Dividir espaço é um grande desafio, é prática de compaixão e aceitação a cada entrada no banheiro, é prática de generosidade a cada refeição, é prática de se alegrar com a alegria do outro a cada pia pós refeições Hoje eu estou tal qual a Flaira Ferro querendo me curar de mim.
O trabalho neste sistema capitalista é nadar em mar aberto, você nunca chega na borda e vez ou outra ainda é rondando por tubarões que você não tem certeza se já estão satisfeitos ou a procura de carne nova, neste caso melhor não sangrar para não correr o risco.
O tempo está me deixando parecida com a minha avó, mas não é do jeito que eu queria, brincalhona e sarcástica, estou virando a reclamona julgadora e isso é uma constatação bem triste.
Ela dava conta de tudo sozinha, mas reclamava de estar fazendo uma coisa atrás da outra enquanto outros membros da mesma casa estavam curtindo seu tempo de folga, que ela nunca tinha. Ela não parava um minuto, não me lembro de tê-la visto sem estar "reinando" como ela dizia.
Dava conta de tudo, mas não precisava, realmente tinham muitas pessoas naquela casa, mas ela fazia tudo e para quem estava lá, isso era maravilhoso. Só para ela que era um cansaço sem fim.
E é disso que que surgiu meu pensamento de hoje.
Em volta de um exausto é quase certo que haja pessoas mais relaxadas... mas se eu consigo relaxar e ser feliz vendo alguém exausto sem lhe estender a mão, então o que eu sou? Qualquer tarefa dividida em dois é mais fácil de lidar, até um reino para reinar. Então dividir em dois ou três ou quatro para que possam terminar tudo mais rápido e assim TODOS possam relaxar, não seria uma solução?
Parece fácil mas na vida real não é. Falta evolução humana de consciência.
"Sou a maldade em crise
Tendo que reconhecer
As fraquezas de um lado
Que nem todo mundo vê
Tendo que reconhecer
As fraquezas de um lado
Que nem todo mundo vê
Fiz em mim uma faxina
E encontrei no meu umbigo
O meu próprio inimigo
Que adoece na rotina
E encontrei no meu umbigo
O meu próprio inimigo
Que adoece na rotina
Eu quero me curar de mim
Quero me curar de mim
Quero me curar de mim
Quero me curar de mim
Quero me curar de mim
O ser humano é esquisito
Armadilha de si mesmo
Fala de amor bonito
E aponta o erro alheio
Armadilha de si mesmo
Fala de amor bonito
E aponta o erro alheio
Vim ao mundo em um só corpo
Esse de um metro e sessenta
Devo a ele estar atenta
Não posso mudar o outro
Esse de um metro e sessenta
Devo a ele estar atenta
Não posso mudar o outro
Eu quero me curar de mim
Quero me curar de mim
Quero me curar de mim
Quero me curar de mim
Quero me curar de mim
Vou pequena e pianinho
Fazer minhas orações
Eu me rendo da vaidade
Que destrói as relações
Fazer minhas orações
Eu me rendo da vaidade
Que destrói as relações
Pra me encher do que importa
Preciso me esvaziar
Minhas feras encarar
Me reconhecer hipócrita
Preciso me esvaziar
Minhas feras encarar
Me reconhecer hipócrita
Sou má, sou mentirosa
Vaidosa e invejosa
Sou mesquinha, grão de areia
Boba e preconceituosa
Vaidosa e invejosa
Sou mesquinha, grão de areia
Boba e preconceituosa
Sou carente, amostrada
Dou sorriso e sou corrupta
Malandra, fofoqueira
Moralista, interesseira
E dói, dói, dói me expor assim
Dói, dói, dói despir-se assim
Dou sorriso e sou corrupta
Malandra, fofoqueira
Moralista, interesseira
E dói, dói, dói me expor assim
Dói, dói, dói despir-se assim
Mas se eu não tiver coragem
Pra enfrentar os meus defeitos
De que forma, de que jeito
Eu vou me curar de mim
Se é que essa cura há de existir
Não sei, só sei que a busco em mim
Só sei que a busco
Pra enfrentar os meus defeitos
De que forma, de que jeito
Eu vou me curar de mim
Se é que essa cura há de existir
Não sei, só sei que a busco em mim
Só sei que a busco
Me curar de mim
Me curar de mim
Me curar de mim
Me curar de mim"
Me curar de mim
Me curar de mim
Me curar de mim"
Compositores: Flaira Fernanda Cardoso Ferro