Das relações e suas utilidades

Há tantas manifestações incríveis neste planeta, tantas que parece que uma vida é pouco para se ver tudo;
A força da natureza e sua criatividade parecem infinitas, magníficas e milagrosas.Nós, os seres humanos somos parte desta manifestação grandiosa, não somos exploradores autorizados.
A natureza não existe para servir ao ser humano.

“Você se dá conta que a vida não está para te servir, que as pessoas não estão para te dar prazer e nem que a terra e suas lindas partes tampouco estão para te dar coisa alguma...mas isto só acontece quando você já cansou de brincar no parquinho de diversões...enquanto isso a energia distrai e a musica toca ao play.cada tempo à sua coisa ou vice versa.” Por Carla Sanches
É a cultura interna e pessoal de tratar as relações como funcionais, servis e utilitárias que fazem do ser humano um explorador. A mesma consciência em todas as relações, sejam elas humanas ou com a natureza, o lugar onde vive, onde quer que esteja.
É como um explorador, se estabelece, até tirar tudo que parecer lucrativou ou útil e abandona quando aquilo, aquela, aquele já não lhe dá lucro, utilidade ou lhe serve.

“Você ter utilidade pra alguém é uma coisa muito cansativa. Ta certo, realiza. Humanamente falando é interessante você saber fazer as coisas, mas eu acredito que a utilidade é um território muito perigoso, porque muitas vezes a gente acha que o outro gosta da gente, mas não. Ele ta interessado naquilo que a gente faz por ele. E é por isso que a velhice é esse tempo que passa a utilidade e aí fica só o seu significado como pessoa. Eu acho que é um momento que a gente purifica, né? É o momento em que a gente vai ter a oportunidade de saber quem nos ama de verdade. Porque só nos ama / só vai ficar até o fim, aquele que depois da nossa utilidade, descobrir o nosso significado. Por isso eu sempre peço a Deus, sabe? Sempre faço à Ele, a oração D’Ele. Poder envelhecer ao lado das pessoas que me amem. Aquelas pessoas que possam me proporcionar a tranquilidade, né.. De ser inútil, mas ao mesmo tempo, sem perder o valor. Quando eu viver aquela fase na vida: põe o Pe. Fábio no sol… Tira o Pe. Fábio do sol… Aí eu peço à Deus sempre a graça de ter quem me coloque ao sol, mas sobretudo, alguém que venha me tirar depois. Alguém que saiba acolher a minha inutilidade. Alguém que olhe pra mim assim, que sabe / que possa saber que eu não sirvo pra muita coisa, mas que eu continuo tendo meu valor. Porque a vida é assim, minha gente, fique esperto, viu? Se você quiser saber se o outro te ama de verdade, é só identificar se ele seria capaz de tolerar a sua inutilidade. Quer saber se você ama alguém? pergunte a si mesmo: quem nessa vida já pode ficar inútil pra você, sem que você sinta o desejo de jogá-lo fora? É assim que descobrimos o significado do amor. Só o amor nos dá condições de cuidar do outro até o fim. Por isso eu digo: feliz aquele que tem ao final da vida, a graça de ser olhado nos olhos e ouvir a fala que diz: “você não serve pra nada, mas eu não sei viver sem você”.”Pe. Fábio de Mello" 

 Sempre podemos escolher que papel queremos exercer neste tempo-espaço em que a vida se manisfesta através de nós.

Um explorador, apenas não seja este.
Mesmo que não possa ser um cuidador, mesmo que não possa ser um criador, mesmo tenha que aprender a ser algo diferente, só não seja um explorador, porque isso é muito primitivo e a natureza do ser humano é a evolução. A repetição é um grande limitador de nossa capacidade criativa e evolutiva.
E a exploração já fez seu papel na era primitiva desta existência terrena, é só observar a história da humanidade para se certificar disso.
Importante salientar, tudo é relação, você se relaciona