A mulher que há em mim

Há uma menina em mim;
Ela brinca e provoca, gosta de fazer brotar sorrisos e rubores;
Há uma cigana em mim;
Ela dança ao som do vento e lê a sorte no olhar, gosta de acender sentidos;
Há uma fada em mim;
Ela flutua pelas flores e voa com as borboletas, gosta de carregar o frescor da mata;
Há uma alquimista em mim;
Ela brinca com a energia das plantas, dos cristais, com os aromas e os sabores; gosta de desvendar mistérios;
Há uma sacerdotisa em mim;
Ela sabe encantar com a leveza do canto; do toque, dos sentidos; gosta de te levar para as estrelas com ela;
Há uma mãe em mim;
Ela compartilha sabedoria da experiência, o cuidado amoroso; gosta de acolher no colo e nos braços;
Há uma amazona em mim;
Ela monta seu cavalo e corre pela noite da floresta; gosta da liberdade e do calor da sua pele;
Há em mim a mulher, o fogo da vida, o corpo quente, cabelo ao vento, coração aberto;
E a paixão a acender cada poro do corpo.
Há muitas em mim;
E todas, agora, pousaram o olhar você.

Paulinha Costa
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"O mundo é isso — revelou — um montão de gente, um mar de fogueirinhas.
Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras. Não existem duas fogueiras iguais. Existem fogueiras grandes e fogueiras pequenas e fogueiras de todas as cores. Existe gente de fogo sereno, que nem percebe o vento, e gente de fogo louco, que enche o ar de chispas. Alguns fogos, fogos bobos, não alumiam nem queimam; mas outros incendeiam a vida com tamanha vontade que é impossível olhar para eles sem pestanejar e, quem chegar perto, pega fogo."
Eduardo Galeano

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