Eu ainda não consegui organizar tudo que passou pela minha cabeça desde o Natal. Muitas coisas.
Dia 24, já era meia noite e eu ainda nem tinha começado a fazer as malas. É sempre assim. Eu detesto fazer as malas, principalmente quando é para ir para lá. Eu não sei explicar exatamente onde começou minha antipatia com aquela cidade. Só sei que quando tenho que ir até lá, não é com prazer que eu me preparo. Ainda assim lá vou eu, é Natal, minha família está lá. Mala. Mala. Mala.
O telefone tocou várias vezes, nem vontade de atender eu tinha, estava emburrada. A campainha tocou e eu encontrei na porta todo o ânimo que eu não sabia onde tinha perdido.
Um dos meus melhores amigos resolveu passar em casa para me dar um beijo de feliz aniversário e quando ele foi embora do meu apartamento levou com ele toda a minha preguiça e chateação. Um beijinho de oi e tchau que me deixou muito feliz!
Eu fui viajar. E, Natal tem aquelas coisas... família. Reunião de grupo. Jantar todo mundo junto. E repeteco no almoço.
Este ano eu não passei como todos os outros anos de toda a minha vida.
O meu pai e a minha mãe decidiram se separar há dois anos. No ano passado eu fui passar com a minha avó porque era o primeiro ano desta mudança e eu confesso que estava me sentindo muito estranha naquela situação.
Este ano eu resolvi passar com minha irmã e sobrinhos. Meu pai levou sua nova mulher. Minha mãe se refugiou em alguma pousada com seu novo namorado. Meu irmão se vestiu de papai noel. Meus sobrinhos estavam lindos, um que se diverte com tudo e da cara de todo mundo e outro que ainda não percebeu o que realmente importa e chora porque o priminho recebeu mais presentes do que ele. Eu os observo e penso que eu adoraria que o mundo não fosse tão duro com eles.
Agora vem...
A volta para São Paulo foi o purgatório em vida! Foram dez horas de direção, duas horas em uma espelunca infecta, mas providencial.
Depois de oito horas dirigindo ver aquele vermelho piscante foi como um copo de água gelada no deserto! MOTEL, MOTEL, MOTEL
Um motel tão suspeito que eu tive até medo! Mas entrei.
Duas horas para um banho e uma relaxadinha por R$ 35,00 não dá para exigir muito. Me deitei em cima da minha própria toalha molhada, imóvel, com receio de encostar naquele lençol mais do que suspeito.
Na hora de sair do quarto... a chave emperrou. Girava, girava e naaadaaa de abrir. Eu estava trancada num quarto nojento de motel vagabundo no meio da estrada às onze da noite no domingo do feriado de Natal. Qual a chance de conseguir um chaveiro? Hein?
Eu fiz a unica coisa possível numa hora dessas, cai na gargalhada pelo ridículo da cena. Depois de fazer vinte promessas diferentes para vinte santos diferentes, a porta finalmente foi aberta, com muito sufoco, pela recepcionista do motel.
Finalmente eu estava na estrada de novo, a caminho de São Paulo. Revendo o trânsito, a chuva, o motel, a chave emperrada eu ri de novo, olhei pro céu e perguntei. "Está de brincadeira comigo hoje, o que é isso? Estou pagando meus pecados do ano? O que mais falta acontecer?"
Foi tão rápido que eu não pude desviar, eu só senti o pneu passando, e fui gritando... Era um cachorro morto e eu passei por cima dele.
Passar por cima de cachorro morto? Ahhh nããããoooo!
Com o perdão do palavrão, preciso reproduzir exatamente o que eu pensei: "Puta que pariu Você está humorista hoje hein...que puta falta de sacanagem!"
E fiz a única coisa possível, ri, mas ri muito! Ri descontroladamente.
No Natal deste ano se eu resolver pegar estrada, alguém por favor, me traga a consciência!
Feliz 2011 pra gente!
A coisa mais importante para ser feliz em 2011 você já tem ... bom humor ! bjs
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