer yoga é prejudicial a minha saúde;
Res-pi-rar consciente, deve ser minha prática de cada minuto;
Colocar atenção em cada alimento que entra pela boca, antes de colocar nela...
A amizade é sustentação imprescindível, como a família a sustentação desafiadora;
Eu aprendi a comer jiló e a tomar Kefir;
Conheci pontos mágicos no meu corpo, que com o toque perfeito se revelaram. Isso depois de 40 anos é um presente!
Continuo amando poesia, música e viajar, mas já não me encanto com qualquer fenômeno...
Para matar a sede, água. Para matar a fome arroz e feijão. Para apreciar sabores melhor não estar com sede ou fome;
Dormir bem, independe do tempo disponível, tem a ver com a paz e a calma interior;
Felicidade é um instante e pode estar num abraço, num sorriso ou num olhar cúmplice, mas encontra-se também nas manifestações da natureza, na brisa, no mar, na bela vista do horizonte;
Este ser em constante construção, metamorfose assumida não pode dizer sobre si mesma o que é, pois está sendo a cada instante. Instantes de carência me arrebataram em 2016, instantes de total silêncio me salvaram.
Eu me perdi algumas vezes no desejo impossível de manter aquele abraço, aquele olhar, aquele...
Através do silencio e da meditação eu me encontrei mais de uma vez; Eu recorro a parte divina que me habita em momentos de tormenta e isso me salva sempre, pelo menos naquele instante...
Em 2016 fiz poesias de amor, de pedidos e de mim. Abri meu coração duas vezes para os homens e aprendi com isso que sempre vale a pena, independente do resultado final. Nunca perde quem oferece com todo o coração  e essa foi a melhor lição que este ano me deixou.





Vai passar, sempre passa

'Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada 'impulso vital'. Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como 'estou contente outra vez'.

(Caio Fernando Abreu)

Despedida

"Eu amo tudo o que foi
Tudo o que já não é
A dor que já me não dói
A antiga e errônea fé
O ontem que a dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia."

Fernando Pessoa

"Todo sopro que apaga uma chama, reacende o que for para ficar" 
O Teatro Mágico

O inferno são os outros? Será mesmo?

''Quando tentamos forçar o outro a nos amar, despertamos o pior nele, por que ninguém quer sentir-se forçado a nada. Nós, seres humanos, estamos viciados em usar máscaras para agradar aos outros, justamente na tentativa de forçá-los a nos amar. Assim vamos alimentando uma hipnose, um encantamento coletivo, no qual acreditamos ser mendigos. Estamos sempre mendigando atenção, reconhecimento, consideração... Colocamos nosso bem estar e nossa alegria na mão do outro: se ele faz do jeito que esperamos, ficamos bem; se ele não faz, vamos para o inferno.''

Sri Prem Baba

Não pode dar o amor que não sente

-No puedes dar el amor que no sientes. En vez de inventar sentimientos, logra amarte a ti mismo.
-El amor es como el mercurio: si lo tienes con la mano abierta, permanece en tu palma; si le empuñas, se te escapa por entre los dedos.

-Como el amor es ciego, los amantes deben acariciarse mucho.
-Las caricias que te he dado me han ido modelando.

-Quisiera hablar del amor, no el amor romántico ni el posesivo, sino del sublime amor a la creación, a la obra, a la vida, al universo y a la impensable energía que lo anima. Quiero hablar del amor que se recibe y se transmite, ese hermoso sentimiento que nos aniquila el egoísmo.

Jodorowsky

A gente quebra o encanto ou o encanto quebra a gente

❝ Tem horas em que penso que a gente carecia, de repente, de acordar de alguma espécie de encanto.
— João Guimarães Rosa, no livro “Grande Sertão: veredas”. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988.

Alegria de amar - Osho

ALEGRIA DE AMAR

Sempre que você ama, fica alegre. 
A alegria é uma função do amor. 
Portanto, torne-se cada vez mais amoroso 
para que possa se tornar mais alegre.

Não se preocupe 
se seu amor está sendo correspondido ou não, 
pois não é isso o que importa. 

A alegria é uma consequência do amor, 
seja ele recíproco ou não. 
Esta é a beleza do amor, 
o fato de seu resultado e seu valor serem intrínsecos. 

Ele não depende da resposta do outro, 
é totalmente seu. 
E não faz diferença alguma quem você ama 
- pode ser um cão, um gato, uma árvore ou uma pedra.

Sente-se ao lado da pedra e seja amoroso. 
Converse um pouco com ela, 
beije-a e deite-se sobre ela. 
Quando você entrar em comunhão com a pedra, 
você sentirá uma onda de energia 
e ficará muito alegre. 
Aquele que ama se sente alegre.

Se você descobrir essa fórmula, 
poderá desfrutar de uma incrível sensação de alegria. 
Se for amoroso o dia inteiro 
e não mais depender de objetos para demonstrar o seu amor,
você se tornará cada vez mais independente, 
podendo amar até mesmo o vazio que o cerca. 

Sentado em seu quarto, sozinho, 
você preencherá todo o espaço com seu amor. 

Mesmo estando numa prisão, 
você será capaz de transformá-la num templo. 
Por outro lado, mesmo um templo 
transforma-se numa prisão 
se não houver amor.

- Osho -

Espere pouco e viva louco

Espere pouco ou viva louco

Todo o lixo que você ouve
Não vai somar nada no teu purgatório
Assim como as lágrimas que você enxuga
Não transformam a vontade da fuga
Nem validam o seu desejo compulsório
De ser ouvido sem ser julgado
Nesse sonho absolvido
Pois esse crime não tipificado
Guarda uma pena inafiançável
Condenável 
e imprescritível
Uma expectativa inocente
De viver um momento carente
Encostado em um ombro que só conforta
Com uma mão cheia de dedos
Que não apontam
Mas acariciam
Aceitam todos teus segredos
Como quem ri alto de uma piada sem graça
Motivando o desajeitado humorista
A viver o que acha que deva
Com um pouco mais de leveza
E uma esperança infantil de que o amor exista

Henrique Fogli, o poeta apaixonado, o ouvido generoso, o ombro amigo, o amor declarado e desinibido de todos os dias!
Já secou minhas lágrimas e já saciou minha fome, cozinha como caminha, no amor despropositado e simples. Não tem como não amar. Te amo, picareta do meu coração.

