É preciso coragem para admitir que temos medo.
Coragem para olhar no fundo de nossas experiências e perceber que o medo sempre esteve presente, interferindo na entrega e no relaxamento.
Eu sinto o medo em todo meu ser. Estou olhando para ele e sentindo a paralisia que me provoca.
Não, eu não sou tão forte como gostaria de ser. Eu sou frágil, eu já me quebrei algumas vezes, sinto medo em passar por aquela dor novamente.
O coração se restabelece, mas não significa que passe ileso pela dor. Todos temos as nossas sequelas.
Dizem que o antídoto para o medo é a coragem, mas parece que o medo nunca vai embora.
A coragem, me parece, nos movimenta, nos retira da paralisia, como aquele impulso que nos faz prender o ar e saltar diante o trampolim. Você salta, mas ainda há o medo, ele salta com a gente. No percurso da experiência, por aquele momento, quando você solta o ar, o medo é esquecido para dar lugar ao salto em si, presença.
Eu não tenho muitos medos, talvez tenha sorte ou méritos, não sei, mas tenho um que me apavora, me toma, me paralisa. Eu tenho medo de amar, de entregar meu coração para esse risco incontestável que é se deixar levar pelo amor. Estou procurando a cura, se alguém souber como, por gentileza, caridade, por ser humano, compartilha aí.