Outro dia eu ouvi da Manu que a humildade é o único caminho para aliviarmos o sofrimento, é a partir da humildade que chegamos a compaixão verdadeira.
Parece que desde então a vida tem me proporcionado oportunidades (não sei dizer ainda se incríveis ou terríveis) de práticar.
Estou enfrentando a impotência e confesso que não ando me saindo tão bem. Impotência tem a ver com controle, né? Parece que eu sou bem controladora então...
Está me doendo muito assistir o que está acontecendo no Japão e não conseguir convencer a minha irmã de voltar para casa.
Já mobilizamos toda a família, ela está irredutível. Hoje, com a notícia de que no estado em que ela mora houve alerta de radiação alta, eu não consegui me segurar e liguei pedindo para que ela voltasse. Não adiantou nada.
Impotência. Eu não posso fazer nada além de rezar e chorar, tenho mais chorado, na verdade. Os argumentos dela derrubam qualquer discussão, não adianta mais nada. Ela vai ficar lá.
A vida dela é dela, ninguém mais pode interferir. Na nossa família as mulheres são criadas para terem suas convicções, independentes, teimosas e cabeçudas.
Eu quero que ela venha, mas não posso oferecer para ela muita coisa, além do meu apoio, minha casa, meu amor.
Ela se sente mais segura lá no meio da radiação, do terremoto do que aqui com a família. Não há o que ser feito.
Humildade. Quem sou eu para achar que sei o que é melhor para ela? Tenho que aceitar a minha impotência. Não consegui ainda, confesso. Está sendo muito difícil.
Preciso ter humildade. Parece que este vai ser o meu mantra agora.
Se isso acalmar meu coração será bem vindo.
Humildade, aceitação, compaixão.
Ter humildade diante das adversidades é o primeiro passo para o não sofrimento.
A minha irmã já aprendeu, eu, estou tentando.
Estou triste ainda.
Não ter apego a coisas ou pessoas diminui em muito o sofrimento, mas nesta vida de maneira geral invariavelmente sofreremos. Ficar ligado ou apegado a este sofrer já é outra história.
ResponderExcluirSentir raiva por um minuto é normal, remoer a raiva; é diferente.
ter um luto pelo ser amado é normal, poderá demorar anos, mas ter o luto pela vida toda é apego ao sofrimento.
Sofra, mas não eternize este sofrer.
Paulinha, querida ... isso não tem nada a ver com humildade. Isso é amor e preocupação. Lamentavelmente, aprendemos a amar de um jeito complicado, que inclui nos sentirmos responsáveis pela felicidade do outro e dependentes de sua existência para nossa própria felicidade. Também aprendemos a amar condicionalmente.
ResponderExcluirPor isso o amor é tão sofrido, as vezes.
A melhor maneira de lidar com isso, enquanto não aprendemos outra forma de amar, é se imaginar trocando de lugar com o outro, e imaginar o você gostaria que ela fizesse por vocé nessa situação.
Ajuda a aceitar ...