Parte de mim, parte de nós

Perceber, eis a riqueza do ser humano.
Perceber que não está percebendo, eis o desafio.
Se você caminha a se distrair da verdade;
Se a vida tranquila é para você a que não te desafia a reflexão e ao desenvolvimento de sua humanidade;
Se para você a paz é manter sua sombra trancada no porão;
Se para você a felicidade é definida pela satisfação de seus desejos e pelo controle dos seus íntimos seres;
Se a única realidade possível em sua mente é aquela que a sua limitada visão alcança;
Se toda a perfeição de suas faculdades, estão direcionadas apenas para construir muros em volta do "seu mundo";
Se você acredita que a "realização" é ter a conta bancária abundante, a casa dos sonhos, a família e o trabalho "ideais"; 
Se o amor em sua vida somente se aplica aos seus; se cuidar de alguém é apenas praticado na sua intimidade; 
Se você não sai de si, para compartilhar o que há de melhor ou de pior por pura doação desinteressada ou exposição de sua vulnerabilidade;
Se os seus sentimentos são silenciados diante da sua razão tirana;
Se você acredita que "os outros" são seres totalmente separados de você...
Se você não percebeu ainda que cuidar da natureza é responsabilidade urgente de cada ser humano vivo;
Se a sua vida, a sua atenção, sua dedicação, seus sentimentos e disposição se resumem ao seu micro universo apenas;
Se você se identificou com o que está escrito acima...
Reflita sobre o que é evolução...

"Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente."
(Ferreira Gullar)

Generosidade e egoísmo

O pior tipo de egoísmo é aquele disfarçado de altruísmo, de gestos generosos impulsionados para servir um ego que se considera o centro de tudo. Aquele que se acha indispensável carrega em si grande egoísmo, no sentido real da palavra.

A maturidade

Chegamos à maturidade quando encaramos a vida com a mesma seriedade que uma criança encara uma brincadeira... (Nietzsche)

Meu desejo para você

“Que tudo pesado se torne leve, todo corpo, dançarino, e todo espírito, pássaro.” 
Nietzsche - "Assim Falou Zaratustra"

Vida breve - Saramago

"A vida é breve, mas cabe nela muito mais do que somos capazes de viver."
Saramago

Honrando a vida, pensando na morte

Minha motivação ao começar este texto é o de compartilhar minhas reflexões em torno da fragilidade e do prazer da vida.
Reflexões que nasceram a partir da minha própria experiência, constatação perene, na pele mesmo, de que a vida é tão incrível quanto frágil.
Eu adoro viver, eu sinto imenso prazer com as coisas mais simples do dia a dia, com as sensações do meu corpo, com as percepções da minha cognição nem sempre consciente, com as emoções da minha psiquê pseudo infanto-madura.
Eu amo estar neste tempo espaço, neste corpo que nem sempre eu cuido como deveria, mas que adoro, como templo de mim!
Não sou daquelas pessoas que fica pensando no que não tem, eu sou daquelas que acha que tem muita sorte, que tem muito amor, que tem muitos amigos, que tem uma vida boa e que é grata por tudo isso. Eu valorizo cada coisinha que a vida me dá, significo tudo como um presente, como um aprendizado, como um milagre.
Ah e você nunca fica triste? Fico. Eu choro, choro até cansar, até as lágrimas secarem e a frustração passar. E passa. É só não grudar nela. Eu olho para ela de frente e com olhar profundo e interessado eu busco a nascente daquele rio que transbordou nos olhos. Atravesso o silêncio para entender o que se passa comigo.
A vida é um eterno aprendizado, é através dela que realizamos o grande conhecimento de nós mesmos, é através dele (o aprendizado) é que chegamos mais perto dos outros. Conhecendo a nós mesmos nos tornamos mais amorosos, compassivos, compreensivos, e assim chegamos mais perto de Deus.
Se com todo coração e humildade você olha para dentro de si, sem medo de perceber suas incapacidades, assim é mais fácil compreender a limitações dos outros e aceitar que aqui somos todos aprendizes. Não sabemos de nada.
Achamos que temos tempo, achamos que amanhã estaremos prontos, nos prendemos a detalhes que não fazem a menor diferença, nos deixamos paralisar por dificuldades valorizadas pela nossa mente limitada numa expectativa de perfeição que não existe.
Perdemos tempo, perdemos oportunidades, perdemos pessoas. Na expectativa pelo momento perfeito, deixamos passar o momento.
A vida é um sopro, é generosa, mas tão frágil quanto milagrosa. Somos instantes e num instante já não somos mais.
Amanhã simplesmente não existe.
O tempo perfeito é hoje. Agora.
A sua preparação para amanhã é uma grande ilusão, a certeza no amanhã é a maior ilusão de todas.
Não sabemos de nada, mas a única coisa que temos é o instante presente, agora, exatamente agora.
Eu ouvi dos médicos, que eu havia quase morrido. Imediatamente eu pensei, eu adoro viver, que bom que ganhei mais tempo!
Por outro lado eu não posso reclamar de nada, vivo intensamente. Amo desmedida e expressivamente. Não há um só dia que eu não diga ou não ouça um EU TE AMO, e que coisa boa é isso!
Eu não tenho medo de dizer que amo, porque isso não é troféu ou sequer uma munição para ninguém. Expressar o amor é uma fortaleza.
Compreender que é um privilégio ter na vida pessoas para amar, oportunidades para aprender e para se tornar um ser humano melhor é uma grande sabedoria.
Manifestar o amor, viver com gratidão e generosidade é honrar o milagre que é estar vivo.

"Se você não se sente profundamente tocado pelo vislumbre da morte, é porque não olhou de perto. A consciência clara da mortalidade, nossa e dos outros, produz um impacto poderoso em nossa vida, muda drasticamente a relação que temos com as pessoas, com nossas ocupações, com nossas aspirações pro futuro, com as prioridades, com o tempo."— Fábio Rodrigues, na prática "Lembrar da morte" - O Lugar.
Então, minha reflexão final sobre viver e morrer é que o tempo é a gente que faz, o instante agora é construído imediatamente quando escolhemos viver em plenitude este milagre que é estarmos aqui, nos encontrarmos, nos amarmos.
O resto é um monte de bobagens que colocaram na cabeça da gente.



Para você, das declarações de amor

As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

Carlos Drummond de Andrade


Bebemos a poesia quando a vida não basta

Me encontro no mar do seu olhar
Respiro o seu cheiro e me exalo num suave sabor.
Doce sorriso que bebo e enebrio
Danço,balanço e me mareio
Te vejo? Quem sabe
Me vejo? Talvez
*****************************************
Luarando me dissolvo nelas
Minguante esvazio
Nova enxergo
Crescente esperanço
Cheia canto, danço enlouqueço e ilumineço
*************************************************
Vem amor,Vem
Que eu te recebo dentro de mim.
Eu te recebo dentro e fora de mim
Eu te recebo com todo amor, toda alegria e brincadeira que podemos ter e ser.
Vem amor, 
Venha dançar comigo no céu sobre as nuvens
Venha dançar comigo na Terra Por que na água vamos nadar
Venha para sermos o todo juntos e o nada 
E assim que vamos brincar, 
Vem

Poesias de Jorene Ferro

Abençoada seja, a traduzir em palavras, os meus, os seus, os nossos versos...

