O que eu aprendi em 2016

Eu comecei 2016 achando que tinha aprendido muito em 2015, com o silêncio, com a solitude, com o companheirismo e a amizade entre homem e mulher sem o sexo a alterar os sentimentos...
Em 2016 eu me abri para experimentar quem sobrou disso tudo.
Estive numa jornada de sensações, de descoberta de mim mesma, de deixar vir sem julgar-me e deixei... Tive experiências maravilhosas, algumas frustrações e novas revelações sobre a mulher que estou construindo.
Assumi minhas porções enrustidas (algumas), banquei as consequências ao me revelar, ao me declarar, ao me expor.
Desafio maior é se expor, já nos julgamos o bastante, não precisamos do julgamento dos outros a nos oprimir, ao me expor coloquei minha vulnerabilidade a frente de todo o resto de mim.
O julgamento dos outros é fardo que dispenso inteiramente, mas não permito que esta possibilidade me corrompa.
Descobri que meu desejo é só um cavalo selvagem querendo um montador destemido, que com respeito e delicadeza, saiba conduzir.
Mais uma vez minha intuição me provou ser a minha melhor conselheira;
As pessoas tem medo da verdade e para se sentirem seguras, a encobertam. Para isso fazem coisas infantis, bobas e desrespeitosas, na tentativa vã e ilusória de ter o controle das situações.
A verdade sempre se apresenta, mais cedo ou menos tarde, ela se revela. Qualquer coisa diferente disso é pura fantasia.
Pessoas fracas mentem;
Eu admiro os destemidos, os determinados e os inseguros assumidos, porque acredito que assumir as incertezas e as fragilidades seja um ato de imensa coragem.
Covardes são sempre covardes e a mentira normalmente é o seu escudo.
Eu ainda fico inconformada com pessoas que mentem, que fazem fofoca e que semeiam intrigas...
Ainda não consigo digerir bem gente manipuladora e sinto de longe o menor sinal da tentativa me me manipular...
Você pode ver além do alcance todas as possibilidades de autodesenvolvimento e crescimento de alguém, mas enquanto essa própria pessoa não as ver, todas as potencialidades não significam nada. Não tente convencer uma lagarta de que um dia ela será uma linda borboleta...
Ninguém convence ninguém. Então se uma pessoa acha que não merece ter o melhor, não merece ser feliz, não merece desfrutar do lado bom da vida, nada irá convencê-lo.
A humanidade presente em meu ser é capaz de atos generosos e abnegados, mas também é capaz de ferir e de ser egoísta. Cada dia é um dia.
O maior amor do mundo e nem a mágoa mais profunda é imune à impermanência, o tempo suaviza tudo, resistente é o alimento que usamos para tudo se manter...
Intimidade é a confiança declarada, nos tornamos íntimos de quem confiamos.
A mesma pessoa que me conta os segredos mais íntimos, pode não querer dividir comigo os detalhes da sua vida, uma coisa nada tem a ver com a outra e as suas razões são as suas razões...
Os espaços diminuem dentro de um abraço de coração aberto, da mesma forma, a distância aumenta vertiginosamente quando o coração se fecha, mesmo que fisicamente ela seja insignificante.
Carência mais apego são ingredientes perfeitos para a desilusão, receita infalível para algumas noites de olhos inundados.
Estar na presença de professores sábios e generosos é alimento para a minha alma;
Deixar de fazer yoga é prejudicial a minha saúde;
Res-pi-rar consciente, deve ser minha prática de cada minuto;
Colocar atenção em cada alimento que entra pela boca, antes de colocar nela...
A amizade é sustentação imprescindível, como a família a sustentação desafiadora;
Eu aprendi a comer jiló e a tomar Kefir;
Conheci pontos mágicos no meu corpo, que com o toque perfeito se revelaram. Isso depois de 40 anos é um presente!
Continuo amando poesia, música e viajar, mas já não me encanto com qualquer fenômeno...
Para matar a sede, água. Para matar a fome arroz e feijão. Para apreciar sabores melhor não estar com sede ou fome;
Dormir bem, independe do tempo disponível, tem a ver com a paz e a calma interior;
Felicidade é um instante e pode estar num abraço, num sorriso ou num olhar cúmplice, mas encontra-se também nas manifestações da natureza, na brisa, no mar, na bela vista do horizonte;
Este ser em constante construção, metamorfose assumida não pode dizer sobre si mesma o que é, pois está sendo a cada instante. Instantes de carência me arrebataram em 2016, instantes de total silêncio me salvaram.
Eu me perdi algumas vezes no desejo impossível de manter aquele abraço, aquele olhar, aquele...
Através do silencio e da meditação eu me encontrei mais de uma vez; Eu recorro a parte divina que me habita em momentos de tormenta e isso me salva sempre, pelo menos naquele instante...
Em 2016 fiz poesias de amor, de pedidos e de mim. Abri meu coração duas vezes para os homens e aprendi com isso que sempre vale a pena, independente do resultado final. Nunca perde quem oferece com todo o coração  e essa foi a melhor lição que este ano me deixou.





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