Exercício de contato real

Estive pensando neste fim de semana, que eu estou gastando muito tempo no mundo virtual, não que eu não goste, muito pelo contrário, gosto até demais. Mas acontece que eu não tenho tanto tempo livre assim e estou deixando de fazer outras para ficar plugada.
Percebi que muitas pessoas consideram contato virtual como contato real, o que eu discordo com algumas ressalvas.
Eu tenho uma irmã no Japão, membros de minha família em outras cidades, minha irmã de alma mora no Canadá, enfim, para estas pessoas o contato virtual é a única forma de mantermos contato, de sabermos uma da vida da outra vendo as fotos no orkut, facebook e conversando pelo messenger, esta é a ressalva.
Não se justifica, pessoas que moram na mesma cidade, que gostam de estar juntas, que tem coisas para falar uma para outra, conversarem pelo messenger, DM no twitter, depoimento no orkut, etc.
E isso acontece de montão,  em Iguape que tem 30.000 habitantes contando a área rural e praias, algumas pessoas só se falam em messenger e orkut. O mais interessante é que lá tem uma praça onde todo mundo se esbarra, o centro comercial inteiroé menor do que a Praça da Sé, ou seja, se você quiser conversar com alguém, fique tranqüilo, você vai encontrar essa pessoa em menos de vinte minutos de passeio pela pracinha, mais cedo ou mais tarde.
Aqui em São Paulo as distâncias são maiores, mas nada que um fim de semana não encurte, quando alguém quer encontrar uma pessoa, ela se move para isso.
Embora o exercício seja para mim, os meus amigos acabam se exercitando por tabela. Eu não avisei ninguém,  se acharem esquisito meu "sumiço" terão que me telefonar.
Eu sou do papo, do contato, do olho no olhar, do toque, eu gosto de conversar com a pessoa inteira, essa novidade cibernética nasceu depois de mim, eu me adaptei, mas não me apaixonei, eu gosto mesmo é de uma conversa ao vivo, mas aceito um telefonema, não sou tão radical assim!
Depois de um fim de semana bem agitado, onde encontrei muita gente querida, decidi dar um tempo da vida virtual, nada muito drástico, vai começar por esta semana.
A regra do exercício é simples. Por uma semana eu não vou interagir com ninguém pelo computador. Interação pessoal, claro, afinal se eu fizer isso no trabalho serei demitida no dia seguinte.
Estão totalmente fora desta semana e-mail pessoal e todas as redes sociais que eu participo.
O que eu quero com isso? Movimento, mudança de padrão, comunicação mais real, do que jeito que eu gosto mesmo!
E se alguém não entender? E se acharem que você foi sequestrada? Just call me.
Eu tive um fim de semana delicioso, estive com pessoas tão legais, especiais, queridas, eu fui ao parque, subi em árvore, me equilibrei no trapézio, quase aprendi a andar de patins (eu quero), ri muito, falei verdades, ouvi algumas, fui ao cinema, quase morri engasgada com uma pipoca, senti o abraço mais sincero deste mundo em volta de mim. Isso é vida real, isso é sentir, isso é felicidade.
O bom da vida é sempre ter opções para escolher o que pode vir. Felizmente eu posso escolher neste momento a minha pausa, mas acredito que tenha uma porção de pessoas que não podem mais, porque abandonaram de tal forma a vida real que não conseguem mais sair de trás do teclado.
E, talvez nem lembrem mais o que é este abraço cheio de carinho, daqueles assim que a gente dá e recebe de olhos fechados para sentir mais gostoso.

2 comentários:

  1. Oi Paulinha! Muito legal seu blog. É verdade. A grande maioria das pessoas não mais conseguem viver sem estar plugadas. É quase compulsivo. Eu também procuro manter um certo equilíbrio, um certo bom senso. "Só" tenho orkut, fotolog, email e meu blog (bem recente) Enjoei do msn e nem me amimo a entrar no Facebook ou twitter. Nada se iguala a conversa olho no olho.

    grande abraço

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  2. O exercício foi um fiasco, eu deixei pra trás hoje. Tive três pedidos de socorro entra agora no msn! Quem pode ficar ileso a pedido desses?
    Aqui vamos nós seguindo na vida virtual.
    O saldo foi positivo, li mais, arrumei umas coisas, fiz alongamento e vi pessoas, além de telefonar tbém!

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