Para viver bem

Viver bem é algo como desatar os nós e abrir a embalagem sem estragar o presente. 
Viver bem é como saber varrer a casa da praia, ir varrendo devagar, juntando a areia com a pá antes de abrir a porta e o vento espalhar tudo novamente. É ter cuidado...
É como colher pitangas. As vermelhinhas estão doces, as outras ainda não estão e se não colher as vermelhas hoje, amanhã estarão no chão...
Percebe?
Viver bem é praticar a delicadeza das coisas, é compreender o tempo da natureza e repousar ou agir com ela.
Sabemos fazer as coisas para viver bem, ou ao menos, deveríamos saber... porque já passamos por algumas coisas;
A vida não congela a cena, não dá pausa para resolvermos nossas questões, nossas inabilidades...
Nós aprendemos errando... perdendo, mas muitas vezes deixamos pra lá, para aprendermos na próxima, na esperança de que esta próxima ainda vai chegar.
O problema é que enquanto a gente olha o que ficou para trás, outras coisas saem pela janela...
Viver bem é uma simples sabedoria. Viver bem é aprender com os erros, os seus próprios e com aqueles que, de alguma forma, já esbarraram em você e por isso te feriram... ou feriram alguém com quem você se importava.
Viver bem não tem a ver com estar feliz o tempo todo, é sobre contentamento e gratidão. Ser grato é cuidar dos presentes que a vida nos deu.
Então, viver bem é algo como desatar os nós e abrir a embalagem sem estragar o presente, é uma simples sabedoria.


Encontros e gratidão

Depois de mais um dia de ensinamentos e conexão através daquilo que acredito ser o sentido da vida, consciência, amor, união. Sinto pura Gratidão por estar nesta vida, neste tempo, rodeada de gente tão querida e ser abençoada pelo encontro com professores, mestres e seres disponíveis para compartilhar seu conhecimento, suas experiências e suas vidas de forma tão generosa e amorosa. 
Quero incluir nesta gratidão os meus amigos amados, que ao longo da minha jornada me nutrem a alma, o coração e o corpo com carinho, com atenção, com música, com poesia, com as artes da arte e com as artes da vida, aquela que nos desafia a criatividade diariamente; Além das comidinhas maravilhosas...Sinto-me amada e cuidada pela Vida.
E quero deixar aqui uma reflexão, não no sentido de pensamento, mas no sentido de reflexo mesmo, como fez meu professor comigo. Olhe cuidadosamente para uma flor. - Relacionamentos são como flores, não podemos abrir uma flor com os dedos, para que ela floresça, é preciso delicadeza, cuidado, amor, tempo.
Cada um de nós é um universo inteiro, tenhamos delicadeza e generosidade uns com os outros.

Fragmentos de mim

Felipe me representa

Sobre a cena do Garotinho, cuja política nefasta sempre critiquei: 1. Sua reação prova a empáfia de quem se acha acima da lei. 2. O desespero da família não pode ser menosprezado, independentemente do paciente. Ali são apenas esposa e filha sofrendo, numa cena muito triste. 3. Quem compartilha as imagens como forma de regozijo deve repensar seus próprios valores. Se a humilhação do outro te causa prazer, há uma doença grave nas tuas entranhas, companheiro. Não me leve a mal.
Felipe Pena

No meio da travessia

"Digo: o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia."
- João Guimarães Rosa, no livro 'Grande Sertão: Veredas'.  Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006.

Amai para entendê-las

"Se escolher amar uma mulher desperta cada parte da sua alma será despertada, não apenas seus órgãos sexuais, mas também seu coração. 
Se deseja uma vida dócil, encontre uma mulher que decidiu ser submissa.
Se deseja apenas mergulhar o dedo do pé nas águas, mantenha-se com uma mulher que ainda não mergulhou na fúria do oceano sagrado.
Ela não vai olhar fundo em seus olhos, balançando-o acordado e sacudindo seus desejos perdidos há muito dentro de você.
Pois, se decidir adentrar a aura e o corpo de uma mulher cujo fogo espiritual está queimando, então saiba que estas ansiando por um certo nível de risco e perigo, com o propósito de crescer.
Sua vida não será mais confortavelmente sonolenta o tempo todo.
Sua vida não permitirá que fique preso aos velhos sulcos e rotinas estagnadas, pois ela - A Vida - assumirá radicalmente novo sabor e aroma.
Você será inflamado pela presença do selvagem feminino e irá sintonizar-se com o chamado Divino.
A escolha de ser sexualmente e amorosamente íntimo de uma mulher desperta, é para os homens que precisam de coragem para caminhar sem medo do desconhecido.
Ela o levará a mundos desconhecidos de mistério e magia. Ela não vai fugir da sua "escuridão", porque a sua escuridão não vai assustá-la. Ela falará palavras que a sua alma entende.
É um risco enorme amar uma mulher desperta, porque de repente não há um lugar para se esconder.
Ela vê tudo, para que ela possa amar com profundidade.
Amar uma mulher como essa é escolher começar a viver com a sua alma no fogo.
Sua vida nunca mais será a mesma, uma vez que convidou essa energia para entrar.
Certifique-se, caso escolha amar uma mulher desperta de que escolheu por não passar o resto da vida olhando para trás sobre o seu ombro, tentando enxergar mais uma vez a visão turva de mistério feminino que desapareceu de sua vista.
E você poderá ter a chance de acompanhá-la numa experiência fantástica, de volta para a luz.
Se assim se permitir!..."
Sophie Bashford



"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo,
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muitas vezes desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite,
enquanto a Via-Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo? "
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas".
Olavo Bilac

Preciosidades encontradas pelo caminho

"Não tem nada pior do que olhar para o outro e prender o outro na sua incapacidade. Por outro lado, não tem generosidade maior do que poder olhar para o outro além de sua incapacidade."
Lama Padma Samten
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"Esperança e medo vêm da sensação de que nos falta algo. Eles vêm de uma sensação de pobreza. Nós não conseguimos simplesmente relaxar em nós mesmos. Nós nos agarramos à esperança. E a esperança nos rouba o momento presente. "Pema chodron
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"E quando vier o tal sentimento de rejeição
Esse de ser deixado solto como iceberg, solto em meio ao mar das aparências
Lembra que se os outros (e a gente, a gente...) tivéssemos todos o alcance da visão que reconhece as qualidades essenciais e completas uns dos outros não iriamos ter de esperar pela constante e eterna confirmação “dos outros” (nossos reflexos convexos) sobre o valor e a preciosidade de estarmos aqui singular e corajosamente navegando no sonho do tempo.
A projeção das expectativas nos sabota sem parar (lembra, lembra...) Separação é um mito plastificado." Luís Nenung

