Quando a comunicação de um, não conversa com o outro

A dificuldade de se comunicar com o outro tem o tamanho da distância que você criou para não ser tocado por ele, pode ser um passo ou um abismo, no fundo, é a sua escolha.

Essas coisas de homem e mulher

Algumas coisas que ouvi:

Take one
Eles se conheceram e o interesse foi mútuo, trocaram telefones, se viram várias vezes durante dois meses. Cinema, jantares, passeios diversos, sorrisos, charme e chamego.
Uma noite, algumas taças de vinho e foram para a cama.
Alguns dias depois ele disse a ela que não queria se envolver, que namorar não fazia parte de seus planos.

A versão dela: Ele poderia ter me dito isso antes, me fez perder meu tempo, me conquistou para somente me seduzir e me levar para a cama.

A versão dele: Eu queria leva-la para a cama e percebi que ela não era o tipo que vai para cama com um desconhecido na primeira noite, então, eu me fiz conhecido para poder chegar até a cama dela. Foi uma delícia, ela é muito legal, gostosa. Ela é muito gente boa, eu vou logo avisar que eu não quero nada sério para não ser sacana.

Take Two
Ele se encantou por ela assim que se conheceram. Convidou-a para almoçar e a conversa se desenvolveu como se conhecessem a muito tempo. Ele ficou mais encantado ainda e percebia que ela correspondia. Logo mais já estavam num motel, se amaram loucamente por três horas interruptas. No descanso do êxtase, ela disse que precisava lhe contar algo e disse que era casada.
O que ele pensou: Vou curtir com ela até onde der sem me envolver.
O que ela pensou: O mesmo.

Take three
A mesma história acima, mas o homem é que é casado.
O que ela pensa: Se ele está comigo é porque o casamento dele não é bom, eu posso tira-lo desta mulher facilmente.
Ou ainda: Que canalha! Ele me enganou só para me levar a cama!
O que ele pensa: Ela é uma gostosa, divertida, inteligente, ótima companhia, vou curtir com ela.

O que eu percebo com grande frequencia é que há um desencontro de desejos.
As mulheres, pelo menos a maioria delas, quer um homem para chamar de seu. Os homens não querem, a princípio, alguém que o chame de meu.
Não há quem esteja errado no seu desejo, há um erro na forma como as coisas se apresentam.
Eles, ( a maioria) para conseguirem levar uma mulher para a cama fazem a novelinha padrão de pretendente a namorado, quando na verdade, querem uma curtição sem compromisso, muitas vezes numa unica noite.

O grande problema é que existe falta de franqueza e pouca tolerância para ouvir a verdade quando o outro se utiliza de franqueza.
A mulher quer ser conquistada, seduzida e cortejada, isso a deixa excitada e o homem para chegar ao seu objetivo, faz o que manda o script. Elas se iludem e se decepcionam depois.
Eu queria entender porque complicam tanto uma coisa tão simples?
Qual o problema de se divertirem juntos sem uma promessa velada de que amanhã ele será seu príncipe encantado?
Sinceramente não sei. 
Eu admiro a franqueza. Admiro a coragem de ser franco e admiro ainda mais uma mulher que seja bem resolvida o suficiente para aceitar essa franqueza. Coisa que não vejo com frequência.
Franqueza para ambos os lados, parece coisa rara de se encontrar. Quanto medo!
Uma mulher que sabe o que quer, e deixa isso bem claro, sem se sentir mal em ser o que é.
Um homem que esteja pronto para ouvir, um não, obrigada, hoje eu não quero sexo casual.
Eu já escrevi muito por aqui o que eu acho sobre sexo, sexo casual, sexo bom, relacionamento e afins.
Sexo bom, fica excepcional com intimidade. E intimidade precisa de alguns encontros para fluir. Isso não quer dizer que não possa ser bom se não ocorrer.
E também não quer dizer que seja o fim do mundo se você não quiser.
O que eu pretendo com este post é dizer:
Seja feliz! Se conheça, saiba seu limites, o que você gosta e o quais são seus desejos.
Saiba quem é de verdade, é o unico jeito de ser feliz.
Se liberte de tantas amarras impostas pelo mundo exterior. Se liberte do que você ouviu de sua mãe, de suas amigas, das revistas, das novelas, enfim, ouça o que está no seu mundo interior.
Os homens somente dançam conforme a música que as mulheres tocam. E se o mundo hoje está meio maluco é porque elas também estão um tanto perdidas com tanta liberdade, igualdade e direitos.
O post ficou grande e poderia ficar ainda mais porque é um tema que fervilha em mim.Eu não entendo porque as pessoas sofrem tanto, juro, não entendo!
Eu tenho certeza que pouquissimas pessoas lerão até o final, mas se chegarem até aqui, eu gostaria muito de saber o que pensam.

