"A vulnerabilidade neste contexto significa a disposição de se expor, de se expressar de uma forma autêntica e franca, de fazer coisas sem garantia, de correr riscos. Quando as pessoas se desarmam e se arriscam a tirar a armadura que as protegem, elas se abrem também às experiências da vida que podem trazer propósito e significado à sua existencia. A sensação de vulnerabilidade pode não ser confortável, mas também pode não ser dolorosa."
Este insight faz parte do relato do estudo da pesquisadora americana Brené Brown.
"Ao analisar centenas de entrevistas, ela identificou que no grupo de pessoas capazes de estabelecer conexões fortes e verdadeiras (que também tinham fortes sensações de pertencimento e de valor próprio), duas características estavam sempre presentes: a vulnerabilidade e a coragem, sendo as duas intimamente correlacionadas."
"A coragem não em um sentido de bravura, mas a de contar sua história, mostrando quem se é de todo o coração; a coragem de ser autêntico de uma forma compassiva consigo mesmo e de mostrar suas imperfeições. Para se conectar, é preciso deixar a pessoa que você acha que deveria ser ir embora para dar lugar a quem você realmente é. Ou seja, se não conseguimos ser autênticos com compaixão, não conseguimos nos conectar verdadeiramente ao outro."
Assistam este vídeo, realmente é maravilho.
Então,
inspirada por esta mensagem eu quero compartilhar algumas coisas que tem me
acontecido. Antes quero contextualizar, eu tenho dois trabalhos, um de
executiva, que me sustenta completamente financeiramente e também me absorve
grande quantidade de tempo e energia, e outro que é meu propósito de vida,
minha paixão, meu sentido, eu sou terapeuta complementar integrativa aos fins
de semana. Eu ajudo as pessoas a desenvolverem ferramentas internas e externas
para que possam lidar melhor com os desafios da vida, estresse, traumas, mal-estares,
através de atendimento terapêutico e workshops. Facilito o desenvolvimento da
consciência para que tenham mais saúde mental, espiritual e consequentemente
física.
Recentemente eu descobri que tenho uma certa tendência genética
para doenças autoimunes e após uma administração de vacinas no ano passado eu
comecei a ter algumas manifestações. Meu sistema de saúde física nunca foi
grande e robusto. Eu me lembro de criança, chegar no consultório do pediatra e
ele me chamar de Olivia Palito e sempre estar tomando Biotônico Fontoura e
vitaminas. Eu tive bronquite na infância e adulta me descobri com alergias de
contato bem severas. Tive uma crise de stress aos 30 anos e fui buscar ajuda
nas terapias complementares, encontrei o Reiki e partir disso outras técnicas
foram sendo reveladas e eu me entreguei a este estudo, foi assim que fui
construindo a o meu trabalho com as terapias complementares.
Aos 43 anos ainda tenho algumas crises de bronquite, alergias
controladas (só deixar de ter contato com tudo que é alérgico) psoríase e muito
recentemente, 24 horas atrás precisamente, eu tive a confirmação de que estou
com uma doença rara e sem cura, que acomete o osso do pulso, felizmente tem
tratamento e eu felizmente tenho recursos para me tratar, além de ter
encontrado um ótimo médico para me orientar.
Quando eu recebi a notícia, primeiro chorei, fiquei triste, pensei
um montão de coisa, cabeça ficou a mil por segundo, mas ai percebi que duas
portas se abriram, uma que me ecoava uma voz sussurrante e convidativa, dizendo
"Por quê? Por que com você? - e na outra porta, um silêncio profundo,
quase assustador. Chorei um pouco mais, pedi espaço das pessoas próximas,
precisa estar comigo mesma... precisava dar um primeiro passo...
Entrei pela porta do silêncio, meditei, refleti, fiz minhas
práticas espirituais e senti paz no meu coração. Por que não comigo? Na porta
que deixei para trás, quanta auto importância e arrogância, quanta
vitimização.
Se eu encontro sentido em justamente ajudar as pessoas a terem
compaixão e aceitação por suas condições incontroláveis, parece que a vida me
põe a serviço deste propósito através da experiência em minha própria pele, as
dores de um corpo que é frágil, como todo corpo humano é.
Então
a mensagem que quero deixar é que trabalhar o autoconhecimento, a
espiritualidade, a caridade, a empatia, assim como a vulnerabilidade, não vão
fazer de ninguém uma pessoa imune aos desafios da vida, a fragilidade do corpo
humano ou as peças que a nossa mente e o nosso ego nos prega. Não. Tudo isso
vai continuar acontecendo como acontece para todo mundo, mas certamente vai
ajudar você a entender melhor suas emoções e a estabelecer relações mais
profundas de afeto onde a aceitação e a compreensão estarão presentes.
Certamente vão te ajudar a não entrar pela porta do vitimismo, que leva facilmente
para uma postura egoísta, autocentrada e com visão limitada sobre a realidade, consequente
a solidão, a depressão acabam por se manifestar quando entramos por esta porta.
Também,
ter acesso às ferramentas complementares, não significa abandonar a medicina
tradicional, pelo contrário, ajuda a ter uma visão mais crítica e analítica
sobre os profissionais da saúde, ajuda a se auto responsabilizar pelo seu
tratamento, a mudar seu estilo de vida para colaborar com toda a cadeia de
ajuda que você estiver recebendo, faz de você um agente da sua própria saúde,
com uma postura ativa e atuante sobre seu bem estar. Todas as técnicas de
terapias complementares são ferramentas, suporte, se prometerem um milagre,
fuja, pois não há como ninguém saber quais são de fato as experiências que
outra pessoa tem que passar ou viver para que a sua jornada seja íntegra e
genuína. Isso cabe a cada um, saber de si mesmo.
Uma
segunda mensagem que eu quero deixar é: Não acredite na vida perfeita das
mídias sociais, elas não existem, é tudo falso. Principalmente das pessoas que
trabalham com terapias, pois dessas pessoas, a vida é desafio atrás de desafio,
é a vida lapidando a ferramenta e está tudo certo, isso é ser humano. Terapeuta
também sofre, também fica doente, também chora. Na hora de escolher alguém para
te ajudar, busque pessoas de verdade e não projetos de Super Humanos Perfeitos
fabricados para te convencer de uma vida perfeita que não existe.
Respira
fundo, lentamente, puxa o ar para a barriga, dá uma pausinha e solta devagar,
se possível no dobro do tempo que puxou o ar, faz isso algumas vezes, vai te
ajudar a pensar e se sentir melhor. A vida é cheia de desafios, mas também de
beleza, não tenha medo ou vergonha de ser vulnerável, no fim dessa brincadeira vamos
todos morrer, aproveite cada minuto.