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"Sem uma natural felicidade interior (uma sensação de alegria, despreocupação e bem-estar que não depende de condições externas, como sua família, amigos, posses ou o clima), nunca seremos verdadeiramente felizes.
Vamos desperdiçar nossas vidas correndo atrás disso e daquilo, cheios de excitação por qualquer pessoa ou situação nova. Então sentiremos uma felicidade superficial por um curto momento, que se desfará e nos deixará com uma sensação de vazio novamente, e aí buscaremos alguma outra coisa.
Então, para encontrarmos felicidade verdadeira e uma vida satisfatória, primeiro precisamos de uma base incondicional de felicidade"
–Kyabgön Phakchok Rinpoche
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"Decida o quanto você poderá fazer com o coração puro. A generosidade requer treino. Se for dificil para você oferecer e se a pessoa para quem você ofereceu não expressar apreço, você sentirá remorso e desapontamento. Servir aos outros sem limites, até que nada reste de nós, é um caminho sublime. Por isso, oferecemos o que podemos, da melhor maneira possível. Isso aumenta nossa habilidade de servir com motivação pura." Chagdud Rinpoche
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'Reverência pela Vida é uma condição interior, um perfume que envolve todas as coisas e nos enche de respeito para com tudo aquilo que vive." Rubem Alves
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"O que nos vem à mente quando perguntamos 'Quem sou eu?' consiste das coisas que prestamos atenção no decorrer dos anos. O mesmo acontece com as nossas impressões acerca de outras pessoas. A realidade que se nos apresenta não é tanto aquilo que está lá fora, mas sim aqueles aspectos do mundo nos quais focamos nossa atenção.”

—Alan Wallace, no livro "A Revolução da Atenção".
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"Precisamos trabalhar com as pessoas. Temos que trabalhar com nossos pais, mães, irmãos e irmãs, nossos vizinhos e amigos. Temos que fazer isso porque as pessoas com quem estamos associados em nossas vidas propiciam a única situação que nos conduz à busca espiritual. Sem essas pessoas, não seríamos capazes de investigar essas possibilidades. Elas nos oferecem irritação, negatividades e demandas. Elas nos oferecem tudo."
—Chogyam Trungpa, no livro "Trabalho, sexo, dinheiro: o sagrado na nossa vida diária e o caminho da atenção plena".

Para saber se é amor

Se com todo seu coração, ao pensar em alguém, você aspira que esteja bem, que esteja feliz e se sentindo amado. 
Se ainda que ele não esteja ao seu lado, você sinceramente torcer pelo seu bem estar, independente de você ou sua presença.
Se isso nasce genuinamente em seu coração, parece que o amor encontrou morada em seu Ser.

"Somos belos porque dentro de nós há um jardim que, vez por outra, se deixa ver através dos nossos gestos."
Rubem Alves



Assédio e feminismo

Uma mulher é agredida a cada 4 minutos, a cada onze minutos uma mulher é violentada. Então, não me venha com essa de que o feminismo não é necessário. É necessário e urgente. Estes são números oficiais, imagine o que seria este número se todas falassem. Quando eu tinha entre 19 e 22 anos um chefe me assediou, felizmente alguém chegou e interrompeu o que estava na eminência de um beijo sem meu consentimento. Eu estava sendo impedida de me mover, contra a parede. Eu fiquei tão em choque que não quis mais voltar ao trabalho, não contei pra ninguém porque tive vergonha. Era uma menina e eu não sabia como reagir a isso.
Minha aspiração é para que este tipo de coisa não aconteça, mas se acontecer, que as meninas saibam se defender, sintam-se livres para expor sem que isso seja usado contra elas. Se você nunca passou por nenhum tipo de assédio, você tem sorte, mas pode ser que alguém que você ama não tenha. A luta por respeito é de todos, não se iluda.

Sentir tudo de todas as maneiras

"Sentir tudo de todas as maneiras,
Viver tudo de todos os lados,
Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo,
Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos
Num só momento difuso, profuso, completo e longínquo..."
Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)

Papo de homem, sobre amor e estas coisas

Por Alex Castro

Autenticidade

"AUTENTICIDADE é uma prática diária.

Escolher a autenticidade significa: 
Cultivarmos a CORAGEM para sermos emocionalmente honestos, estabelecermos limites e deixarmos nossos pontos vulneráveis aparecerem; exercitarmos a COMPAIXÃO que surge quando sabemos que somos feitos de força e batalhas, e que estamos conectados uns aos outros através de um espírito humano amável e resiliente. NUTRIR a conexão e o sentimento de pertencimento que só pode acontecer quando abandonamos quem achamos que deveríamos ser e abraçamos quem somos.

A autenticidade demanda viver e amar com todo o coração – mesmo quando é difícil, mesmo quando estamos lutando contra o medo e a vergonha de não sermos bons o suficiente, especialmente quando a alegria é tão intensa que temos até medo de nos permitirmos senti-la. 

Praticar conscientemente a autenticidade durante nossas mais duras batalhas no caminho do auto-conhecimento é uma maneira de convidarmos a GRAÇA, a ALEGRIA e a GRATIDÃO para nossas vidas."

Texto de Brené Brown, Ph.D.
Copyright 2009 Brené Brown - tradução de Carol Miag

Crepúsculo existe?

Todos os dias o sol desperta e se deita...
É um belo fenômeno da natureza, será?

Na realidade é só a Terra girando, o sol nunca dorme. Nosso olhar, nossa perspectiva é que vê o crepúsculo.
No fundo sabemos que é assim, mas há uma beleza encantadora naquele momento. Também sabemos.
Duas formas de se ver o mesmo fenômeno.
Não te parece que assim também pode ser a realidade das coisas?
Que você escolhe o tempo todo em como ver ou vivenciar ou dramatizar o que está acontecendo?
Observe.

Não troco likes

Não troco likes
Não troco elogios 
Não faço escambo
Não quero trocas
Não barganho
Quero a palavra sincera a apontar diretamente para a verdade
Não quero o perfume inebriante das carícias no ego
Eu já conheço este caminho de distração e sei da missão que carrega;
Quero sim a exposição sem receio, a resposta honesta sem rodeios, mas se for difícil...demais...
Hoje eu quero só paz, como na música...
Então me deixe ... seguir...

