Eu não sou um perfil

Recentemente eu fechei meu perfil no Facebook, não foi nada super planejado, só alguns episódios que foram me cansando.
A última atualização da política de privacidade me deixou bem cabreira também.
Eu concordo com a maioria das matérias que cita o tempo que as pessoas gastam lá, concordo que aquilo vicia, que estimula a inveja das pessoas, etc. Embora concorde com tudo isto não deixo de ver que há um lado positivo também, como tudo, é a forma que é utilizado que vira o problema.
Quando as pessoas usam o Facebook para espalhar a semente do bem e da positividade ou da informação eu acho super valioso. Sem esquecer também as pessoas que o utilizam para não se sentirem tão sós, pessoas que sentem-se conectadas a outras graças a rede social é bem comum de se ver e isto é super saudável.
No entanto, o que de fato me motivou a fechar meu perfil foi um insight bem particular. 
Eu comecei a ver o Facebook como um alimentador do ego e eu acredito fielmente que o ego é o centro de todo o nosso sofrimento. E eu via ali pessoas lutando contra seus demônios e os alimentando diariamente, sem darem se conta. Pessoas desejando uma coisa para sua felicidade e trabalhando totalmente contra este objetivo, vibrando e expondo o contrário do que desejavam. As pessoas em geral se auto afirmam na rede e se esquecem que ali também manisfestam seu inconsciente que acaba se comunicando com o insciente dos demais. Nós não somos aquele perfil, somos muito mais do que aquilo, somos seres complexos e controversos, mas ali elegemos a exaltação de um ou dois lados e as pessoas acreditam e rotulam e acham que te conhecem e te julgam com a propriedade inquestionável de quem te segue diária e fielmente. Isto tudo, este círculo, perdeu um certo sentido pra mim.
Então, claro, quem sou eu para afirmar se é assim de fato ou não, são minhas observações pessoais. Felizmente muita gente que eu seguia por conta do trabalho principalmente, mas não só, são pessoas do mundo editorial, dos livros e por esta razão são bem interessantes e interessadas. As pessoas que buscam sentido, um caminho para a vida, os buscadores, estes também eu adorava seguir. Adorava ver as pessoas viajando, casando, dando aquela virada na vida, mudando de cidade, de país, sei lá, virando monge, assumindo que é gay, este tipo de coisa me interessa, porque é corajoso, inspira.
As lamúrias, o veneno destilado, as piadas de mau gosto, a publicidade da maldade e da desgraça sem um fim justificável, a exaltação do ego sem limite, as lavagens de roupa suja dos familiares, o incentivo à fofoca e ao acompanhamento da vida alheia, as polêmicas criadas nas conversas alheias, a deselegância na escrita são exemplos de mau uso, na minha opinião. 
No fundo aquilo é um reflexo das pessoas, eu sei. Eu só deixei de assistir, desliguei o botão, como faço com a TV porque eu acho que não adianta reclamar do conteúdo e continuar assistindo.
Pode ser por um tempo ou para sempre, ainda não sei. Sinto apenas que tenha saído tão repentinamente que não avisei ninguém e por isto não troquei alguns contatos, pessoas que só me comunicava por lá. Vamos ver.
Tudo muda o tempo tempo.
Quem sabe amanhã eu mude de ideia.
A unica certeza é a mudança, já escreveu algum autor um dia, eu não me lembro quem.
Uma coisa é certa e imutável, eu não sou um perfil, e ali jaz uma ínfima parte da minha personalidade, tão pequena que não dá nem pra sentir falta.

2 comentários:

  1. Aqui vai também alguns exemplos bem engraçados: http://youpix.com.br/redes-sociais-2/6-posts-insuportaveis-facebook/

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  2. "O ruído de aprovação das redes sociais, por mais intenso que seja, não preenche a nossa solidão. Ela se resolve apenas com relações reais. Amigos reais. Família real. Amor de verdade, com carne, ossos e defeitos, protegido por uma grossa camada de intimidade e de silêncio." Ivan Martins

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