A humanidade nossa de cada dia!

Nós, os seres "humanos" somos realmente surpreendentes, notáveis!

Eu duvido, que alguém em menor ou maior grau, de alguma forma, não reconheça algum conhecido, amigo, ou colega em algum dos itens abaixo.

O ser humano veste uma roupa de rei achando que isso o torna nobre;
Critica a conduta do outro, mas não deixa de agir igual se isso facilitar a sua vida de alguma forma;
Sempre acha que a grama do vizinho é mais verde, a mulher dele é mais gostosa, os filhos mais inteligentes, o carro é melhor e o salário mais alto;
Acha que não ganha o suficiente, que o colega trabalha menos e ganha mais;
Consegue ver a solução para a trama da novela das oito, para o drama da vizinha e para as dores dos amigos, mas sequer enxerga os seus próprios conflitos, a sua própria incoerência;
Sorri sem vontade, mas não perde a chance de criticar no mínimo impulso;
Defende a liberdade de expressão quando quer dizer o que pensa, mas se ofende com o outro se expressando;
Se coloca no tribunal, mas só se for para julgar o outro;
Quer gentileza na sua direção sem praticar a gentileza com quem o solicita;

Nós somos espelho, só identificamos no que vemos, aquilo que reconhecemos.





reconhecimento
re.co.nhe.ci.men.to

sm (reconhecer+mento2) 1 Ato ou efeito de reconhecer. 2Psicol Aspecto funcional da memória pelo qual a pessoa tem o sentimento de algo já experimentado ou conhecido. 3Averiguação, exame, verificação. (Fonte: Michaelis)









Astrologia - Ah, então a culpa é dos planetas! Ahã =)

Características gerais de quem tem esses posicionamentos. Pode-se ter tudo isso em maior ou menor grau
Lua em Virgem - Como você é emocional e sentimentalmente
Reage pela adaptação prática a todos os estímulos externos respondendo analiticamente a todas as experiências. Teimosia. Firmeza. Praticidade. Discreta sentimentalmente com os outros. Não se relaciona emocionalmente com facilidade, é mais contida, reservada; aparentemente sem emoções, fria. Tende a ser correta, perfeccionista, não quer cometer erros; analisa as emoções. Muito desejo sexual. Capacidade intuitiva.
Mercúrio em Capricórnio - Como é o seu contato intelectual 
Comunica-se com seriedade e cautela, com forte senso de autoridade, eventualmente racionalizando. Pensamentos e procedimentos metódicos. Objetiva, prática, factual, lógica, inteligente. Trabalhadora. Disciplinada. Determinada. Realiza as ideias. Ambição. Frieza. Habilidade para matemática. Não gosta muito de "conversa fiada". Maturidade desde cedo.
Vênus em Escorpião - Como é o seu contato afetivo e social 
Emoções profundas, desejos sexuais intensos, erotismo, sensualidade, excessos sexuais, desejos ocultos. Ciumenta, possessiva, manipuladora. Sangue frio, frieza, atos pensados e calculados. Sadismo requintado. Sacrifica-se por amor. É fiel, sexo pode não ser considerado traição; mas exige fidelidade do outro. Faz vínculos fortes, tanto nas relações sociais quanto afetivas, mas não se mostra inicialmente. Interesse em comportamento humano, psicanálise.
Marte em Gêmeos - Como você age com o meio externo
Afirma-se flexivelmente, verbal e inteligentemente usando a força da comunicação. Réplica rápida. Discurso direto, objetivo. Capta informação e passa rapidamente. Mente ágil. Questionadora. Argumentadora. Observadora. Inquieta. Destreza manual. Atração por discussões intelectuais. Discurso satírico e mordaz. Agressividade verbal. Destreza em trabalhos e atividades simultâneas. Fala bastante. (Por Fernanda Ferri especialmente para mim)



Eu por mim mesma: Apesar das tendências, (que eu acredito que nasceram comigo como resultado de outras vivências) eu me considero em (des) construção constante. Por esta razão, não admiro quem me coloque rótulos. Eu sou um ser em transformação e gosto disso. 
Não quero olhar para o espelho todos os dias sem ver que algo já não é mais como era antes.
Rotular limita, bloqueia.
Eu gosto de voar, sem destino, sem sacos de areia ou rede de proteção.
Eu quero engolir o mundo e quero que o mundo esteja em mim.