Existe amor em SP

Eu estava atravessando a rua ontem para ir almoçar, aguardando o sinal de pedestres abrir, eu comecei a ouvir uma história. E fui acompanhando o grupo até ouvir o final. 
Em um canto da cidade ela foi assaltada, levaram o celular, ficou arrasada. Alguns dias depois, do outro lado da cidade ele compra um Iphone de um garoto por R$ 100,00. Naquele mesmo dia, o pai dela telefona em seu trabalho para dizer que um homem ligou na casa para avisar que estava com o celular dela e queria devolver.  Ele pagou os R$ 100,00 para o menino que vendia porque imaginou que era roubado, comprou para devolver... Ainda existe amor em SP 
Então, este foi o final real.  
No final da minha imaginação eles se apaixonaram e viveram uma linda história de amor. 
É, parece que ando meio romântica...

O que você quer saber de verdade





As vezes é assim, um poeminha nasce de um suspiro.

"Hoje um raio tocou em mim;
Um raio que não derruba, não fere, não queima;
Hoje um raio tocou em mim;
Luminoso, majestoso, encantador;
Olhe, veja que beleza:
En-canta-dor (aquele que canta a dor)
Hoje um raio de amor me tirou para dançar;
E eu, que não conhecia a música, nem a dança, me deixei encantar."




"Ainda bem, existe a arte, quando a vida não basta!"

O que você quer saber de verdade

Vai sem direção
Vai ser livre
A tristeza não
Não resiste
Solte os seus cabelos ao vento
Não olhe pra trás
Ouça o barulhinho que o tempo
No seu peito faz
Faça sua dor dançar
Atenção para escutar
Esse movimento que traz paz
Cada folha que cair,
Cada nuvem que passar
Ouve a terra respirar
Pelas portas e janelas das casas
Atenção para escutar
O que você quer saber de verdade
Compositores: Arnaldo Antunes / Carlos Brown / Marisa Monte

Simples assim

"O sofrimento que sentimos agora é sempre alguma forma de não-aceitação, uma forma de resistência ao que é. No nível do pensamento, a resistência é uma forma de julgamento; no nível emocional, ela é uma forma de negatividade."

Eckhart Tolle



A morte

Aproveite o dia de hoje para ver a inevitabilidade da morte.

Lembre das pessoas com quem você convive no dia a dia, colegas do trabalho, cada amigo querido, cada uma das pessoas na família (pais, filhos, irmãos...), cada um daqueles a quem queremos bem, aqueles com quem temos dificuldades, aqueles que ignoramos.

Então, contemple cuidadosamente os quatro fatos a seguir:

A morte virá, ela é inevitável.

Todos morrerão.

Seu tempo de vida está diminuindo a cada momento.

A quantidade de tempo que você tem para dedicar ao cultivo da felicidade genuína e florescimento humano é muito pequeno.

Conclusão: a gente deveria usar a vida da maneira mais sábia possível.

(Esse é um trecho da prática "Lembrar da morte", disponível dentro do lugar.)


