Eu ouvi algumas pessoas "cantando" aquilo naquela língua estranha e quase sem querer eu acompanhei. Naquele dia eu percebi que aquilo me fez bem, aqueceu meu coração, me encheu paz e aquietou minha irritação do mundo.
Por mais alguns dias eu pude experimentar desta sensação e comecei a pesquisar sobre os significados de cada mantra.
Fiquei pensando qual seria o verbo que caberia para o mantra, já que cantar não parecia o mais adequado, normalmente, utiliza-se entoar. Buscando o significado pensei que parece sim bem mais adequado.
en.to.ar
(en+tom+ar2) vtd 1 Dar o tom para se cantar. vtd 2 Cantar afinado com: Entoar o coral com a música do órgão. vtd 3Cantar (o princípio de antífona, ária, hino ou salmo). vtd 4 Pôr no tom. vint 5 Soar, cantar. vtd 6 Fazer soar, fazer ouvir cantando. vti 7 Atinar, encarrilhar, entender: Não entôo com as sutilezas da Teologia. vtd 8 Celebrar: Entoar louvores. vtd9 Dar direção a; encaminhar: Entoar um negócio. Var: ensoar.
Desde então eu utilizo os mantras, que para mim, funcionam como uma oração.
Pensando no poder da vibração das palavras, eu acredito que ao entoarmos um mantra, entramos numa frequência vibratória alimentada há milhões de anos pelas intenções das pessoas que entregaram sua energia nesta corrente de amor.
Pensando na razão de entoar na língua em que o mantra foi escrito, eu imagino que quanto mais antiga a língua, mais a corrente também é.
Claro que isso não impede que eu entoe mantras na minha língua, muitas vezes eu o faço. Já que a minha mente está condicionada ao meu idioma, as vezes isso me faz entrar na vibração do mantra mais rápido, principalmente quando eu estou super agitada. Mas esta é a minha experiência e eu acredito que cada deva ter a sua.
Compartilho algumas pesquisas que fiz quando quis entender melhor o que estava acontecendo comigo.
Mantra (do sânscrito Man mente e Tra alavanca) é uma sílaba ou poema religioso normalmente em sânscrito. Os mantras originaram do hinduísmo, porém são utilizados também no budismo e jainismo.
Os mantras Tibetanos são entoados como orações repetidas. O budismo mahayana do Tibete usa mantras em tibetano, o zen-budismo do Japão os usa em japonês. John Blofeld encontrou em Hong Kong no começo do século XX mantras cuja língua ninguém sabia identificar, e que pareciam uma alteração de um original sânscrito.
Para algumas escolas, especificamente as de fundamentação técnica, mantra pode ser qualquer som, sílaba, palavra, frase ou texto, que detenha um poder específico. Porém, é fundamental que pertença a uma língua morta, na qual os significados e as pronúncias não sofram a erosão dos regionalismos por causa da evolução da língua. Existem mantras para facilitar a concentração e meditação, mantras para energizar, para adormecer ou despertar, para desenvolver chakras ou vibrar canais energéticos a fim de desobstruí-los.
Ao longo dos anos, os ocidentais que chegaram ao oriente tentaram explicar porque os mantras produzem os efeitos esperados. Blofeld, que estudou por dentro as culturas indiana e chinesa, notou que não é necessário saber o significado das palavras ditas.
Alguns psicólogos ocidentais defendem que o mantra possui uma energia sonora que movimenta outras energias que envolvem quem o entoa. Blofeld observou que não importa a correção da pronúncia: encontrou o mesmo mantra entoado de forma muito diferente em países diversos, e sempre produzindo os efeitos esperados.
Outra explicação seria a mesma usada para o efeito dos mudras: um gesto repetido por tantas pessoas durante tantos séculos que criou um tipo de caminho energético - que podemos chamar de marca no akasha, ou no inconsciente coletivo - que é rapidamente seguido pela psique da pessoa que o executa.
Muito comum é o apoio do japamala, uma espécie de rosário utilizado para contar a repetição de 108 vezes que um mantra geralmente deve ser entoado. (Retirado do Wikipédia)
Tem origem nos Vedas, livros sagrados indianos compilados pela primeira vez em 3000 a.C. Essas escrituras compõem-se de 4 mil sutras, das quais foram extraídos milhares de mantras, que atribuíam características relacionadas aos deuses, como amor, compaixão e bondade. Como o som é uma vibração, pronunciar ou ouvir os mantras cotidianamente é, para os hindus, a forma de ativar as qualidades divinas, abrindo nossas mentes e nossos corações para os planos superiores.