Simplificar para viver

Mania de achar que o que é bom, fácil e tranquilo vira monotonia.
Para que esta inquietude? Essa ilusão? Natureza? Imaturidade? Eu não sei, ainda sou aprendiz.
Tem gente que prefere se banhar em águas mansas e mornas e tem gente que quer ser surfista, quer desafiar as maiores ondas do mundo.
Eu prefiro um mar calmo, onde eu possa relaxar. As ondas quebram a calma porque me deixam sempre alerta. Talvez a resposta seja mesmo a natureza de cada um, enquanto uns querem o regaço, a tranquilidade, outros querem a ventania, a fúria, a inquietude. Já existe em mim uma inquietude interior e infinita, no meu exterior eu quero a calma, a tranquilidade. Uma  tarde de por do sol e brisa fresca numa varanda tranquila no campo, este é o meu momento!
Quem gosta do vendaval vai achar a minha varanda a maior monotonia mesmo...


* Este texto foi escrito em 2008, por alguma razão misteriosa ele foi publicado novamente ontem...

Deus te abençoe, Bartolomeu!

O ano começou e eu ainda na procrastinação da velha nova lista que não cumpri. Evidentemente um dos itens era escrever mais.
Todos os dias eu olho para o caderno, o notebook e para minha cara no espelho do banheiro e digo para mim mesma "amanhã eu te pego!". Isso é o que eu chamo de procrastinação crônica. Embora eu tenha consciência disso, a constatação da minha ressaca-vergonha não é mais forte do que a minha falta de vergonha na cara.
Depois de tanto procrastinar, eu fui aturdida ontem pela total falta de sono e ao acordar as  três e meia da madrugada e zanzar pela net em busca de entretenimento, me deparei com meu post it "escreva mais".
Uma das consequências de não escrever por muito tempo é que quando você finalmente senta para fazer, todos aqueles assuntos que você listou mentalmente para se inspirar, desaparecem como fumaça na brisa mental.
Então, buscando estes itens que eu não anotei por total excesso de confiança em minha memória vadia, eu não encontrei palavras, era muita coisa!
"O mundo é bão Sebastião!" "Mundo mundo vasto mundo." De Nando Reis a Drummond eu encontro pelo caminho os assuntos e experiências que gostaria de dilacerar pela escrita. Dilacerar? Sim, em mim. Porque assim quem sabe, eu consigo me livrar deles.

