Eu tive um um sonho, vou te contar

Eu nunca entendi direito o motivo que fez a minha mãe calar diante das suas intuições, mas estou começando a entender, aliás não só isso. Conforme vou adquirindo mais anos, eu a compreendo mais.
A minha mãe tem insights, intuições, premonições e outras coisas desse tipo e desde que eu percebi essa habilidade dela eu não entendia porque ela não avisava as pessoas.
Ninguém sabe o que vai realmente acontecer no futuro, ele pode mudar a qualquer momento, um detalhe e tudo muda. Hoje eu entendo melhor.
Talvez no decorrer de sua vida ela tenha passado por situações que a fizeram escolher calar para não se sentir invasiva ou ridícula.
Eu ignorava estas sensações até ser esbofeteada por elas. Há momentos que simplesmente eu não sei o que fazer com elas, me atrapalho toda e pareço uma maluca. No fim das contas fica muito difícil discernir sobre o que está aparecendo e diferenciar seus medos e cuidados de suas intuições, principalmente quando se trata de pessoas que você ama. Junte isso a uma super proteção quase maternal, a bagunça está mais do que formada.
Decisão difícil esta a de calar ou falar. Eu entendo a minha mãe.
Só fico imaginando o que sente quando aquilo que ela pressentiu acontece e ela não fez nada que pudesse mudar, ou ajudar, ou alertar, sei lá. Escolher entre dois sentimentos desagradáveis é a pior coisa do mundo.
E essas sensações estão na veia da família, não há como fugir. E muitas vezes eu tenho medo, como uma amiga que disse uma vez que detestava sonhar porque seus sonhos aconteciam.
É mais uma pergunta para a minha listinha. Deus por que? Para que isso?
Eu ainda não sei o que vou fazer, espero encontrar uma resposta sensata.
Se bem que eu não consigo ser sensata quando sinto que um dos meus irá passar por alguma coisa difícil, meu primeiro ímpeto é o de proteger, mas pensando friamente "quem sou eu para achar que posso proteger alguém de alguma coisa que ele tem de passar?"
Quanta contradição cabe em mim? Viver é muito louco!

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