Para saber se é amor

Para saber o que é o amor e não ficar pensando demais, porque em matéria de amor se pensa muito, deixa de ser. 
Amor a gente sente do abrir de olhos pela manhã até o fechar para o descanso. Sente.
Amor destes da televisão e das revistas só em sonho ou com muita, mas muita sorte mesmo, me arrisco a dizer que não existe, pelo menos ainda, eu mesma não vi. Acho até que este foi inventado.
Eu demorei muito para saber o que era o amor, me iludi com muitos enganos e encantos, mas amor, amor mesmo, deste aqui, talvez, e com sorte, só uma vez na vida. Se der para realizar é melhor do que ganhar na loteria sozinho. Se não der, fica a gratidão, é como de repente você descobrir que pode tocar a nona sinfonia de Beethoven sem nunca ter estado num piano antes, coisa de milagre mesmo. Gratidão por encontrar alguém que faz seu coração vibrar sem fazer nada, gratidão porque um coração com esta capacidade de amar não é para qualquer um, tem que ter muita saúde, porque coração fraquinho não aguenta não...
O amor é assim e se for de verdade, te enche a vida de sentido, mas não te faz escravo, te enche o coração de alegria mas não te tocaia no apego. Amor para ser de verdade tem que ser para ser feliz, sublime, do tipo que liberta, liberta o outro até para não te amar. Amor de verdade se alegra com a felicidade mesmo que ela não seja com você.
Amor honesto, verdadeiro e pausado na mansidão e na liberdade é assim:
Seja feliz meu amor, seja livre, seja inteiro, seja qual for seu caminho. 

"Na tua presença
Sinto-me pequena,
Insignificante,
E o ser mais amado.
Na tua presença
Nada sei
E tudo vejo.
Na tua presença
O passado e o futuro
Fundem-se no presente.
Na tua presença
O desconhecido revela-se.
Na tua presença
Os problemas esvaem-se.
Na tua presença
Noite e dia
Lua e sol
Tempestade e calmaria
Encontram-se
Numa só nota musical.
E ouço a música,
Bebo do teu calor,
Meu cálice
Se transborda,
Choro,
Rio,
Danço
E canto.
Sinto o amor
Que é meu,
Que é teu,
Que é...
Meus olhos
Brilham nos teus,
Sinto a vida,
O momento,
E olho
Para o cipreste no jardim…"


Ma Prem Arsha
Do livro "O Cipreste no Jardim - Osho"

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