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Duas pessoas que se amam podem compreender a diferença um do outro como desafios próprios de paciência e compreensão, prova do amor e do desejo de estarem juntos e serem mais fortes do que a tendência às críticas e julgamentos, tão comuns no convívio humano.
Por esta razão o amor é fundamental, para que torne o convívio com as diferenças, suportável e, com sorte, pode até acrescentar uma dose de charme a dinâmica do casal.
É um exercício diário, pois na vida solitária o conforto da não convivência é muito agradável. Sua tolerância somente é exercida consigo próprio, e suas limitações lhe são tão íntimas que passam quase desapercebidas no seu cotidiano.
Conviver com as limitações e diferenças do outro é que é o desafio, pois são elas que são imediatamente visíveis e irremediavelmente imprevisíveis, lhe roubam o tempo e a monotonia costumeira, lhe mudam os planos, lhe alteram o humor.
Estes "detalhes" da convivência ficam camuflados pelo auge da paixão no início do relacionamento, no entanto assombram a relação, como os monstros do armário que amedrontam as crianças na calada da noite, quando menos se espera, a irritação aparece como uma tempestade em um copo d'água, com a força de um tsunami.
Atenção então, a unica forma de evitar a tormenta é se conhecendo para evitar uma reação inconsciente de uma hora para outra.
Meu aprendizado de hoje é que a diferença do outro não possa ser insuportável para mim, mesmo que o amor que eu sinta seja enorme, pois uma hora esta diferença pode fazer deste amor uma coisa insustentável.
Minha prática é conhecer o outro com os olhos da lucidez, e que as lentes da paixão possam me dar uma trégua para que a visão seja a da verdade, sempre.
Que eu possa ser honesta comigo e com ele e que possamos ser honestos com nossa relação, por amor e pela verdade. Amém!