Sejamos felizes, sem pesar no outro, sem encanação, sem complicar mais do que já é! Viva fluindo com a vida! 

Uma rapidinha

"As vezes eu só queria não ser tão espertinha...
Fica quase impossível depois de viver um pouco mais e ser observadora compulsiva do ser humano.
Por favor, alguém me surpreenda!"

Achei isso escrito no meu caderninho de bolsa, já escrito a algum tempinho atrás.
A gente deve tomar cuidado com aquilo que pede aos quatro ventos...

Um olhar de leitura fácil, um suspiro, um gesto de corpo, quantas coisas falam comigo sem palavras, realmente muitas.

No final das contas, está tudo certo, tuuudo certo.

Não há nada que se possa fazer para mudar o encontro ou desencontro, eles se armam e se desarmam o tempo todo, independente de nossa vontade.

Uma coisa é certa: Ninguém surge sem precisar, ninguém que vai, deveria ter permanecido. É o movimento da vida!

É a vida, eu fluo com ela.

Mas as coisas, eu sinto, eu sei. Elas acontecem e eu estou acontecendo com elas, observando, deixando chegar. Vendo o que chega e o que está indo. Eu simplesmente sei.

Dormindo com Nietzche

Assim como às vezes nos relacionamos de maneira neurótica com parceiros que nada nos acrescentam, nossa relação com nós mesmos também pode ser completamente falsa. Talvez até sejamos capazes de vislumbrar esse, mas não conseguimos sair do lugar.
"É preciso aprender a amar", nos aconselha Nietzche. Aprender a amar a si mesmo. E também aprender a amar o outro, o estranho em nós. Da mesma forma que gradualmente nos familiarizamos com um novo tipo de música, ainda desconhecido.

Eis que sucede conosco quando escutamos música: primeiro temos que aprender a ouvir uma melodia, a detectá-la, distinguila, isolando-a e demarcando-a como uma vida em si; então é necessário empenho e boa vontade para suportá-la, apesar de sua estranheza. Enfim chega o momento em que nos habituamos a ela, em que a esperamos; e ela continua a exercer sua coação e sua magia, incessantemente, até que nos tornamos seus humildes e extasiados amantes e nada mais queremos no mundo a não ser ouvi-la novamente. Mas isso não acontece apenas na música: foi exatamente assim que aprendemos a amar todas as coisas que agora amamos. Afinal sempre somos recompensados pela nossa boa vontade, nossa paciência, equidade, ternura para com o que é estranho, na medida em que a estranheza tira lentamente o véu e se apresenta  como uma nova e indizível beleza: é a sua gratidão por nossa hospitalidade. Também quem ama a si mesmo aprendeu-o por esse caminho: não há outro.
Também o amor há que ser aprendido.

Nós não admitimos com facilidade o fato de que cada um de nós "é único no mundo, que nenhum raro acaso misturará pela segunda vez uma diversidade tão estranhamente eclética num ser singular".
Nós temos medo de ser essa coisa única. Por que? Por medo do nosso vizinho, que exige que sigamos as regras e se encobre com elas. O que nos obriga a pensar em bando? "Os homens ainda são preguiçosos e medrozos e temem principalmente as exigências que lhes possam ser impostas pela sinceridade e clareza incondicionais."
O medo e a preguiça, para Nietzche, escondem a arte de amar. O receio de se expor faz com que as pessoas usem dissimulação para esconder sua própria singularidade. Esse medo de nós mesmos é um obstáculo. O homem deve ser sempre único e original.

