Este ano foi especial demais

Muitas coisas aconteceram de forma inusitada este ano, mas sempre foi para melhorar, aperfeiçoar, consertar ou simplesmente para adicionar algo especial a minha vida.
Eu experimentei sensações novas, mudei completamente de cargo, conheci pessoas maravilhosas, reencontrei pessoas que eu amo, deixei que outras se fossem sem arrependimentos, sem mágoa.
Não posso reclamar tive um ano excepcional!
Cresci como ser humano, amadureci como mulher, entendi que o amor é uma forma de deixar a vida mais leve, e percebi que quando o amor deixa de ser leve, é porque deixou de ser amor em algum ponto da caminhada.
Algumas amizades se aprofundaram, outras se tornaram superficiais porque já eram assim antes, somente eu não tive tempo para perceber antes.
A verdade sempre vem a tona, mais cedo ou mais tarde, e eu torço para que seja sempre mais cedo.
Algumas mentiras parecem eternas, mas a vida é tão sábia, sempre dá um jeito das coisas aparecerem, mesmo que seja de uma forma não tão convencional.
Eu percebi meus sentidos neste ano, algo sensível aflorou em em mim. A verdade ficou tão clara diante de mim que algumas vezes foi como levar um soco na cara.
Existem coisas que eu sei, simplesmente sei, sem que ninguém precise me contar. Coisas que não tiveram testemunhas, segredos guardados por dois ou mais envolvidos e que não contaram para mais ninguém. Mas a verdade é algo que não se aprisiona, ela é livre e tem vontade própria.
Este ano essa foi a minha maior descoberta, eu me descobri.
Hoje eu sei exatamente onde começa e onde termina a minha paz, o meu bem estar, a minha alegria.
O amor presente em tudo é sutil para se notar, mas forte e arrebatador quando você se deixa invadir por ele.
Este ano foi o ano do amor, da amizade, da dissolução das coisas que não eram para ser.
Este ano foi excepcional e eu só tenho a agradecer, por todas as oportunidades que se abriram diante de mim, por todas as pessoas lindas que estiveram na minha vida, pelo novo desafio profissional, por todo o aprendizado que recebi.
Obrigada meu Deus, obrigada Vida!
E que venha 2009, eu já estou pronta!

A gente muda, ainda bem!

Outro dia eu estava conversando com uma amiga que encontrou uma antiga paixão do colégio, ouvindo a estória dela, eu pensei, ainda bem que a gente muda!
Ela era uma adolescente não tão atraente e era apaixonada, assim como todas as garotas da sala por um cara, que óbvio, não dava a mínima pra ela e as amiguinhas. O carinha era um deus grego, porque olharia para as mortais? Ele só andava com as tops do colégio.
Os anos se passaram, ela estudou bastante, viajou muito, emagreceu, fez plástica no nariz, colocou silicone, virou um mulherão.
E, como a vida é ironica, um belo dia encontrou o deus grego na livraria, ela estava comprando um guia de viagem porque vai passar as férias de final de ano na Grécia, ele estava procurando um cd, se encontraram no caixa. Ele praticamente não a reconheceu, mas ela quase morreu ao vê-lo depois de tanto tempo.
Claro que foi ela quem disse, oi tudo bem, você lembra de mim? O deus grego já nem era tão deus assim e quando viu aquele mulherão jamais imaginou de pronto que era aquela gordinha do colegial.
Os dois conversaram um pouco, falaram das pessoas daquela época, trocaram telefones e se despediram.
Ela foi embora pensando que tinha acertado na mega sena (lógico, ela só conseguia lembrar do deus grego com barriga de tanquinho e toráx malhado do tempo do colégio) e ele pensando que ela estava no papo.
Dois dias depois ele ligou para ela e eles combinaram de se encontrarem, ele foi buscá-la na casa dela.
Quando ele chegou, ela começou a cair em si, já não viu mais o tal tanquinho, no lugar tinha sim era uma barriguinha de chopp em evidência.
O cabelo meio desfeito, com ar rebelde, na verdade servia para esconder uma calvície proeminente. Até ai tudo bem, ela pensou, ele deve ser uma pessoa mega interessante, afinal todas as garotas eram apaixonadas por ele.
Quando chegaram ao restaurante é que o pesadelo começou.
Ele não tinha a menor educação, morava com os pais aos 39 anos, tinha um carro caindo aos pedaços, suas viagens se resumiam ao fim de semana na praia, não gostava de ler, ouvir música, teatro então, nem pensar com o preço do ingresso ele vai ao estádio ver um jogão.
Profissionalmente frustrado e para piorar a situação bebeu demais e começou a falar de todas as transas do colégio.
A garotinha apaixonada do colegial deu lugar a mulher bem resolvida que se deu conta da loucura que estava fazendo querendo resgatar uma história que não foi e não seria possível.
Ela pediu a conta, disse que poderia dirigir o carro porque ele havia bebido, claro que o troglodita não deixou, então ela pediu um táxi e foi pra sua casa.
A gente muda, ainda bem!
O que hoje parece um desejo incontrolável, amanhã não faz nem cócega, como se nunca tivesse existido.
O que dói hoje, amanhã é uma marquinha tipo estas de catapora, que você só lembra que teve porque existe esta marquinha.
Aquele amor que parecia ser eterno vira um amontoado de cartas e fotos numa caixa esquecida no fundo do armário.
Aquele homem que te fazia queimar com um simples olhar, não te faz sentir sequer um arrepio.
A vida é uma transformação constante, e a gente muda com ela o tempo todo.
O melhor a fazer é deixar a natureza agir e aceitar que, como canta o Lulu Santos:

"Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa
Tudo sempre passará

A vida vem em ondas
Como um mar
Num indo e vindo infinito

Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente
Viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo
No mundo

