Espere pouco e viva louco

Espere pouco ou viva louco

Todo o lixo que você ouve
Não vai somar nada no teu purgatório
Assim como as lágrimas que você enxuga
Não transformam a vontade da fuga
Nem validam o seu desejo compulsório
De ser ouvido sem ser julgado
Nesse sonho absolvido
Pois esse crime não tipificado
Guarda uma pena inafiançável
Condenável 
e imprescritível
Uma expectativa inocente
De viver um momento carente
Encostado em um ombro que só conforta
Com uma mão cheia de dedos
Que não apontam
Mas acariciam
Aceitam todos teus segredos
Como quem ri alto de uma piada sem graça
Motivando o desajeitado humorista
A viver o que acha que deva
Com um pouco mais de leveza
E uma esperança infantil de que o amor exista

Henrique Fogli, o poeta apaixonado, o ouvido generoso, o ombro amigo, o amor declarado e desinibido de todos os dias!
Já secou minhas lágrimas e já saciou minha fome, cozinha como caminha, no amor despropositado e simples. Não tem como não amar. Te amo, picareta do meu coração.

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