O que é a felicidade genuína? Eu prefiro o termo “florescimento humano”, que é uma tradução da palavra grega eudaimonia. A tradução mais comum é “felicidade genuína”, mas “florescer” é mais apurado. Assim como a noção budista de “sukkha” e “ananda” – felicidade/ alegria em Hindu, florescer é uma sensação de felicidade que está além das vicissitudes momentâneas do nosso estado emocional.  E no que esta felicidade implica? Em uma vida significativa.
O que torna uma vida significativa? Eu considero todos os dias, não apenas a vida como um todo. Eu olho para quatro ingredientes:
Primeiro, foi um dia de virtude? Estou falando de ética budista básica, evitando um comportamento prejudicial ao corpo, fala e mente, nos dedicando a um comportamento saudável e qualidades como a consciência e a compaixão.
Em segundo lugar, eu gostaria de me sentir feliz ao invés de extremamente infeliz. Os seres realizados que conheci são um exemplo de estados extraordinários de bem-estar, e mostram isto em seus comportamentos, suas maneiras de lidar com as adversidades, com a vida e com outras pessoas.
E em terceiro lugar, a busca pela verdade, procurando compreender a natureza da vida, da realidade, das relações interpessoais ou a natureza da mente. Mas você pode fazer tudo isso sentado tranquilamente em uma sala. Nenhum de nós existe de forma isolada. No entanto, para que haja um quarto ingrediente,  uma vida significativa também deve responder à pergunta:  “Se eu puder olhar para o dia e ver que a virtude, a felicidade, a verdade  e uma  vida altruísta foram fundamentos salientes, eu posso dizer : “Sabe, eu sou um campista feliz .” Buscar a felicidade não depende do meu talão de cheques, do comportamento do meu cônjuge, do meu trabalho  ou do meu salário. Eu posso viver uma vida significativa mesmo que só me restem dez minutos…
Então a saúde física não é um ingrediente necessário? Nem um pouco. Um dos meus ex-alunos tem uma doença muito rara, e todos os dias ele vai para o hospital para fazer diálise e tratamento medicamentoso – o que irá fazer pelo resto de sua vida. Você poderia dizer: “Bem, isso é uma tragédia, uma situação sombria.” Mas da última vez em que falei com ele, ele disse: “Alan, eu estou florescendo.” E ele estava. Ele encontrou uma maneira dentro dos parâmetros muito limitados sobre o que estava disponível para ele. Sua mente está clara. Ele está lendo, crescendo, meditando,  ensinando a meditação para outros doentes terminais em seu hospital. Ele está vivendo uma vida muito significativa em que ele pode dizer, honestamente, que está florescendo.
Qual é o segredo dele? Ele não está procurando a felicidade fora de si mesmo. Quando dependemos de coisas como emprego, um cônjuge ou dinheiro para nos satisfazer, estamos em uma situação infeliz, porque apostamos em algo externo. Além disso, outras pessoas estão competindo pela mesma coisa, e essa “coisa” não é infinita. Esta é a má notícia.
E a boa? A boa notícia é que a verdadeira felicidade não está lá fora, no mercado para ser comprada ou conseguida através do melhor professor disponível. Um dos segredos mais bem guardados é o de que a felicidade pela qual nos esforçamos  tão desesperadamente  através de nosso  cônjuge perfeito, nas crianças formidáveis, no trabalho agradável, na segurança, na saúde excelente e na boa aparência sempre esteve em nosso interior e está apenas esperando para ser revelada . Saber que o que estamos procurando vem de dentro muda tudo. Mas isso não significa que você não vai ter um cônjuge, um carro ou um trabalho satisfatório e sim que você está florescendo. Sua felicidade não depende tanto de eventos externos, pessoas e situações que estão além de seu controle.
Todos já ouviram falar que a riqueza não compra felicidade, mas poucos vivem como se isso fosse verdade. Em um grau mais profundo,  duvidamos disso e tentamos repetidamente assumir o controle de nosso ambiente externo e extrair dele as coisas que achamos que vai nos fazer felizes: posição social, sexo, segurança financeira e emocional. Eu acho que muitas pessoas em nossa sociedade desistiram de buscar a felicidade genuína. Elas perderam a esperança de encontrar a felicidade, a satisfação e alegria na vida. Elas pensam: “Bem, a verdadeira felicidade parece não estar disponível, então eu vou me contentar com um aparelho de som melhor.” Ou elas estão apenas sendo levadas: “Esqueça o prazer. Eu vou apenas tentar sobreviver a este dia.”
Isto é muito trágico.
Isso soa como depressão. É um estado em que o espaço da mente se comprime e perdemos a visão. Eu penso na benignidade – o primeiro dos “Quatro Incomensuráveis”  ou das “Quatro Moradas Divinas” – como uma busca da visão. Na prática tradicional  maitri (sânscrito para benignidade) você começa com benignidade para si mesmo. Isso não significa “Que tipo de  trabalho bom eu poderia ter? Quanto dinheiro eu poderia conseguir? ” e sim em “Como eu  posso florescer? Como posso viver de forma que eu encontre verdadeiramente um significado gratificante, feliz e rejubilante? ” E como você imagina isso para si mesmo, você amplia este sentimento para fora: “Como pode  que as outras pessoas estejam sofrendo para encontrar a felicidade genuína? “
Shantideva disse: “Aqueles que desejam escapar do sofrimento se apressam indo diretamente em direção a ele. Pelo próprio desejo de felicidade, pela ilusão, eles destroem a própria felicidade como se ela fosse um inimigo”Por que é assim? Por que não adotamos uma vida de virtude que nos traga a verdadeira felicidade que tanto desejamos?  Isto remete à  ideia de que somos tolos em relação ao que realmente nos traz a felicidade que buscamos. Pode ser que leve muito tempo até que percebamos o que está acontecendo, porque nos tornarmos tão obcecados pelo símbolo, pela imagem, pelo ideal, pela construção mental…”Se eu tivesse este cônjuge, este tipo de trabalho, esta quantia de dinheiro..se as pessoas me respeitassem a este ponto, se eu tivesse esta aparência.. “
É ilusão. Todos nós conhecemos pessoas que têm boa saúde, amor, fama e riqueza  e, ainda assim, são miseráveis. Estas pessoas são alguns dos nossos maiores mestres. Eles nos mostram que você pode ganhar na loteria e perder na loteria da vida, em termos de busca da felicidade genuína.
Se alguém se aproxima do caminho da prática budista  com uma forte ênfase negativa e com a ideia de que o nirvana é apenas livrar-se das coisas, então, à primeira vista, nirvana pode parecer muito chato. Mas nirvana não é apenas erguer-se para o neutro ou para o “nível normal de infelicidade de Freud.”  É muito mais do que isto. E é aí que entramos em contato com esta questão do nosso estado habitual dukkha, de estar insatisfeito, ansioso. Mas a premissa budista, que é extremamente inspiradora , é que o que é verdadeiramente” habitual” é o seu estado natural de consciência, a base da consciência. Esta é uma fonte de felicidade e pode ser descoberta, começando com as práticas meditativas como shamata, a clarificação da atenção e de se conscientizar sobre como as coisas realmente são. A questão toda do Buda-Darma é de que a libertação não vem pela crença no conjunto de princípios corretos ou de afirmações dogmáticas, ou necessariamente, comportando-se da maneira certa. É um “insight”, é sabedoria, é entender a natureza da realidade. E só a verdade nos libertará.
Quando você diz “verdadeira felicidade”, a insinuação é de que existe um outro tipo. Sim. Confundimos o que os budistas chamam de ”As oito preocupações mundanas” com a verdadeira busca da felicidade: a aquisição de riqueza e de não perdê-la; a aquisição de prazeres de estímulo rápido para evitar a dor;  enaltecer e evitar o abuso ou o ridículo e o desejo de uma boa reputação, temendo o desprezo ou a rejeição.  A questão a ser mencionada aqui é a de que não há nada de errado com as coisas do lado positivo. Pense nisso: você seria uma pessoa melhor se não estivesse usando este suéter? Não. Não há nada de errado com aquisições, mas há algo de errado em pensar que elas lhe trarão felicidade. A felicidade genuína consiste simplesmente em dar uma “chacoalhada” nas  verdadeiras causas da felicidade ao invés de coisas que podem ou não catalisá-las. E isto é, basicamente, a diferença entre perseguir o darma e as ”As oito preocupações mundanas”. Algumas pessoas realmente meditam para obedecer as ”as oito preocupações mundanas”, apenas pelo prazer que eles adquirem ao meditar. Eles estão encarando a meditação como quem toma uma xícara de café, ou como quem faz uma corrida ou uma massagem. Isto não é ruim ou errado, mas é muito limitado. A meditação pode fazer algo que uma boa massagem não pode. Ela pode realmente curar a mente.
Em “Genuine Happiness”, você escreve: “Quando estamos passando por alguma insatisfação ou depressão sem uma causa externa clara, quando não há problemas de saúde, problemas no casamento ou outra crise pessoal, poderia ser este um sintoma ou uma mensagem vinda, para nós, através de um nível mais profundo de sobrevivência biológica? Como deveríamos responder? Os antidepressivos querem dizer, basicamente “Cale a boca, eu quero fingir que você não existe.” Mas o que este sentimento está nos dizendo? ” Você pode falar sobre isso? O que estamos falando aqui é dukkha, não no sentido de  “eu me sinto miserável porque eu perdi algo que era precioso para mim” ou “eu não consegui algo pelo qual eu tinha verdadeira paixão” e sim esta camada mais profunda do sofrimento que é não referencial e nem orientada por estímulo. Há momentos em que, mesmo na ausência de estímulos desagradáveis​​, você ainda tem uma sensação de desconforto, de depressão, de inquietação, de que algo não está certo, mas você não consegue identificar o que é. Este é um dos sintomas mais valiosos que temos da disfunção subjacente de nossas mentes. Uma vez que você sentir que está se prendendo a isto, talvez você diga: ” Eu não gosto desse sentimento  e  vou  encobri-lo. Eu vou me perder no trabalho, na diversão, nas bebidas e nas drogas.” Esta sociedade é a mais habilidosa na história  em abafar esta sensação básica de mal-estar.
