Nós, os seres humanos e a incoerência - Julie e Julia, o filme, entre outras coisas

Num daqueles ímpetos de cinema, eu fui sem nem sequer saber o que iria assistir. Isso mudou minha vida hoje.
Meus dias não tem sido dos melhores. Não consegui bater a minha meta de vendas, apesar de ter trabalhado duro. Estou completamente insatisfeita no meu trabalho por conta de forças alheias a minha vontade.
Desde a semana passada uma cólica intermitente me persegue, estou a base de remédios, talvez conseqüência de uma TPM monstro que me assolou, talvez tudo isso ainda seja reverberações dessa TPM que não passa, talvez eu esteja descontente mesmo, talvez seja a lua, ou qualquer outra conjunção astral, quem sabe? O fato é que estive passando por dias não tão bons.
O ser humano é tão incoerente nas suas sensações! E eu me enquadro nisso, também sou um ser humano afinal.
Eu estava tão murcha que não conseguia nem aproveitar o som de uma música que eu gosto e que normalmente me faria dançar e cantar ao volante, mas não neste dia. E falando comigo mesma, cadê aquela pessoa que não pode ouvir uma música que já sai cantando e dançando?
Eu estava cansada, de saco cheio mesmo. Sabe quando o nível chega em pensar em largar tudo e ir vender qualquer coisa numa praia qualquer? Malditos hormônios, eu acho que são eles, não estou me reconhecendo nestes dias. Eu queria que alguém me salvasse de mim mesma, mas não tinha ninguém apto para a função.
Ir ao cinema foi como ouvir o conselho de um anjinho sussurrado em meu ouvido. O filme me salvou.
O filme escolhido foi Julie e Julia, só tinha esta opção no horário que chegamos, mas uma do meu anjinho. Ele estava bem ativo!
Um filme doce, leve, gostoso, saboroso como os pratos da culinária francesa que são apresentados ao longo dele. Uma viagem gastronômica sem dúvidas, com dicas e pratos lindíssimos. Um amigo me disse uma vez que cozinhar é como alquimia e é realmente, falar sobre cozinhar de forma tão suave e alegre foi uma maestria neste filme.
Não, não é um filme de culinária, é um filme sobre duas pessoas que adoram cozinhar e acabam fazendo disso a alegria para transformar suas vidas. Há também, claro, o relacionamento em um casamento, (no filme, perfeito)dois maridos apaixonados, generosos e felizes com suas esposas.
Não há drama de relacionamento, não há traição, não há desamor, não há separações. Há o bem estar em estar acompanhada de alguém que ama verdadeiramente e o quanto o apoio desse alguém pode deixar a vida tão mais saborosa.
Sai do cinema leve, com vontade de cozinhar, vontade de aprender a cozinhar de verdade e curiosa quanto a cozinha francesa.
Não precisaria nem dizer, mas, também queria um marido assim como o delas. Neste mundo tão maluco, cheio de gente tão incoerente e inconseqüente parece cada vez mais difícil encontrar alguém que deixe a vida mais doce, mais leve e saborosa!

Um comentário:

  1. Oi Paulinha, legal teu blog... Parabéns! O Re já havia falado sobre este filme, mas agora lendo seu comentário me deu vontade de ir correndo pro cinema! E como disse teu amigo... cozinhar é realmente uma alquimia e se quiser umas dicas... é só pedir!
    beijos,
    Deby

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