Hoje eu estou indo dormir com Nietzche para respirar nesta brecha que se abriu de realidade.
Um pouco de filosofia numa segunda-feira ressaquenta, que demorou a passar.
Esse tema, o medo, bateu duas vezes na minha porta hoje, e, se bateu a segunda vez era porque precisava entrar.
Estamos agora a tomar um chá e encontramos Nietzche, ninguém poderia ter sido melhor que ele, para nos encantar com sua sabedoria singular.
Nietzche queria aprender a amar, e quem não quer? Ele sabia que o homem precisava aprender a amar para ser feliz.

Eis que eu me pego em devaneios... Eu gosto da palavra amante e penso que amante é aquele que ama e é amado, amante já é a solução.
E ainda divagando sem rumo me veio algo mais devaneio ainda. Um certo amigo me diria, pensamentos desconexos com nexos.
Um casal conversava sobre ir ao não para cama juntos naquela primeira noite.
Ele insiste, ela resiste.
Por fim:
Ela: Você daria a chave do seu carro para um estranho dar uma voltinha no quarteirão?
Ele: Lógico que não.
Ela: Eu também não.

Boa noite! Nietzche me espera.

**Trecho de Vitaminas filosóficas ( a arte de bem viver de Theo Roos)

Noite fria com lua de sorriso triste

O vento estava cortando seu caminhar lento e bagunçando seus cabelos e pensamentos.
Um ruido rasteiro começou a lhe acompanhar os passos. Não ficou curiosa, nem ansiosa, nem aumentou os passos. Era só um ruido naquela rua vazia e fria.
A noite estava silenciosa e a lua sorria um sorriso triste.
O vento era forte e o ruido aumentava, se aproximava.
De repente, o toque, e tudo se abriu como uma cortina ao começo de um espetáculo.
Era tudo mentira! Tudo uma grande mentira!
A luz se fez no palco e os truques se revelaram tão cabisbaixos quanto um réu confesso.
A verdade é do tamanho do infinito, não é possível abraçá-la de uma só vez, em um único enlace. Mais esperto mesmo, é descobrir as mentiras, aquelas que contamos para nós mesmos. As mentiras pequeninas que se escondem ou se vestem para parecerem gigantes, como um boneco de Olinda. A mentira se esconde embaixo de conforto, distração, diversão e medo.
É mais fácil viver e crer nela do que despí-la.
Ver a mentira é o primeiro passo para encontrar a realidade. É preciso coragem.
Revestimos o feio de beleza para encaixá-lo em nossa projeção ilusionista e nos convencemos que é daquilo exatamente que precisamos para sermos felizes.
Aceitar o conforto é bem mais fácil do que buscar a mentira escondida embaixo de tantas coisas.
A cortina se abriu e não era o começo do espetáculo. O palhaço estava nú.
Era o fim daquele show, neste dia.
A cortina estava aberta, a luz acesa, no palco um palhaço nú, perdido sem sua máscara.
Na platéia, ela sorri, diante da mentira que se dissolve.
Era só uma sacolinha plástica, embalada pelo vento, que a perseguia.
Ela não parou, não olhou para trás, não se arrependeu, não chorou, não culpou.
A noite estava fria e a lua, sorria triste, diante de mais uma ilusão despida.
O palhaço estava nú.

**Nota da autora, eu mesma.
Este post nasceu de parto prematuro. Insight da madrugada, a primeira insone do mês de setembro.


Paulinha Costa

Significados que eu gosto - Ganesh ou Ganesha

Ganesh ou Ganesha é o Deus do sucesso e da superação de obstáculos. É também associado à visão, aprendizado, prudência e força.
Como Deus do sucesso, seu nome está presente no início de um evento importante.
Ganesh traz sorte e prosperidade para a casa e o trabalho.
Como removedor de obstáculos, ele é invocado ao começo de qualquer jornada, casamento, ritos religiosos, construção de casas, a escrita de um livro ou mesmo de uma carta.