Nós estamos dentro de uma fadiga química. Eis aqui um sintoma de uma vida que não está funcionando muito bem, de uma mente que está propensa a desequilíbrios e aflições, e ao invés de usarmos isto como um sintoma de boas-vindas, nós basicamente matamos o mensageiro. A indústria farmacêutica diz que, se você se sentir ansioso, deprimido, triste ou com raiva, é por causa de um desequilíbrio químico no cérebro. “Use  o nosso medicamento prescrito e isso vai fazê-lo feliz.” A desvantagem destes medicamentos é que muitas pessoas pensam que as más experiências têm, essencialmente, uma base material, onde um desequilíbrio químico é a origem da causa. Em outras palavras, a “Segunda Nobre Verdade,”  a causa do sofrimento, é o desequilíbrio químico no cérebro e, portanto, a cessação do sofrimento significa que ele deva ser anestesiado. O que isto está fazendo é disfarçando o nosso compromisso com a realidade ao invés de chegar às raízes da depressão e da ansiedade. O que você está enfrentando é a “Primeira Nobre Verdade”. E Buda diz: ” Não basta fazê-lo calar a boca, mas reconhecê-lo, compreendê-lo.” Este é o início do caminho para a felicidade.
 Os existencialistas entenderam que estamos perseguimos a felicidade em vão. Como os budistas se diferem? No budismo , buscar a felicidade não é apenas se afastar de algo – a aquisição de objetos – mas mover-se em direção a outras, como a prática do darma. É desembaraçar-se das fontes reais do dukkha , que são internas , e mover-se em direção a uma liberdade maior, um bem-estar mental, um maior equilíbrio e significado. Na filosofia existencialista, isto refere-se a “viver autenticamente.” Afastar-se das verdadeiras fontes do dukkha em direção às verdadeiras fontes de felicidade  é , basicamente, toda a psicologia budista colocada ali mesmo.
Temos uma percepção equivocada de que se conseguirmos que tudo funcione bem,  encontraremos a felicidade que buscamos. Então chega um momento em que você diz: “Sei. Isto nunca funcionou. Não está funcionando agora e nunca vai funcionar no futuro.” Isso é o que muitos filósofos existencialistas reconheceram. Camus, Sartre… eles se referem à vaidade,  futilidade e insignificância  fundamental. O budismo, como os existencialistas, vê a vaidade, a futilidade e o vazio das ”As oito preocupações mundanas”. Mas não basta dizer: “Eis  um problema e não há nada que possamos fazer sobre isto.” Ele diz: “Estas são as preocupações mundanas, e depois há o darma. Ter um pouco de fé seria útil, mas se não há mais nada, você ainda tem a prática “
Você argumenta que a prática nos mantém no mundo e isto é um grande desafio. Por exemplo, muitos de nós vemos o noticiário e é fácil ficar bem deprimido. Como podemos ficar no jogo sem sermos derrubados por ele? A primeira coisa é reconhecer que nem todas as notícias estão aptas para serem impressas ou transmitidas. Elas estão acontecendo em um contexto 100% comercial. Eles estão transmitindo estas notícias porque estão sendo pagos por seus anunciantes. E eles estão nos dando as notícias que vendem, que eles acham que as pessoas gostariam de assistir. É uma fatia muito seletiva sobre o que está acontecendo. Isso não quer dizer que não existam pessoas na mídia tentando prestar um serviço público, mas o próprio sistema é comercialmente direcionado. No budismo, dizemos que sim, há um oceano de sofrimento. Portanto, não é ruim mostrar que há raiva, ódio, ilusão e ganância no mundo. De certo modo, a mídia está apresentando alguns fatos muito importantes, tendo em conta que podemos olhar para as diferentes respostas emocionais em nós mesmos. Podemos sair da rotina do nosso cinismo, depressão, raiva e apatia cultivando os “Quatro Imensuráveis​​.” Quando vemos o sofrimento e as causas dele,  então é hora de compaixão.
Quando vemos as pessoas se esforçando diligentemente para encontrar a felicidade, é um momento de benignidade. Essa rara compreensão onde eles mostram algo maravilhoso que tem acontecido é um momento de alegria para a mudita –  para a alegria empática, pela alegria  da felicidade de outras pessoas e pela virtude. E, então, há as circunstâncias como os desastres naturais. Quando vemos que existem pessoas responsáveis ​​e instituições que fazem o seu melhor para aliviar o sofrimento, podemos decidir manter a equanimidade e, em seguida, realizar a  prática do tonglen (dar e receber): levar embora o sofrimento do mundo e oferecer de volta a alegria e suas causas. Os “Quatro Imensuráveis” ​​são maneiras extraordinariamente poderosas de se envolver com a realidade. E eles se equilibram. Eles são como os Quatro Mosqueteiros: quando alguém se perde, os outros saltam e dizem: “Eu posso ajudá-lo.”
Então, se você está sentindo indiferença ao invés de equanimidade, a compaixão vai equilibrar isto?Precisamente. Ou se você se encolheu e se atracou à ansiedade, então este é um momento de equanimidade.
Esta rota alternativa para a felicidade parece exigir um salto de fé, e isso pode ser assustador. Se eu me livrar de todas as aparências, o que será de mim? Nós não precisamos saltar para o fundo do poço. Os tibetanos chamam isso de “renúncia cabeluda.” É como se de repente estivéssemos apaixonados e disséssemos:  “Ah, toda a sociedade é um abismo de fogo ardente. Eu não posso suportar isso. Eu vou sair para o êxtase de praticar o budismo.” É chamado cabeludo porque é melhor eu raspar minha cabeça para mostrar que eu estou falando sério. Então, é claro, em um ou dois dias ou em algumas semanas, você diz: “Isto não é muito divertido…e onde é que está a namorada que eu deixei para trás, mesmo?” É como uma folia. Então, o que é necessário não é um abandono repentino , abrupto e total dos oito darmas mundanos (”As oito preocupações mundanas”) e a prática apenas do darma sublime. É como jogar uma criança na água para ensiná-la a nadar: você não vai arremessar a criança no fundo da água e ver o que acontece. Você vai levá-la primeiro para a parte rasa.
Então, tente um período de teste . Tente uma sessão de meditação pela manhã e outra à noite. Veja como isso afeta o resto do seu dia. Então, quando você começar a ter um gostinho do dharma, você pode dizer: “Bem, isto está realmente tocando meus recursos internos. Isto é bom. E não é apenas bom, é também virtuoso. E mais: estou interagindo com a realidade de forma mais clara do que eu estava no passado. Se eu quiser trazer algo de bom para o mundo , eu estou em uma posição melhor para fazê-lo.”  É uma mudança gradual nas prioridades até que finalmente o seu desejo primário, o seu valor mais alto, seja o de  viver uma vida significativa , dedicando-se ao darma . As “Oito Preocupações Mundanas,”  elas  vêm e vão. Na verdade, quando estão lá, elas podem até mesmo apoiá-lo em sua vida.
Como um combustível para a usina? Elas não são necessariamente um combustível para a usina, mas a adversidade nos fornece uma oportunidade se não houver um compromisso sensato com ela. Por exemplo, um dos maiores obstáculos para uma vida significativa é a arrogância. Bem, é realmente difícil ser arrogante quando você está em uma grande adversidade . Então, existe este mal-estar sobre o qual temos falado, se observarmos que, com sabedoria, podemos despertar a nossa curiosidade ou até mesmo buscar um poderoso incentivo para uma transformação, para podermos arrancar as causas que deram origem a tal aflição. Se você já passou por um terrível conflito interpessoal, uma perda ou uma crise financeira, por exemplo, você pode olhar para isto e dizer: “Como isto aconteceu? O que eu fiz para contribuir com isto? E por que eu estou sofrendo tanto agora?” Estas são mensagens, sintomas de uma discórdia subjacente, um desligamento da realidade, um escape para a ilusão, o ódio e o desejo. Eu acho que os “Três Venenos” são tão importantes para a compreensão da situação humana como as três leis de Newton são para a compreensão do universo físico. E quando você vê o quão importante é o darma  em face da adversidade, então ele se torna uma prioridade. Você deixa que ele  sature a sua vida. É quando o darma realmente revela seu poder: quando ele não está confinado a uma sessão de meditação aqui ou ali.
 O que me leva à sua visão de que o auge da prática do Buda não foi a iluminação sob a árvore de Bodhi e sim o serviço prestado aos outros. Eu acredito que Buda alcançou algo absolutamente extraordinário sob a árvore Bodhi , mas reconheceu que, se este evento era para ser tão significativo quanto possível , tinha que ser compartilhado com os outros. A iluminação não é algo apenas para si mesmo: ” Agora eu tenho as coisas boas, e, portanto, finalizei por aqui.”
Civilizações inteiras foram transformadas pela presença deste homem, mas não foram  apenas os 49 dias sentado debaixo da árvore de Bodhi que fizeram isto. Foram os 45 anos seguintes,  envolvendo-se com cortesãs, mendigos, reis e guerreiros – toda a gama da sociedade humana – e tendo algo a oferecer para todos. Então, se voltarmos aos quatro aspectos de uma vida significativa, o que aconteceu sob a árvore de Bodhi é claramente o ponto culminante da virtude, da felicidade e da verdade. E pelos próximos 45 anos ele esteve lá fora, trazendo algo de bom para o mundo. Então, eu diria que Buda é o paradigma de uma vida significativa.
 B. Alan Wallace