São muitas as possibilidades.
E, brincando de pensar nelas para escrever, acabou saindo este ensaio de escrever.
Então me perdoem, estou com aquela escassez de organização mental e não estou conseguindo parir nenhum texto com um assunto em especial.
Mas como ontem tive essa insônia danada de boa! Conheci alguém que gostaria de ter conhecido vivo, já que morreu agorinha mesmo...
Já que ele me fez saborear cada minuto não dormido, em agraciamento, encantamento e gratidão, eu gostaria de homenageá-lo aqui. Deus te abençoe, Bartolomeu!
"Há pessoas que quando nos olham nos afastam. Outras, quando nos olham, nos acariciam." 
"O grande patrimônio que temos é a memória. A memória guarda o que vivemos e o que sonhamos. E a literatura é esse espaço onde o que sonhamos encontra o diálogo. Com a literatura, esse mundo sonhado consegue falar."
"Quem sabe as coisas faz livro didático e quem não sabe faz literatura. Se você tem uma coisa a afirmar, você não tem que fazer literatura. Literatura é uma conversa sobre as dúvidas. É uma conversa sobre as delicadezas, sobre as faltas. Não é uma conversa crua como desejam as ciências exatas. A literatura é mais delicada. Ela trabalha com a dúvida, com as incertezas, com as inseguranças, com as faltas, que são coisas que nos unem." 
"Outro dia, estava pensando que eu também, quando dói muito, escrevo. É a mesma coisa. Quando pesa muito, eu escrevo. Hoje, não fico na janela como meu avô ficava. Mas fico o tempo todo em frente ao Windows. Trocamos os lugares, mas continuamos na janela."
"Hoje, estamos com muita gente encontrando a verdade. Quando uma pessoa encontra a verdade, a única coisa que ela adquire é a impossibilidade de escutar o outro. Ela só fala, não escuta mais. Quem encontra a verdade só fala." 
"A metáfora é muito interessante para o escritor. A metáfora é onde o escritor se esconde e põe asas no leitor. Pela metáfora, eu me escondo, mas ao mesmo tempo ponho asas no leitor. Vai aonde você quiser. Você está livre para romper com tudo. Acho que o leitor é tão criador quanto o escritor. O leitor cria muito. É o que o Umberto Eco fala — a estrutura ausente na obra. Você gosta de uma obra não pelo que está escrito, mas pelo lugar que ela o levou a pensar. Isso é muito interessante. Michel Foucault fala que o que lemos não é a frase que está escrita. Lemos o silêncio que existe entre as palavras. É ali que a literatura se faz. Vou falar bem francamente. Hoje, chego à conclusão de que escrevo porque quero dizer umas coisas e acho a palavra oral muito perigosa. Escrever é mais fácil do que falar. Quando escrevo e não gosto do texto, eu o rasgo. Jogo fora, apago, deleto, sumo com aquilo. Mas quando falo uma coisa errada, não recolho a palavra nunca mais. Isso me incomoda muito. Sou extremamente silencioso em minha natureza. Tenho muito medo da palavra oral. Sinto muitas vezes que as palavras me ferem ou eu firo alguém com essa palavra. Não recolho nunca mais essa palavra que cai no ouvido do outro. Talvez escreva por medo da fala."
"De repente, vi uma formiguinha descendo depressa a parede branca do escritório. Olhando para ela, fiquei tão abismado. Eu sabia fazer tanta coisa, mas não sabia quem botou o desejo do açúcar no coração da formiga. Aí, a literatura não dá conta. Os pequenos gestos da natureza me encabulam muito. Sei que a palavra não dá conta. Mesmo sabendo que é a palavra que organiza o caos. No Gênesis, Ele veio e disse: “Faça-se a luz!”. E a luz se fez. Foi a palavra que organizou o caos. Você vai ao psicanalista porque está em desordem e acredita que a palavra irá te organizar. A palavra cura. De repente essa palavra não dá conta de dizer muita coisa. Ao mesmo tempo a palavra desestabiliza. A palavra é uma coisa muito pesada. Nossa Senhora ficou grávida da palavra do anjo. O anjo chegou, disse que ela seria mãe e ela acreditou. A palavra tem esse poder transformador."
"A memória é o nosso grande lugar. Na memória tem tanto o que vivi quanto o que sonhei ter vivido. Não acredito em memória pura. Toda memória é ficcional. É um pedaço da memória com mais um pedaço da fantasia. A fantasia é o que temos de mais real dentro de nós. A fantasia é a minha verdade mais profunda. A fantasia é aquilo que não conto para ninguém, só para as pessoas que amo muito. Ela é tão verdadeira que quando vou contar essa fantasia, faço uma metáfora para protegê-la. Pois a fantasia é o que tenho de mais profundo dentro de mim. É o meu real mais absoluto. Não existe uma memória pura, toda memória é ficcional. Precisamos tomar posse da fantasia. Todo real é uma fantasia que ganhou corpo. O que põe o novo no mundo é a fantasia. Uma escola nova é uma escola que cultiva a fantasia. Se ela ficar só na tradição, ela só fica na repetição. Ela não instala o novo. É a fantasia que inaugura o novo no mundo. Há cem anos, voar era uma fantasia do Santos Dumont." 
"Quando uma sociedade e seus valores ficam muito perdidos, ela ganha muita força para a auto-ajuda. É uma sociedade que procura o que fazer, como viver. Precisa muito de receita. O melhor diálogo que travamos na vida é com o silêncio. Conversar com o silêncio é fascinante. Vivemos em uma sociedade em que o silêncio está interditado. As pessoas falam o tempo inteiro. Você entra no aeroporto e a tevê está ligada o tempo inteiro. No hotel, a tevê está ligada o tempo inteiro. Tem uma música tocando no elevador, tem alguém falando no celular. Tem pessoas com três celulares. É um mundo que fala o tempo inteiro. Não conversamos com o silêncio. E quando escutamos o silêncio, temos muitas respostas. Estamos ficando cada dia mais interditados do silêncio." 
Pérolas de Bartolomeu de Campos Queiroz - extraídas de: No dia 7 de junho, o projeto Paiol Literário — promovido pelo Rascunho em parceria com a Fundação Cultural de Curitiba, o Sesi Paraná e a Fiep — recebeu o escritor BARTOLOMEU CAMPOS DE QUEIRÓS. Nascido em Papagaio (MG), em 1944, ele tem 66 livros publicados (alguns deles traduzidos para inglês, espanhol e dinamarquês) e é considerado um dos principais autores da literatura infanto-juvenil brasileira. http://rascunho.gazetadopovo.com.br/bartolomeu-campos-de-queiros/

Não adianta ter atitude fora do tempo de agir

Timing - Sensibilidade para o momento propício de realizar ou de ocorrer algo, ou senso de oportunidade quanto à duração de um processo, uma ação. Percepção do tempo certo de agir, sincronia perfeita entre a oportunidade e a ação;

O valor de uma atitude também é medida pelo timing.
Muitas vezes a pessoa que age não entende a recepção morna de uma atitude que foi tão esperada, não percebe, na verdade, que perdeu o timing para a entrega. É como pedir chocolate quente num dia de inverno e recebe-lo no verão.
A vontade passa, o cenário muda, o tempo caminha a passos longos e rápidos, o que era para ser um presente, uma surpresa, perde o valor depois que o timing ficou para trás.

