Uma pausa para um café

Depois de dias difícieis ela acordou e o dia estava lindo.
Esticou o corpo, bocejou gostoso e olhou para aquele ao seu lado sem entender exatamente como ele veio parar ali.
Acordou de um sonho estranho e acompanhada de alguém não tão estranho assim, mas ainda, alguém que não se sabe muito bem quem.
Ele dormia profundamente, ela olhou mais calmamente, ele sempre teve traços delicados, olhos carentes e uma voz de acalmar trovão. Talvez tenha sido isso, ele acalmou seus trovões.
O que fazer agora? Não queria acorda-lo e ter que passar por aquela situação de não saber se diz bom dia, foi ótimo, a gente se fala, ou fazer um carinho de bom dia, foi ótimo e começar tudo novamente. Tudo novamente não, definitivamente não.
Decidiu sair de fininho.
Estava quase na porta quando ouviu a voz de acalmar trovão, "trezentos reais, pode deixar na mesinha".
Obviamente fez a pior coisa que poderia, dormiu com alguém que já conhecia e sai de fininho como se tivesse cometido um crime...
"Mas não precisa pagar tudo se foi tão ruim assim..." E riu deliciosamente da cara de cachorro que mijou no tapete que ela estava.
"Me desculpe, eu não queria te acordar, você dormia tão gostoso."
"Não precisa se desculpar, toma o café comigo e ficamos quites, você vai tomar o pior café da sua vida, já é castigo suficiente."
A tempestade passou Sarah, hoje você está segura.
Aquela voz de acalmar trovão realmente era uma coisa de que ela gostava.
"Olha, eu estou tão desconfortável que não consigo nem olhar direito pra você", ela disse envergonhada.
Ele se esticou, fez um silêncio de suspense, depois disse com o olhar mais carinhoso que ela poderia lembrar.
"Desconfortável pelo que? Pelo porre, por ter passado mal, por dormir comigo, dormir, porque foi só isso que fizemos querida. Ah, você roncou feito uma jaguatirica... A última vez que eu fiz amor com uma mulher bêbada eu ainda não estava nem na faculdade."

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