Ganesha é o primeiro Deus a ser reverenciado em todos os rituais Hindus. Está nas portas dos templos e casas protegendo as suas entradas. Ganesha é o Deus que remove todos os obstáculos, ele é o protetor de todos os seres. Ele também é o Deus do conhecimento. Ganesha representa o sábio, o homem em plenitude, e os meios de realização. Sua figura revela um significado profundo e necessita ser desdobrada.
Ganesha é filho de Shiva e Parvati. Shiva é o Deus criador do Yoga, vivia nas montanhas dos Himalayas e raramente visitava sua esposa Parvati. Shiva e Parvati abraçados são a representação do Tantra. Os Puranas dizem que a relação sexual durava milênios mas Shiva não ejaculava, tinha completo domínio (Vama Tantra), assim Shiva não tinha filhos. Parvati gostava de se preparar para receber Shiva, mas todos os guardiões falhavam quando se tratava de Shiva, assim Parvati resolveu ter o seu próprio filho e guardião; retirou de si o material e deu vida a criança, Ganesha aprendeu a lutar bravamente e se tornou o guardião de seus aposentos. Um dia Shiva chegou e quis entrar, Ganesha bloqueou sua entrada. Shiva não aceitou de ser impedido de entrar e ordenou que seus guardas lutassem, Ganesha venceu todo o seu exército então Shiva lutou até decaptar Ganesha. Parvati chorou muito e reinvidicou que Shiva devolvesse a vida a seu filho, Shiva disse que ele não podia ser seu filho, realmente ele era somente filho de Parvati - a matéria mortal, assim Shiva ordenou aos homens de seu exército que fossem para o norte e que trouxessem a primeira cabeça de um ser vivo que encontrassem; encontraram um elefante. Shiva colocou a cabeça de elefante sobre o corpo do menino e deu vida a ele. Parvati exigiu que Ganesha fosse o primeiro a ser reverenciado em todos os rituais. Ganesha passou a ser filho também de Shiva e se tornou um Deus.
Como todas as lendas encerram dentro de si um significado maior, vamos desdobrar a simbologia da história de Ganesha. Primeiro conta os Puranas que Ganesha tem um corpo físico “criado” por Parvati, símbolo da matéria perecível, ou seja que é humano. Mostra que ele não conhece o pai - Shiva, a realidade Suprema. Quando Parvati solicita sua proteção ele a obedece incondicionalmente (cuida da matéria, é apegado a ela). Quando seu pai chega, luta com ele (não quer perder a individualidade) não o reconhece, mas luta com bravura, quer cumprir o seu dever. O pai admira sua coragem, mas não podendo deixá-lo vencer, corta a sua cabeça (ego, mente, arrogância) e ele morre. Parvati zangada com a morte do filho mostra a matéria não querendo perder seu “nome e forma”. Shiva coloca uma nova cabeça no filho que renasce pelas mãos de Shiva, nasce do supremo. Parvati ficando contente com as promessas de Shiva de que seu filho será reverenciado no início de todos os rituais e cerimônias e, antes de qualquer empreendimento mostra que a perda da individualidade é o ganho do absoluto, da plenitude. O sábio vence todos os desafios, luta com bravura, remove todos os obstáculos e depois morre, perde a cabeça para ganhar uma nova dada por Shiva, o absoluto.
Ganesha tem uma enorme cabeça de elefante, imensa para um corpo de menino indicando sua capacidade intelectual e a firme dedicação ao estudo das escrituras. Ganesha é o Sábio. Ganesha tem na fronte o Vibhuti e um pequeno tridente indicando que é filho de Shiva - o Senhor da disciplina e da aniquilação da ignorância, indica também, que o sábio tem sempre em mente o Ser Supremo.
As enormes orelhas e a cabeça de elefante representam os dois primeiros passos para a auto realização - “Sravanam”, escutar o ensinamento e “Mananam”, refletir sobre ele. A tromba representa “Viveka”, a capacidade de discriminação entre Nitya, o eterno e ilimitado, e Anitya, o não eterno. O intelecto do homem comum está sempre preso entre os pares de opostos (as presas), o Sábio não é mais afetado por esses pares de opostos (frio-calor, prazer-dor, alegria-tristeza,etc) tendo atingido um estado de equanimidade, representado por uma das presas quebrada. O Sábio nunca esquece sua verdadeira natureza (memória de elefante).
A barriga enorme representa sua capacidade de engolir, digerir e assimilar todos os obstáculos, assim como o ensinamento escutado. O ratinho que fica aos seus pés simboliza o Ego e seus desejos com sua voracidade e cobiça, freqüentemente roubando mais do que pode comer e estocando mais do que pode lembrar. O Sábio tem o desejo sob total controle, por isso o ratinho olha para cima e aguarda sua permissão para comer os objetos dos sentidos. No dia de Ganesha é aconselhavel não olhar para a lua, pois conta os puranas que a lua riu de Ganesha voando pelo céu em seu veículo o ratinho(corpo). A lua representa o ignorante rindo do sábio. Esta imagem representa o Sábio tentando passar sua sabedoria infinita através de seus equipamentos finitos(corpo e mente).
Ganesha possui quatro braços que são utilizados na ação de destruir os obstáculos:
A mão superior direita carrega uma machadinha - Ishvara na forma de Ganesha (senhor dos obstáculos) decepa os apegos aos objetos como fonte de felicidade e a falsa identificação com o corpo, elimina os obstáculos para que possamos ter uma mente tranqüila e possibilitar o conhecimento.
A mão superior esquerda leva um laço e ou um lotus - Com o laço ele prende a atenção na verdade, na realidade suprema, ou seja no Eu absoluto. O Lotus é a natureza pura, absoluta e imaculada.
A mão inferior direita abençoa com Abhãya Mudrã - Estra mudrã abençoa com prosperidade e destemor. Freqüentemente encontramos um Japa-mala, mostrando que esta prosperidade está na forma de Japa (repetição de um mantra) a mais eficaz técnica de preparação da mente.
A mão inferior esquerda oferece Modaka - Modaka é um doce de leite e arroz tostado que representa a satisfação, a plenitude que se alcança com um caminho de disciplina e auto conhecimento.

