Enquanto eu rodopio na lata apertada do poço dos meus desejos, felizmente, não no fundo do poço, ele assovia sereno uma canção de amor, no jardim, perante meus olhos incrédulos.
Esqueço o medo de meus próprios demônios para espiar o canto assoviado cheio de amor e de calma. Só espiar, afinal ainda tenho pernas curtas demais para chegar ao jardim.
Por alguns instantes esqueço os espinhos, o medo, a fúria, a lata e suas paredes apertadas, esqueço o poço e os desejos, esqueço quem eu sempre fui. Por alguns instantes, meu coração se ocupa em sorrir para ele apenas e aqueles instantes parecem uma vida e uma respiração.
O amor tem dessas. Carrega-nos do caos a paz em alguns instantes.
Eu só queria que essa respiração durasse mais do que instantes.
LINDO!!! Nossa Paulinha, que res piração e que inspiração! Um dos mais lindos textos teus.
ResponderExcluirNamastê.