Coisas da vida

Não consigo dormir, vinho.

Há um silêncio perturbador a me rondar pelas esquinas. Estou caminhando e percebo a espreita um olhar.
É o silêncio me vigiando.
Olhar parado. Caminho. Não há brisa.
Há uma beleza misteriosa entre o medo e a ousadia.
Procuro o vento.

Ninguém vê. Ninguém ouve.
Há um silêncio insistente quebrando tudo.

Não consigo dormir, vinho.

Há uma curva na garganta.
Nenhuma brisa.

Procuro o vento que dissipa as nuves.
O sol se foi já faz tempo.

Por trás desse mistério um grito de saudade.
Saudade do que não tive e nem conheci.
Beleza triste. Caminho.

Ao meu lado o desassossego  .
Há um silêncio insistente quebrando tudo.
Há uma beleza triste neste caminho.

2 comentários:

  1. Gostei muito do belo atrevimento em quebrar esse silêncio, essa falta de vento, essa curva na graganta.
    Tanta pausa e ponto é "uma beleza misteriosa entre o medo e a ousadia."
    De literatura.
    De silêncio.
    De assunto.
    Pode mais espaço, mais respiro na imagem.
    Atreva a "tristeza" desse belo caminho.

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