Um homem ou um rato?

Eu acordei cedo disposta para resolver várias pendências.
É sábado, vou aproveitar para fazer a inspeção do carro, comprar a mala que falta para a viagem, etc, etc.
Me espreguicei, me estiquei, dei aquela bocejada preguiçosa e por fim levantei.
Ai, ai a vida é bela.
Sai do quarto e fui pegar água na cozinha. Nem de longe eu consigo expressar o que eu senti naquele momento.
Ele estava lá, na área de serviço, parecia que rindo da minha disposição em fazer tantas coisas naquele sábado.
Eu gritei e sai correndo, me tranquei no quarto, chorei desesperadamente, chorei, chorei, até acabarem as lágrimas. Eu estava inconformada, como ele entrou? Será que já estava ali antes e eu não notei? Como eu não notaria?
Meu Deus e agora? Peguei o celular, preciso pedir socorro, liguei pra um e caiu na caixa postal, liguei pra outro que não atendeu, que alívio eu penso agora, acordar um amigo em pleno sábado de manhã pra ir na sua casa por causa de um rato, e morto? Me livrei de pagar um mico King Kong que iria me perseguir pro resto da minha vida.
De certo, o amigo iria na minha casa para que? Matar um rato morto?
Pelo amor de Deus! Respirei fundo e fui me acalmando, respira, respira.
Alguns momentos, talvez horas depois, eu tomei coragem e sai do quarto. Quando o vi, comecei a chorar novamente, corri pra fora do apartamento e chamei o zelador, com a cara toda inchada e os olhos cheios de lágrimas, falei pra ele que tinha um rato morto na minha área de serviço que eu não conseguia nem olhar.
Ainda bem que eu, pelo menos, lembrei de colocar o roupão, poderia ser pior, bem pior, eu histérica, louca, chorando e nua pelo corredor do prédio por causa de um rato morto, me livrei de outro mico.
O zelador sorriu, falou, mas ele está morto? "Sim, seu Vicente, está mortinho da silva, mas eu não conseguiria tirar ele de lá, não consigo nem olhar, o senhor pode tirar?"
"Ah ainda bem que está morto, né? Eu tenho mais medo de rato do que de leão."
Ai meu Deus, se aparecer um rato vivo eu faço o que? Me mudo?
Nessas horas, (não só nessas, claro) mas, nessas horas em especial, um homem do meu lado me faz uma falta danada.
As feministas que me perdoem, mas eu queria ter um deles numa hora dessas, eu me sentiria menos frágil e histérica diante de um rato morto, eu acho.

5 comentários:

  1. Oi Paulinha,

    Adorei o post. Concordo com vc, homens servem para muitas coisas, inclusive para recolher ratos mortos, hahaha!!!

    Mas vc tem Seu Vicente, relaxa. Meus porteiros são todos fofos tb, thanks God.

    Beijos, bom final de semana e obrigada pela visita ao 3xtrinta,

    Bela

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  2. Eu não iria reclamar de ser acordado para ir na sua casa recolher os restos mortais do rato, secaria suas lágrimas e te levaria para tomar um belo café da manhã. Pena que você não tem o meu telefone.
    Não se culpe por ser o sexo frágil, a mulher é o mais belo ser que existe.

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  3. mulheres, por essas e outras que são tão apaixonadamente adoráveis, verdade ou não, o conto está hilariantemente bem contado ...

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  4. HAHAHAHA. Muito bom. Me fez lembrar um dia que, sozinha em casa, fiquei trancada no banheiro, de toalha, chorando e toda arrepiada pq do lado de fora tinha uma barata voadora... sim, homem faz falta. Ou pelo menos uma viva alma em casa. Se mulher, pelo menos pra gritar e arrepiar juntas. Abraçadas, naquele clássico desespero-drama-feminino!
    Bjo!

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  5. Obrigada a todos pela visita!

    Belaaaaa, adorei que vc veio por aqui, é uma honra! Sim realmente eu pensei Thanks God pelo seu Vicente, rssss

    E este anônimo, que romantico heinnn, fiquei até arrepiada hahahahahaaha

    Mano Maya
    Infelizmente não foi um conto, foi um caso real de desespero feminino.

    Sabina, barata eu tive que superar, ela também já encurralou, tive que enfrenta-la, rssss

    Adorei ver que consegui transformar o drama neste post e agradou vocês, voltem sempre! Bjsss

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