A Ação (Goethe 1749-1832)

Está escrito:
"No começo era o verbo!"
Já começo a hesitar!
Quem me ajudará a prosseguir?
Não posso colocar tão alto o verbo
É preciso traduzir de outra maneira.
Se eu estiver bem iluminado pelo espírito, direi:
"No começo havia o pensamento."
Medita bem sobre esta última afirmação,
para que tua pena não vá depressa demais.
Foi o pensamento que criou e produziu tudo?
Não.
Seria melhor dizer:
"No começo havia a força."
Mas, no momento mesmo em que escrevo isso,
algo me adverte que devo ir além.
O espírito vem em meu auxílio,
vejo, enfim, a solução.
Escreverei com segurança:
"No começo era a ação!"

Quando eu li este poema no fim de semana senti a necessidade de tê-lo registrado aqui.
Pela sua grandeza, pelo seu sentido incrivelmente encaixado em meu contexto atual e pela profundidade que alcança, me tocou, me fez refletir sobre uma serie de coisas.
A autoria é incontestávelmente merecedora de uma homenagem.
Estava procurando uma imagem para ilustrar o post quando...
Encontrei a foto perfeita, de André Custódio lá do Megantena
Não combinamos a sincronicidade, mas já que ela se apresentou...
Eu só completaria: "Sem ação não há direção."

A ressaca de Quarta é na Quinta.



Belo dueto: Suzanne Vega e Stacey Kent.
Musica de pé de ouvido. Uma intromissão da Quarta Sonora lá do megantena aqui, no Jogando Conversa Fora Mesmo.

