Saudade da paixão

Já se gastaram muitas e muitas palavras discorrendo sobre amor e paixão, do que é que nos faz felizes e o que nos aprisiona.
Hoje eu sinto saudade de sentir.
Eu sinto saudade de ter por alguém aquele frio na barriga. Aquele tesão incontrolável. Sinto saudade de sonhar alto com alguém, de desejar aquela companhia por toda a vida e achar que uma vida é pouco tempo para estar com ela. Sinto saudade de me sentir apaixonada, de escrever cartas de amor, de sentir o coração disparar por uma mensagem, de querer largar tudo só pra ficar mais tempo ao lado dele. Porque os apaixonados são naturalmente exagerados.
Minha última paixão fez tudo isso comigo, mas passou já faz algum tempo, desta paixão eu não sinto saudade, porque por esta eu já passei, por esta eu já penei e esta eu escolhi abandonar.
O que enche o coração de alegria é aquela paixão quase adolescente, sem medo, sem pudores, tudo é alegria e tesão, sem peso, sem conflito, sem blá blá blá.
Saudade de me apaixonar e de viver esta paixão com toda a minha energia.
Da última vez eu quis largar tudo, emprego, casa e país para viver uma paixão, mas a vida deu um jeito de colocar minha cabeça no lugar antes que fosse tarde.
Apesar disso sinto saudade imensa em estar tão apaixonada e tão cheia de amor que qualquer um percebia.
Dizem que a gente não desaprende, mas eu me sinto hoje tão sem capacidade de sentir isto novamente.
É como se o tempo tivesse alterado as minhas habilidades para me apaixonar. Por isso mesmo é que esta saudade é tão dolorida.
Meu coração está vazio da paixão por um ser, e apesar, de ter outras paixões, a paixão por uma pessoa está me fazendo falta.
É como se ao longe uma voz sussurrasse devagarinho ... "você está me perdendo" Enquanto eu sigo olhando as vezes para trás, mas sem parar nem por instante. Não tem volta. Você está me perdendo...

Então eu quero me apaixonar, antes que eu me esqueça de que sou capaz, antes que o conforto da tranquilidade de não correr nenhum risco seja maior do que o desejo de me apaixonar.

Não é necessidade, é escolha

Eu não me sinto vazia sem você; eu sinto a sua falta.
Eu não me sinto incompleta sem as suas mãos para me amparar; eu só sinto uma alegria diferente quando você está.
Eu não preciso de você para me ajudar com as minhas coisas; eu só sinto que a sua presença me deixa grande.
Eu não preciso de você eu só gostaria.

A vontade de estar com você, de compartilhar com você as minhas experiências,  pensamentos, passam por mim várias vezes no meu dia. Porém,  o dia é grande e outras coisas acontecem, outras pessoas aparecem, nos distraímos facilmente. A lembrança vai ficando menor. Nada se mantém por si só nesta vida atribulada e cheia de novidades e distrações. Cuidar de mim é responsabilidade minha. Já aprendi a não delegar esta.
Alguém que tenha vida movimentada e que mesmo assim, com toda a distração,  ainda assim está disponível para você. Isto sim, significa alguma coisa. O contrário também.
Hoje em dia demonstração de atenção é ligação,  é fazer questão de ouvir a voz. Demonstração de afeto é presença,  não só a física,  aquela de corpo e alma. Porque a gente sabe quando alguém está de verdade. Reciprocidade de atenção,  de afeto, de consideração virou coisa simples, que já foi, em era analógica,  só o básico.
Em era digital não atender uma chamada ou retornar sabendo quem ligou, não responder a uma mensagem é sinal claro de desinteresse, falta de prioridade.
Num tempo em que a grande maioria das pessoas não desgruda do aparelho nem pra ir ao banheiro, dizer que não viu a chamada, a mensagem,  é praticamente te chamar de idiota.
Quando eu encontro um homem que passa a noite conversando comigo sem se importar com o celular, sem checar seu aparelho a cada cinco minutos, eu me sinto lisonjeada.  O contrário também,  claro. Estar com alguém que está mais no celular do que comigo me dá preguiça, um desânimo e pena.
Então,  meu amor, quando eu estou com você eu estou inteira,  naquele momento nada é mais importante, nem, e principalmente,  a bobagem do mundo virtual. Não porque eu preciso te provar alguma coisa, mas só pura e simplesmente,  pelo desfrute integral e pelo prazer da sua companhia.
Simples, básico.  Não é necessidade, é escolha.

Da importância da gentileza

Nós somos do time das mulheres que se encantam com a gentileza, aquela legítima e autêntica. Sabemos identificar a gentileza circunstancial daquela que vem naturalmente da delicadeza do ser.
Um ser masculino naturalmente delicado e gentil está a parte dos interesses não tão nobres do desejo que normalmente motiva seus colegas de gênero. E é por isso que eles são tão amáveis. 
É a natureza humana a serviço da conexão, raro, mas as vezes acontece e devemos desfrutar destes momentos.
Você conhece o cara, e ele parece um lord inglês de tão gentil e atencioso, um príncipe com data de validade. Toda aquela delicadeza dos primeiros encontros vai se dissolvendo a medida que ele consegue o que quer de fato. Você sabe, além da sua atenção, a sua cama e em alguns casos, até o seu coração, mas perde a graça da conquista depois que a consegue.
Algumas de nós já passamos por isto, se você não, é quase certo de que ainda passará. É como um rito de passagem da ingenuidade para a realidade, da pureza para a malícia da vida.
A parte boa é que isto também nos ensina a identificar o que é de verdade e valorizar alguém assim quando ele aparece.
Um viva aos homens gentis, mas só aos gentis sem interesses! 
Nós amamos!