Não adianta fugir
Nem mentir
Pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar

Nada do que foi será
De novo do jeito
Que já foi um dia
Tudo passa
Tudo sempre passará

A vida vem em ondas
Como um mar
Num indo e vindo infinito

Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente
Viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo
No mundo

Não adianta fugir
Nem mentir pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre

Como uma onda no mar"

30 e poucos anos

Daqui a alguns dias farei 33 anos e nunca em toda a minha existência estive tão bem.
Será idade?
Tenho ouvido e visto isso em muitas amigas no auge dos seus 30 e poucos anos.
Uma coisa inexplicável faz de nós, mulheres de 30 e poucos anos, mulheres plenas, resolvidas, encaminhadas e seguras.
Hoje eu valorizo mais meu tempo, adoro estar com meus amigos, ler mais, sentir, pensar, amar de forma irrestrita, ser feliz.
Os paradigmas, os padrões e as exigências ficam de lado por uma sensação de bem estar, e esta sensação nasce nas coisas mais simples.
Viver um dia de cada vez, com todas as suas experiências, das boas tiramos alegria infinita, daquelas não tão boas aprendemos com plenitude.
Que bom ser mulher, que bom chegar nesta idade com orgulho, que bom olhar para trás e perceber que hoje se é melhor, se é mulher de 30 e poucos anos!

O Tempo


Hoje eu estava dirigindo para casa e pensando sobre o tempo, tempo que passa, tempo que cura, tempo para tudo acontecer.
Meus pensamentos conseguiram correr da Bíblia até a Vanessa da Mata. (É, eu sou caótica mesmo!)
O tempo passa tão depressa quando estamos com pessoas que amamos e que nos fazem bem, e se arrasta quando queremos que ele passe rápido para que alguma coisa acabe logo. O tempo tem sua velocidade própria e não varia de acordo com a sua vontade.
O tempo é sábio.
E para tudo existe o tempo certo, na vida é como na natureza, basta ter consciência disso.
Para todo caminho existe um tempo de caminhar e ao chegar lá, o tempo para desfrutar. E também há o tempo de deixar ir.
Muitas vezes nós não conseguimos saber o tempo certo de fazer o certo, não deixamos a natureza seguir seu curso e ela nos atropela sem dó.
Querer segurar, querer controlar o tempo, querer o tempo da felicidade congelado para sempre  para desfrutar mais do que está sendo tão bom (quem nunca sentiu isso?), achar que isso é possível é que é sofrimento por apego.

Aprender com a natureza nos traz sabedoria incomum. Nela, tudo que pode germinar, nasce, cresce, desenvolve e morre.

Há o tempo para tudo acontecer, desde que tenha que acontecer. Sem esforço, sem pressa, sem controle, o que está predestinado para ser, simplesmente será, mas no tempo certo de acontecer .

O tempo da vida não é o tempo da sua ansiedade, da sua expectativa. O tempo da vida é natural, fluído. Não enrugue sua testa, nem tensione seus músculos ou exercite seus neurônios com a estratégia perfeita para encontrar aquele cara novamente. Se a vida assim quiser, vocês vão ficar juntos, ou não.
Respire fundo, relaxe e vá passear! Enquanto o amor não vem, gaste seu tempo sendo naturalmente feliz.

Diz a Bíblia em Eclesíastes:

"1 Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
2 Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
3 Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;
4 Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
5 Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;
6 Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;
7 Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
8 Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz."

Canta a Vanessa:

"Passa o tempo sem demora
Quando não penso nas horas
Os ponteiros do relógio
Fazem voltas se não olho

Mas quando acendo o fogo
Para fazer um café
Vejo o tempo parar
Pra água ferver
Parece nunca acabar, espera sem fim

06:04; 06:05; 06:05; 06:05
Esperando o apito da chaleira
Vejo o tempo parar
Parar
O tempo pirraça

Quando à tarde no trabalho
Quero que o tempo passe
Os ponteiros do relógio
Só me dão o tique-taque

Quando eu encontro os amigos
Para tomar um café
A rapidez que não tinha
Sem disfarçar
Parece brincadeirinha
Pega-pega

Quando paro que olho as horas
Para o tempo que me olha
E espero ansiosa
Vou comendo a casa
Paçoca, suspiro, cocada, jujuba
Quindim, bombom, churros, bomba
Paçoca, suspiro, cocada, jujuba
Quindim, bombom, churros

E vejo o tempo parar
Parar
O tempo pirraça

Paçoca, suspiro, cocada, jujuba
Quindim, bombom, churros, bomba"

Filho gerado pelo coração

Eu tenho um filho que não foi gerado na minha barriga, mas certamente foi no meu coração.
Ele chegou na minha vida com 3, quase 4 anos. No começo não sabia direito o que fazer comigo, não sabia nem como me chamar, tentou tia, eu não gostei, sugeri amiga, ele gostou, mas na verdade eu era a madrasta.
Com aquele sorriso lindo, aquele carinho de ursinho, o jeito doce, ele invadiu meu coração.
Fez nascer em mim a mãe, a protetora, a educadora, o porto seguro.
Agora ele tem 8 anos, e eu e o pai dele não estamos mais juntos, mas meu filhinho ele nunca irá deixar de ser.
Esse menino está cravado no meu coração e eu quero vê-lo crescer, quero estar com ele quando ele precisar de um colo, um ouvido, uma mão, uma amiga, se, assim ele deixar, quiser, puder.
Quando ele diz que me ama, eu sinto que todo amor do mundo está no meu coração e é dele.
Quando eu vejo nele coisas que eu ensinei sou só orgulho. E quando ele precisa de mim eu faço qualquer coisa para estar ao seu lado.
Ele se chama Guilherme, meu filhinho do coração.