A vida é um sopro

Depois de sentir raspando o beijo da morte, tudo fica menos pesado. Eu já havia esquecido...
Uma pena que esquecemos, e que deixamos a sensação de viver a vida estando presentes.
No turbilhão de emoções perturbadoras nos deixamos levar para o esquecimento de quão rara e passageira é a vida.
Gente, a vida é um sopro, um trem bala, um raio. Tão rápido quanto podemos imaginar ela passa.
Perdemos nosso tempo tentando controlar, tentando nos proteger, tentando segurar um cometa.
Gente, a vida é um sopro!
Segurar, segurar, segurar... o que?
Nada aqui é permanente. Aqui tudo é efêmero, exceto o que vem do coração. O amor que damos e recebemos é perene. É a unica coisa que realmente vale a pena.
Hoje eu me senti uma grande boba, dando corpo a emoções que são tão fixas quanto as nuvens do céu. Hoje, diante da fragilidade da vida eu me encontrei lúcida como quem encontra a morte.
Das coisas mais valiosas, um abraço dado a partir do coração. Um carinho, um afago que nasce do desejo sincero de só te encher o coração de alegria.
É isso que importa nesta vida fugaz. O resto são detalhes que colocaram na mente da gente.
Gente, a vida é um sopro!
Que possamos nos amar mais, apenas isso.
É o que eu desejo para você, para mim e para toda a gente.

Para você que me inspira

Para você que me inspira os dias, as práticas, as palavras, a poesia;
Para você que que se expressa no silêncio da face e me inspira a ouvir na mansidão;
Para você de voz calma e palavras tão generosas;
Para você que em meio à minha confusão não se perde da sua verdade; e assim me lembra da minha própria;
Para você que sorri diante da minha alegria e se mostra tocado pela minha humanidade sem me julgar.
Para você que acolhe tão carinhosamente a minha flutuação, e assim mesmo sem querer, me convida a observação dos meus condicionamentos;
Para você que não se corrompe diante dos apelos do meu ego, me ajudando assim a perceber que são nuvens que passam, e realmente passam;
Para você que não me tira nada, mesmo quando seria tão fácil tirar, já que a porta está destrancada para você;
O que emerge depois do encontro, o que é verdadeiro e nunca se vai é a sensação de gratidão pela disponibilidade no presente, que eu ainda estou aprendendo, mas que para você é tão natural quanto caminhar para chegar em um ponto.
Da sua sobriedade pragmática à sua silenciosa reflexão, eu aprendo você;
Da sua vibração mansa à sua gentileza naturalmente expressiva, eu aprendo a receber você;
As melhores relações são as que nos ensinam, independente da vontade, ensinam porque chegou a hora de praticar a vida, doce, ácida ou apimentada, mas a vida em toda a sua beleza e todo o desafio que ela é.
Gratidão Ser Livre, por aceitar e me dar a honra desta dança.

Sobre o prazer e a felicidade

Apesar de ser intrinsecamente diferente da felicidade, o prazer não é inimigo dela.
Tudo depende da maneira como é vivido.
Se o prazer está contaminado com um forte desejo e impede a liberdade interior, dando origem à avidez e dependência, é um obstáculo à felicidade.
Por outro lado, se é vivido no momento presente, num estado de paz interior e liberdade, o prazer adorna a felicidade sem obscurecê-la.
Uma experiência sensorial agradável, seja ela visual, auditiva, tátil, olfativa, seja gustativa, não estará em oposição a sukha* a menos que esteja maculada pelo apego e gere avidez ou dependência.
O prazer torna-se suspeito quando provoca uma necessidade insaciável de repetição.
Por outro lado, quando é vivido perfeitamente no instante presente, como um pássaro que cruza o céu sem deixar nenhum rastro, o prazer não aciona nenhum dos mecanismos de obsessão, sujeição, fadiga ou desilusão que costumam surgir quando experimentamos essas sensações.
O desapego, como sabemos, não é uma rejeição, mas uma liberdade que prevalece quando deixamos de nos atar às causas do sofrimento.
Em um estado de paz interior, com conhecimento lúcido de como funciona a nossa mente, um prazer que não obscurece sukha não é indispensável nem temível.
Matthieu Ricard
* sukha: (sânscrito) êxtase espiritual.

Tashi delek བཀྲ་ ཤིས་ བདེ་ ལེགས Que absolutamente todos os Seres Sencientes possam se beneficiar destes ensinamentos.