Comer Rezar e Amar - Eu amo tudo isso!

"Estava lendo um texto antigo sobre yoga quando encontrei uma descrição de antigos discípulos espirituais. Uma palavra em sânscrito aparecia no parágrafo: ANTEVASIN.
Significa "aquele que mora na fronteira". Antigamente, essa era uma descrição literal. Significava alguém que havia abandonado o centro agitado da vida mundana para ir morar no limite da floresta, onde viviam os mestres espirituais. O antevasin deixava de ser um aldeão - não era uma pessoa com uma vida convencional. Mas ele também não era um transcendente - não era um daqueles sábios que vivem bem lá no fundo das matas intocadas, plenamente realizados. O antevasin era alguém que vivia no meio. Era um habitante da fronteira. Vivia em um lugar onde podia ver os dois mundos, mas olhava rumo ao desconhecido. E era um estudioso.
Quando li essa descrição do antevasin, fiquei tão entusiasmada que soltei um pequeno grunhido de reconhecimento. Essa é a minha palavra, cara! Na época moderna, é claro, essa floresta virgem teria de ser em sentido figurado, e a fronteira também. Mas ainda é possível viver aí. Ainda é possível viver nessa linha tremeluzente entre seus velhos pensamentos e sua nova compreensão, em um eterno estado de aprendizagem. No sentido figurado, trata-se de uma fronteira que está sempre em movimento - conforme você avança em seus estudos e em suas realizações, essa floresta misteriosa do desconhecido está sempre alguns metros à sua frente, de modo que você precisa viajar com pouca bagagem para conseguir acompanhá-la. Precisa manter-se móvel, maleável, flexível. Escorregadio, até."
Trecho do livro Comer Rezar e Amar de Elizabeth Gilbert.

Quando eu li este trecho também encontrei a minha palavra.
A minha fronteira é ali entre o mundano e os ensinamentos rumo à felicidade mais plena, profunda e resistente.

Tenho ouvido algumas coisas sobre isso. Mas, apesar de respeitar a opinião de quem está nesta busca a mais tempo do que eu, ainda prefiro encontrar minhas próprias verdades. Não por falta de humildade, como ouvi a dias atrás, é por falta de experiência. Eu só acredito naquilo que eu mesma experimento, naquilo eu vivo, que eu sinto. Com todo respeito aos livros sagrados e as pessoas mais vividas, eu quero ter as minhas próprias vivências.
Uma amiga muito querida me disse uma coisa que fez muito sentido pra mim: "O problema não é ter e gostar dos prazeres mundanos, o problema é ter apego por eles e acabar sentindo que sem eles não seria feliz."
Isso tem mais a ver com o que penso. Eu acredito que esteja na fronteira entre o mundano e o sagrado, podendo olhar para ambos como uma busca por auto conhecimento. Eu quero aprender sobre mim, quero me conhecer profundamente, e, se com isso eu também aprender sobre o sentido da vida, sobre a natureza do universo e sobre esta felicidade plena, será maravilhoso.
Não pretendo ser monja, nem guru, nem ter uma vida restritiva, para isso eu iria para a Índia de uma vez. Eu quero conhecer, eu tenho sede de saber!
E a felicidade que se enraíza no mais profundo de mim mesma está cada dia mais sorridente. Não que eu não passe por problemas, eu passo sim, como qualquer pessoa, mas a sensação de que algo mais forte está crescendo e me fortalecendo, fica mais evidente.
Então, a minha palavra é ANTEVASIN. Eu estou muito feliz com ela. Aquela que vive na fronteira!

4 comentários:

  1. Amiga vc 'e demais sem palavras...
    Nao tem nada mais lindo nesse mundo, mais confortante do que esse sorriso...
    Sorria sempre minha amiga..
    Pois tenha certeza que esse sorriso ja fez o dia melhor de alguem.. No seu sorriso vc transmite..esperanca..gratidao..carinho...enfim...
    Sou sua fa numero 1.
    Bjocas
    Taty

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  2. Gostei desse texto e da foto amiga! Acho que nem preciso dizer que vc é uma referência de sabedoria e inteligência pra mim, também sou sua fa número 1! É isso aí, continue buscando mesmo e vc encontrará e ainda se surpreenderá com muitas coisas!Super beijo, te adoro!

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