A vida te convida para dançar o tempo todo, a sua atitude é como os passos de dança, ou você sincroniza com os dela ou estará sempre dançando fora do ritmo.



Coisas que eu gosto!

Eu gosto de andar pela rua
bater papo, de lua e de amigo engraçado
Eu gosto do estilo do Zorro 
o visual lá do morro e de abraço apertado
Eu gosto mais de bicho com asa
mais de ficar em casa e mais de tênis usado
Eu gosto do volume, do perfume
do ciúme, do desvelo e do cabelo enrolado
Eu gosto de artistas diversos
de crianças de berço e do som do atchim
Eu gosto de trem fora do trilho
de andar com meu filho e da cor do marfim
Tem gente, muita gente que eu gosto
que eu quase aposto que não gosta de mim
Eu gosto é de cantar
Vamos celebrar, celebrar, celebrar... Vamos celebrar
Vamos celebrar, celebrar, celebrar... Vamos celebrar
Eu gosto de artista circense
de astista que pense e de artista voraz
Eu gosto de olhar pra frente
de amar pra sempre o que fica pra trás
Eu gosto de quem sempre acredita
a violência é maldita e já foi longe demais
Eu gosto do repique do atabaque
do alambique badulaque do cachimbo da paz
Eu gosto de inventar melodia
da palavra poesia e de palavra com til
Eu gosto é de beijo na boca
de cantora bem rouca e de morar no Brasil
Eu gosto assim do canto do povo
e de tudo que é novo e do que a gente já viu
Eu gosto é de cantar
Vamos celebrar, celebrar, celebrar... Vamos celebrar
Vamos celebrar, celebrar, celebrar... Vamos celebrar
Eu gosto de atores que choram ali por nós
e namoram ali por nós na TV
Eu gosto assim de quem é eterno
de quem é moderno e de quem não quer ser
Eu gosto de varar madrugada
de quem conta piada e não consegue entender
Eu gosto da risada gargalhada
da beleza recriada pra que eu possa rever
Eu gosto de quem quer dar ajuda
e acredita que muda o que não anda legal
Eu gosto de quem grita no morro
que a alegria é socorro e que miséria é fatal
Eu gosto do começo do avesso
do tropeço do bebum que dança no carnaval
Eu gosto é de cantar
Vamos celebrar, celebrar, celebrar... Vamos celebrar
Vamos celebrar, celebrar, celebrar... Vamos celebrar
Eu gosto é de ver coisa rara
a verdade na cara é do que gosto mais
Eu gosto porque assim vale a pena
a nossa vida é pequena e tá guardada em cristais
Eu gosto é que Deus cante em tudo
e que não fique mudo morto em mil catedrais
Eu gosto é de cantar
Vamos celebrar, celebrar, celebrar... Vamos celebrar
Vamos celebrar, celebrar, celebrar... Vamos celebrar

Um continho

Era só um papel amarelado pelo tempo, uma escrita manchada  pela umidade do olhar, um pedaço de sentimento que as palavras tentavam camuflar inteireza.
A mão pequena e triste segurava aquele papel como uma esperança que escapa pelos dedos.
Alguns anos não foram a distância suficiente para se deixar tocar. Ainda ficava comovida por aquele sopro do passado.
A vida correu tão rápida e sorrateira que já se passavam cinco anos.
Há uma abismo infinito entre a entrega de uma mensagem e seu recebimento, um mistério que permanece entre o tempo e a razão das coisas.
Na ansiedade de mantê-la em sua vida, ele a buscou antes da hora. Ela não teve tempo de perceber seu querer, foi tudo rápido demais para seu caminhar lento.
O pedido que ele entregou foi recebido por ela como uma despedida .
Hoje olhando para o mesmo papel percebia que a leitura no recebimento estava carregada de seus medos, não viu o amor que cada linha continha. Um pedido de casamento transformado em adeus e uma vida inteira para pensar em como teria sido. "Uma vida é pouco tempo para imaginar a vida inteira com você, por isso eu quero viver isso a partir de agora, vem comigo?"