"Um mantra é basicamente uma oração", explica o swami Vagishananda, americano radicado na Índia há mais de 20 anos, mestre dos cânticos relacionados aos Vedas. Repeti-los muitas vezes é a chave para interromper o processo natural de pensamento intermitente, que nos leva de uma ideia a outra sem controle. Quando paramos esse fluxo mental, o corpo relaxa, e a mente se aquieta e se abre a vibrações sutis, que permitem ampliar a percepção.
Frases poderosas
Os mantras nasceram na Índia e foram adotados por todas as religiões que de lá se espalharam pelo mundo. Há várias linhagens do budismo chinês, tibetano, japonês e coreano que usam essas frases rítmicas. "Porém, a palavra entrou na linguagem corrente para designar os sons repetidos que levam a um estado de meditação", explica Edmundo Pellizari, professor de teologia de São Paulo.
Esse efeito tranquilizante pode ser resultado de orações como a ave-maria, o pai-nosso e a glória-ao-pai, no rosário católico. "Elas são as correspondentes cristãs dos mantras", explica Moacir Nunes de Oliveira, professor de teologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Maior similaridade com os mantras é encontrada no terço bizantino, em que a ave-maria é substituída por uma frase curta (como "Jesus, curai-me").
Os mestres recomendam que se repitam os mantras, às vezes, durante horas a fio, mas no início não precisa ser tanto. "O verdadeiro impacto do mantra pode ser percebido depois de três horas de repetição", explica o mestre Vagishananda. Alguns reflexos são bem mais imediatos, porém. Estudiosos do mantra Miohô - Nam miohô rengue kyo -, relacionam cada sílaba a uma área do corpo, que recebem os benefícios da vibração do som. Assim, nam corresponde à devoção, mio à mente, ou cabeça, ho à boca, ren ao tórax, gue ao estômago, kyo às pernas.
O taoísmo, linha filosófica chinesa, inclui práticas com gestos, respiração, canções e meditação, mas os mantras são considerados fundamentais por sua praticidade. "Podem ser recitados em quase todas as circunstâncias", explica o mestre Wu Jyh Cherng, da Sociedade Taoísta do Rio de Janeiro.
Faça a experiência
Pode-se recitar mantras nos momentos em que sentimos necessidade de nos conectar com as qualidades das quais eles falam: alívio, calma, alegria, amparo, ânimo. Não custa tentar - afinal, o mínimo que a prática poderá fazer é deixá-lo mais tranquilo e concentrado. A vocalização do mantra Om Mani Padme Hum, um dos mais populares, proporciona ao final uma respiração profunda e relaxante. Há mantras específicos para evocar vibrações de cura, alegria e prosperidade, por exemplo, associados aos budas ou às divindades femininas - as taras. Conheça alguns mantras eficientes logo abaixo. E lembre-se: o H tem som de R.
Mantra de Buda Shakyamuni (para promover a autocura e companhia espiritual)
Om Muni Muni Maha
Muni Shakya Muniye Soha
Mantra de Maritze (uma tara que protege contra as adversidades, além de trazer luz e boa sorte)
Om Maritze Mam Soha
Mantra de Tara Sarasvati (a inspiradora das artes)
Om Ah Sarasvati Hrim Hrim
Mantra do Buda universal (ajuda a trazer o amor que está faltando no coração da sociedade moderna)
Om Maitreya
Maha Maitreya
Arya Maitreya
Mantra de Zambala (para a prosperidade e a riqueza espiritual e material)
Om Pema Krooda Arya zamabala
Hridaya Hum Phe Soha
Om Benze Dakine Hum Phe
Om Ratna Dakine Hum Phe
Om Pena Dakine Hum Phe Om Karma Dakine Hum Phre
Om Bishani Soha
Mantra de Tara Verde (libertadora e heroína veloz, elimina interferências como medo, ressentimento e insegurança, acelera a realização das causas positivas, traz proteção, fé e coragem)
Om Tare Tuttare Ture So Ha
(retirado de M de Mulher)
Para saber mais:
http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/conteudo.asp?id=5310
http://www.anjodeluz.com.br/gayatri2.htm