Pensando, pensando ...

Aqui vou colocando meus pensamentos desconexos ou não, para que não se percam, para que me ajudem, para que se gastem.


"Seja o que for que esteja por trás deste olhar sem se apresentar não me toca."

"A certeza liberta, mas também finaliza e todo fim é nostálgico e cinza."

"Hoje eu queria me desintegrar a luz da lua e só voltar quando tudo estiver mais calmo."

"O ser humano consegue ser ao mesmo tempo surpreendente e previsível. Estamos o tempo todo na dualidade das coisas."

"Sentir trás tanta sabedoria quanto o pensar, basta decantar o sentimento. Sentir não é deixar-se ir é aproveitar e aprender com o caminho."

"Eu não busco explicar o que sinto, eu busco dissecar o sentimento até descobrir onde ele cabe perfeitamente. Toda emoção vale a pena se você fizer algo de bom com ela, aprender e ensinar."

"Eu não acredito no amor que dói, acredito na farsa que criamos para nos convencer de que aquilo que dói é amor, invariavelmente é uma c oisa bem diferente de amor. Amor que dói é combustível dos poetas,é um privilégio dos artistas."

"A solidão que eu sinto provém da falta de pensamentos afins, falta de parceria de ideais e idéias. Eu sinto falta de um cúmplice que compartilhe comigo do que para mim é o óbvio, o natural e para a maioria é excepcional. O universo que eu habito não tem ninguém assim, além de mim mesma. Essa é a solidão, sentimento de ser um estranho."

Esse não é meu, é do Gustavo Gitti, eu reproduzo porque achei perfeito:
"Falar a verdade para uma mulher implica em reconhecer a inteligência dela em compreender qualquer coisa, a liberdade dela em reagir como quiser e sua transparência em se comunicar diretamente com você, sem roupagens, sem defesas." (http://nao2nao1.com.br/as-melhores-cantadas-do-cinema-3-a-verdade-nua-e-crua-the-ugly-truth/)

Despedida

E no meio dessa confusão alguém partiu sem se despedir; foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece em um baile de carnaval — uma pessoa se perde da outra, procura-a por um instante e depois adere a qualquer cordão. É melhor para os amantes pensar que a última vez que se encontraram se amaram muito — depois apenas aconteceu que não se encontraram mais. Eles não se despediram, a vida é que os despediu, cada um para seu lado — sem glória nem humilhação.

Creio que será permitido guardar uma leve tristeza, e também uma lembrança boa; que não será proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação ao mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego; e um indefinível remorso; e um recôndito despeito.

E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em nossa vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas que essa solidão ficou menos infeliz: que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho?

Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, nós os receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras — com flores e cantos. O inverno — te lembras — nos maltratou; não havia flores, não havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro como dois bonecos na mão de um titeriteiro inábil.

Ah, talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema que não pôde haver; entretanto, é possível que não adiantasse nada. Para que explicações? Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra: adeus.

A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo. Rubem Braga

Extraído do livro "A Traição das Elegantes", Editora Sabiá – Rio de Janeiro, 1967, pág. 83.

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