@drecustodio

Dentro do meu peito um desejo martelo; Uma vontade bigorna

Esta música não é nova, mas eu nunca havia parado para ouvi-la de verdade.
Ontem eu a recebi de presente com uma mensagem velada que eu tinha que descobrir, uma brincadeira de fim de tarde.
Realmente é uma bela música. 
Lenine me dá uma sensação de que existem mensagens por trás das músicas dele com vários níveis de compreensão. Talvez seja uma viagem minha, entre tantas que eu tenho.
Ganhar música de presente me encanta!


Muito do que eu faço
Não penso, me lanço sem compromisso.
Vou no meu compasso
Danço, não canso a ninguém cobiço.
Tudo o que eu te peço
É por tudo que fiz e sei que mereço
Posso, e te confesso.
Você não sabe da missa um terço
Tanto choro e pranto
A vida dando na cara
Não ofereço a face nem sorriso amarelo
Dentro do meu peito uma vontade bigorna
Um desejo martelo
Tanto desencanto
A vida não te perdoa
Tendo tudo contra e nada me transtorna
Dentro do meu peito um desejo martelo
Uma vontade bigorna
Vou certo
De estar no caminho
Desperto.



 Martelo Bigorna
(Lenine) 
"Essa faixa tem uma característica presente em meus discos, o compasso composto. Um trabalho de pesquisa rítmica com compasso composto para soar orgânico. É uma música meio autobiográfica, porque fala um pouco do desejo de você seguir o seu desenho e o seu sonho, a qualquer custo, a qualquer preço. O Quinteto da Paraíba me ajudou justamente a digerir essa polirritmia."



"Bigorna – instrumento para moldura de metal )(significado da frase – um desejo que martela, com vontade de moldar, mudar...vontade insistente )"

Devaneios de uma mente (quase) sã e (quase) sóbria

Conhecer o outro, se interessar, se apaixonar, se deixar levar pela delícia que é comprar um vestido, um batom novo, tudo isso é muito bom!
O que não é bom é o apego, a posse, a expectativa.
Expectativa, ela que ao mesmo tempo motiva, corrói, mina.
Porque o homem, dotado de inteligência, razão e coração, não pode simplesmente aproveitar aquilo que tem para hoje? (Homem no sentido de ser humano, vale lembrar.)
E, depois disso, não achar que tem uma bandeira para erguer após cada ligação não atendida ou mensagem não respondida.
Somos tão tolos, mas me alegra aqueles que, pelo menos sabem disso...
A caminhada é longa, mas disposição para o exercício é fundamental, sem ela não chegaremos a lugar algum.
Eu também quero aprender a amar o outro sem depender das manifestações dele e ser amada assim também.
Se não nesta vida, que em outra, se não neste mundo, que em outro. Eu sigo tentando, encontrar, ser achada.
Enquanto isso... exercício, muito exercício.

"Pois a sensação é boa, mas o apego não é... e estou começando a sentir e a tortura meio que começa. Também penso que vou dizer pra ele  'vamos cortar essa conexao' não fala mais comigo, nao aguento mais esperar por você e você não aparece... me consome. Mas ai o cara vem, me fala umas coisas e tudo se dissolve. Que raio, né??? Mas estou focando esses sentimentos como inimigos que eu criei, e não que o outro trouxe - são os meus venenos mentais, minhas carencias, meu apego etc... quero aprender a liberar e amar o outro sem depender das manifestações dele, e curtir o maximo quando tem. "

A vida é assim mesmo e as pessoas.. ah as pessoas...
Temos que aprender a viver e a valorizar o que se tem, assim, mesmo que seja, o que se tem para hoje!
Mais uma vez e outra para que não se esqueça:
O que é certo? O que te faz feliz e não te agride, este é o limite.
Eu sou a favor do prazer e do bem estar. Mas sou totalmente contra a minutos de prazer em troca de horas de sofrimento. No entanto, a escolha é de cada um.
"Felicidade é quando o seu pensar, dizer e fazer estão em harmonia” (Gandhi)