Aquele friozinho na barriga

Quem nunca sentiu aquele friozinho na barriga quando escuta uma voz do outro lado do telefone, ou quando uma porta se abre, ou quando ouve um nome que está para chegar?
Aquele friozinho na barriga que faz seu coração disparar, seu sangue dançar mais rápido e o rosto corar?
Essa sensação é tão gostosa...
A gente sente falta sem se dar conta, porque ela vai embora da mesma forma fulgáz com que se instalou.
Uns dizem que é paixão, eu prefiro chamar de empolgação, porque é tão frágil, um dia você sente no outro já era, foi embora e não te deu nem adeus, simplesmente se foi.
Depois reaparece sem nenhum aviso prévio, mas a causa já é outra.
A vida corre depressa demais, não dá tempo, quando você menos espera, tudo mudou, você mudou. No fim o único frio na barriga que é eterno é aquele de uma descida ou subida brusca, da montanha russa, este sim.
Eu simplesmente agradeço, por ter sentido, por ter vivido, mesmo quando partiu.
Quando acontece novamente ... "O que é isso? Aquele friozinho na barriga? Será? Será que não é só fome?
É tão bom sentir isso, seráááá que voltou?

Eu fui buscar alguma explicação científica sobre isso ... interessante.

Para neurologistas britânicos, a sensação não passa de atividade singular do cérebro. A University College London fez o primeiro estudo sobre as manifestações cerebrais do sentimento amoroso. Voluntários que estavam “amando loucamente” passaram por exames de ressonância magnética. Computadores registraram a atividade cerebral enquanto observavam fotos de namorados. Depois, observando fotos de amigos.
Ver a foto da pessoa amada estimulou a atividade de quatro regiões distintas do cérebro. Duas, no fundo córtex: uma, responsável pela sensação de “frio na barriga”; outra é a mesma estimulada pelas drogas indutoras de euforia. As outras duas áreas ficam em região conhecida como striatum, que aumenta em atividades com experiências gratificantes. Resultado: o sentimento se manifestou como intenso afluxo químico.
Palpitações, suores, frio na barriga, euforia: sintomas de quem está apaixonado, tomado por “sentimento ou emoção levados a um alto grau de intensidade, sobrepondo-se à lucidez e à razão”, diz o dicionário.

A química da paixão

DESEJO: Desencadeado pelos hormônios sexuais (testosterona e estrógeno).
ATRAÇÃO: perda do apetite, do sono e da concentração, mãos suadas, respiração falha e a sensação de frio na barriga, todos esses sintomas estão ligados a um conjunto de compostos químicos que afetam o cérebro: a norepinefrina excita e, por isso, o coração bate mais forte; a serotonina descontrola e a dopamina faz a pessoa entender o que é a felicidade. Essas reações químicas são guiadas por neurotransmissores e gerenciadas pela feniletilamina, cuja função é controlar a passagem do desejo para a fase do amor.
LIGAÇÃO: fase do amor equilibrado que criou laços entre os parceiros. Os hormônios envolvidos são a oxitocina, relacionada à indução do trabalho de parto (corpo), às emoções e comportamentos sociais (cérebro) e ao orgasmo; e a vasopressina age na pressão sanguínea e que, em roedores, revelou ser importante para o comportamento monogâmico dos machos.
FONTE: HELEN E. FISHER; LUST, ATTRACTION AND ATTACHMENT IN MAMMALIAN REPRODUCTION, ARTIGO PUBLICADO NA REVISTA HUMAN NATURE, VOL. 9, N.1, P. 23-52

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