A ilusão nossa de cada dia

Desde que eu li a matéria sobre ilusão de ótica da SuperInteressante eu não parei de pensar sobre o quanto nos iludimos o tempo todo com coisas que estão longe, muito longe de ser a realidade. Nos satisfazemos ou nos sentimos insatisfeitos dentro de paisagens que existem unicamente dentro de nossa mente.
No dia em que li esta matéria eu tive um sonho.
No sonho eu estava em uma pedra enorme no meio do mar, estava meditando. O dia estava lindo, céu azul e águas claras e mansas.
De repente o dia escureceu, o mar de revoltou, começou uma chuva torrencial. Eu continuei sentada, mas sai da meditação e comecei a pensar em por que tudo em volta de repente ficou tão diferente.
Eu fiquei deprimida com aquela mudança tão repentina de paisagem, chorei muito, queria sair dali, mas não tinha para onde ir.
Então me concentrei na pedra que me acolhia, tão sólida e forte, imóvel e impassiva diante daquela tempestade.
Por que eu me identifiquei com a tempestade quando poderia me identificar com a pedra?
Acalmei meu coração e fui retomando minha lucidez.
A medida que ia me acalmando tudo em volta também mudou, o céu abriu, o mar voltou a ficar manso, era só uma paisagem criada por minha mente sedenta por novas emoções descontroladas.
É assim na vida.
O nosso Ser não é a paisagem, o nosso ser é a pedra.

"Imagens dançam, piscam, mudam de lugar. Figuras parecem menores ou maiores do que são. Bem-vindo ao mundo das ilusões de ótica.
Algumas vezes, nossos olhos vêem coisas que não existem."

A questão é, então, o que existe?
Veja como somos iludidos.

"Uma ilusão de ótica é um erro de avaliação do cérebro. Nossa cabeça usa uma série de regras para interpretar as luzes projetadas na retina como imagens tridimensionais. Quando duas regras entram em conflito, o cérebro é obrigado a optar por uma delas. Mas a outra regra, que continua existindo, contesta essa escolha como absurda.
Por isso, somos capazes de perceber quando estamos sendo vítimas de uma ilusão de ótica. “O cérebro reconhece uma falsa percepção quando vê uma imagem ambígua pela frente”, disse à SUPER o físico americano Al Seckel, do Instituto de Tecnologia da Universidade da Califórnia."

Nossa mente também utiliza uma série de referências para nos confundir. Nossas refências mais comuns são as afetivas, aquelas que carregamos no decorrer da vida, relações com amigos, familiares e parceiros. Seguimos comparando, julgando o que é certo e errado, determinando padrões e sofrendo com aquilo que não se encaixa.
É só imaginar porque quando somos crianças tudo parece tão mais fácil e divertido. Simples, porque quando crianças ainda não temos esse monte de referências e apenas sentimos, aproveitamos o dia, um de cada vez, sem as expectativas frustrantes que alimentamos no decorrer da vida.

Olhando para a gravura Queda d’água, do artista plástico holandês Mauritius Escher (1898-1972), você nunca saberá de onde vem a água. A figura imaginada por Escher é impossível fisicamente.
Lagos de areia
É o ar que causa as miragens.Você pensa que miragens só acontecem no deserto? Aquelas poças d’água que você vê no asfalto em dias muito quentes também são miragens. No lago que surge de repente no meio do deserto, a água é apenas um reflexo no céu, provocado pela refração (desvio) dos raios de luz de uma camada de ar quente. Isso acontece porque a luz muda de velocidade sempre que passa entre meios de densidades diferentes, como quando você mergulha uma caneta num copo d’água. No caso das miragens, o ar quente próximo ao solo, quando encontra ar frio (mais denso) logo acima, vira um grande espelho. Ele passa a refletir o céu e até mesmo objetos, como uma árvore ou uma casa.

Então muitas vezes, nos deixamos levar por estas referências e sofremos. E elas estão por toda a parte esmagando nosso SER, nos afogando em ilusões para que possamos nos sentir parte deste mundo criado.
Ninguém é feliz sozinho. Mulher nasceu para ser mãe. Ser alguém é ter dinheiro, carreira, sucesso. Relacionamento é namorar, casar, se entregar de corpo e alma, para uma unica pessoa e fazer dela seu mundo, sua vida, seu tudo.

Então o que é de verdade?
Quando estamos sentindo e quando estamos iludidos, vivendo o que os outros acreditam ser a vida ideal?
O que é a vida real?
Como ser feliz?


Liberte-se!

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