Pensando sobre filhos aos 35 anos, ter ou não ter eis a questão

A proximidade do meu aniversário me fez pensar em filhos. Eu estou a completar o meu 35o. ciclo de vida daqui a mais ou menos, um mês e meio, meu aniversário é na véspera de Natal.
Apesar de ter sido casada oficialmente por 5 anos e ter vivido com esta pessoa uma relação completa de 10 anos, entre namoro, casamento e fim, não me vi mãe naquela época. Depois vivi mais 4 anos com outra pessoa, que, já tinha um filho e pude ser para ele uma mãe reserva, papel que exercitei com muito amor e prazer, ainda assim não me motivou a ter meu próprio filho.
Meu pai me cobrava em todos os Natais, ele queria um neto de mim, ainda assim, não me senti pronta para isso.
Minha personalidade é do tipo que age sobre as coisas, então parece até uma contradição essa inércia em relação ao desejo ou não de ser mãe. Eu adoro crianças, não me entenda mal, adoro mesmo. Sempre tive um desejo latente de ser mãe, mas nunca me senti pronta para assumir esta responsabilidade.
E ultimamente, beirando meu aniversário, me vejo questionando isso tudo.
O tempo biológico para uma mulher que quer ser mãe, é um tanto cruel, muito mais do que o é com os homens. Isso passa pela minha cabeça. Passa também, por aqui, que não senti em nenhum dos meus ex companheiros o pai que gostaria para meus filhos, por isso, não me arrependo de não tê-los tido naquelas épocas. Eu sinto que possa ser uma boa mãe, mas sinto que talvez esse não seja o curso que a minha vida possa tomar. E se não for realmente? Isso não é o fim do mundo, disso eu também tenho certeza.
Meu sábio, fiel e confidente amigo, me deixou em paz sobre isso ao me dizer que eu não preciso fazer nada sobre isso. Me tranquilizou a personalidade de ação (a minha) que me atormenta ao me dizer: "É honesto admitir que você pensa sobre isso, que não passa batido pelo fato de ter 35 anos e não ter filhos, mas você não precisa fazer nada sobre isso, pode apenas perceber o que acontece com você, sem julgar ou tentar resolver, apenas deixe isso passar por você e se perceba."
Então eu resolvi escrever sobre isso para esvaziar de mim o que sinto.
Eu sempre quis ser mãe, é um desejo natural, mas vendo tantas crianças por ai mal criadas, no sentido de falta de criação, de cuidado, de amor, que não me sinto culpada em não satisfazer este desejo de gerar um filho.
Ser mãe vai além daqueles nove meses carregando um novo ser em seu corpo.
Ser mãe é um compromisso, um voto de fé, sua fé no ser humano, a fé da vida em você.
Pode acontecer, pode não acontecer de encontrar alguém, me envolver e ver nesta pessoa um pai para meus filhos, isso pode ou não acontecer, é a vida quem sabe.
Mas ser mãe, isso eu posso decidir, como fez a Drica Moraes e tantas outras, que optaram por adotar uma criança, atitude que eu admiro demais.
Existem milhares de crianças precisando de uma mãe, um lar, um pouco de carinho.
Não é uma decisão tomada, é uma possibilidade que passa pela minha cabeça.
Eu sei que talvez seja cedo para pensar nisso, eu ainda nem viajei o mundo, 35 anos é uma idade deliciosa e jovem, eu tenho esta consciência.
Mas aniversários são para isso mesmo, para refletirmos sobre tempo, sobre vida, sobre oportunidades e possibilidades e eu já comecei meu processo.
E, é só o primeiro dos 50 dias que ainda faltam para 24 de dezembro. Senta que lá vem conversa! Rssss
Gostaria de agradecer imensamente as visitas que recebo aqui, teem crescido.
E espero que esvaziando minha mente e meu coração, a minha alma possa ficar tranquila. E, se com isso, compartilhando meus pensamentos, puder encontrar pessoas que se sentem em situações parecidas ou emoções sinônimas ou próximas, ou ainda, pessoas que possam trocar alguma coisa positiva comigo, ou com os que leem, tudo isso aqui terá mais do que valido a pena!
Obrigada aos seguidores, mesmo aqueles que nunca comentam, obrigada pela companhia!
Um grande abraço carinhoso!
Namastê

2 comentários:

  1. Cristina Bueno04/11/2010, 13:26

    Faço suas as minhas palavras...Amei o texto !
    Bjs.

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  2. É lindo ver o exercício de maturidade acontecendo.

    É honesto, sincero, frágil e potente.

    Deixar acontecer, mostrar a propria fragilidade, os anseios e aprender com isso.Com a própria observação e também com um olhar amigo.
    Mas é sempre você.

    Maturidade em nada tem a ver com idade, e idade em nada tem a ver com a Vida.
    A Vida com V maiúsculo.

    A Vida é esse presente e o tempo das coisas vitais nascem quando tem q nascer.
    Não se apressa.

    Lindo texto.

    André
    megantena.blogspot
    (jabazinho do coração)

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