Algumas vezes eu já ouvi que somos como o fundo do mar, apesar de chuvas, ventos, tufões que acontecem na superfície, o fundo do mar continua o mesmo, não se abala. Eu busco isso. Não sair do meu eixo por causa do externo, utiliza-lo como fonte de reflexão e aprendizado, mas não permitir que as oscilações exteriores me controlem, me dominem. Não se deixar levar pela tempestade, não é ignorar que ela esteja acontecendo, é dançar na chuva, quando a chuva vem, como canta o Marcelo Jenice.
Então, eu acredito que tudo que é de verdade tem esta característica, o que é de verdade não balança, não vacila, não se altera com o que é externo. É como um farol no meio de uma terrível tempestade, acaba por nos manter no caminho, visível a qualquer distância, iluminado e visível em meio a escuridão e nevoeiro .
Assim é o amor. Assim é a maturidade.
Não havia experimentado ainda, isso em minha direção. Em meio a todo o sofrimento, o stress, a mudança que os acontecimentos exigiram, em meio ao caos e a dor, eu testemunhei e vivi que o que ele sente por mim não se altera. Em meio ao caos ele não perde a ternura, a doçura e o cuidado comigo, em meio a sua dor, as suas lágrimas e ao inexorável da vida, aquele sentimento ilumina tudo ao seu redor e a nossa conexão não perde, pelo contrário, só fortalece.
Foram dias muito difíceis e outros ainda estão por vir, no meio disso tudo, mesmo triste, ele continua doce e amável, gentil e disponível para mim, para nós, para o que temos um com o outro.
A tormenta passa e o que é de verdade permanece.
Tudo aquilo que a tempestade carrega, tudo o que é devastado, arrancado, destruído durante o vendaval, tudo que se moveu, era ilusão.
O que realmente existe é o que
simplesmente é, não exige movimento, não produz oscilações, simplesmente é.
É como disse uma amiga, esta semana, me falando sobre ensinamentos do Lama Padma Samten em seu último retiro, alguma coisa neste sentido " o mundo real é onde seus olhos brilham".
Crédito: Robert Lam Para saber mais sobre a foto clique aqui.