Ela estava no banheiro, pensando no que iria dizer. Ele estava na sala esperando que ela voltasse do banheiro para terminarem aquela discussão. Ele havia finalmente descoberto que ela o traia com um homem chamado Ro.
Era muito difícil de acreditar, mas as mensagens no celular dela, eram irrefutáveis, "estou com saudade de você", "te adoro", "depois que eu sair daqui a gente se encontra" "deixa ele dormir que eu te ligo", "adorei te ver ontem, vamos repetir isso". E somente as mensagens enviadas estavam lá, as respostas foram apagadas.
Ela no banheiro, relembrava como foi que chagaram até esse ponto. Se conheciam a 4 meses, ela não estava super apaixonada, mas gostava de estar com ele, ela achava que poderia se apaixonar, por isso foi mantendo a relação. Ele era gentil, estava sempre disposto a ajudá-la em tudo, enfim uma pessoa boa, tirando o fato de ser ciumento (isso a estava deixando na dúvida). Eles se davam muito bem, gostavam das mesmas coisas, se divertiam juntos e faziam planos de viajar para muitos lugares. O sexo entre eles era ótimo, ou seja, tinham muitas chances de se tornarem um casal realmente assumido e tudo mais.
Mas como isso foi acontecer? Ela estava se penitenciando por deixar o celular fora da bolsa. "Como pude ser tão displicente?"
Pensou nos momentos tão bons que passaram juntos, ponderou sobre tudo, precisava sair daquele banheiro, precisava tomar uma decisão. Contava tudo pra ele ou inventava uma mentira? Não mentira não, o ultimo relacionamento que teve era uma mentira e não queria mais isso. Foi isso que a fez se decidir.
Ela foi em direção a sala, a mulher mais decidida da face da Terra, pegou o celular discou "Ro amor, você pode vir me buscar? O endereço é (...)vem logo por favor."
Ele olhou para ela estupefado, "como ela tinha coragem de chamar o amante para vir busca-la na casa dele?"
Ela olhou pra ele decidida, "infelizmente esse não é o tipo de relação que eu quero pra mim, não gosto de me sentir vigiada, não suporto que desconfiem de mim e não admito que invadam a minha privacidade. O que você fez foi uma agressão para mim, tão grave quanto uma agressão física, está me doendo, me ofendeu, e eu não quero estar com alguém pode me ferir dessa forma.
Ele conseguiu dizer. "Você me enganou e eu não me merecia isso"
Ela: "Eu nunca te enganei, nunca te desrespeitei, nunca menti para você, e é por isso que eu vou embora, o tipo de coisa que você é capaz de fazer para se achar na razão de vasculhar as coisas do outro é o que faz com o outro queira te enganar, eu não irei entrar nesse jogo."
A campainha tocou, ela foi abrir a porta, já sabia quem era.
Entrou uma mulher alta, bonita, super elegante.
"Paulo, esta é a Ro, minha melhor amiga"
"Ro, este é o Paulo, meu ex namorado"
Ele estava perplexo, "como assim sua melhor amiga, você nunca falou dela!"
Ela:"Você não precisava saber tudo sobre a minha vida para confiar em mim, bastava respeitar o fato de que eu já tinha uma vida antes de te conhecer e que ela não parou só porque você surgiu, você invadiu minha privacidade e isso eu não admito. Quem faz isso, faz pior, e eu não quero estar aqui para ver. Adeus Paulo"
Quando alguém faz uma coisa que te agride e você releva, não dá importância, você permite que aquilo ou coisas parecidas aconteçam novamente. Você permite a entrada, permanência ou não das pessoas na sua vida, mais ninguém, somente você mesmo.
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